sexta-feira, dezembro 22, 2017

UMAS NO CRAVO E OUTRAS NA FERRADURA



 Jumento do Dia

   
Manuel Champalimaud, patrão incompetente dos CTT

Independentemente de tudo o que se possa dizer sobre as mudanças tecnológicas do mundo de hoje e sobre as suas consequência na rentabilidade de parte dos negócios dos CTT, a verdade é que no caso desta empresa estamos perante uma situação de incompetência. Uma coisa é o negócio ter menos lucros e porque tem menos atividades há recursos humanos em excesso, outra é explicar como é que sem falta de pessoal e de meios e com menos trabalho para fazer as cartas chegam cada vez mais atrasadas.

Todos os portugueses sabem da degradação dos correios, todos pressentem que desde que os novos accionistas dos CTT sonharam ser banqueiros o negócio do correio tem vindo a ser desprezado. as cartas chegam com atraso e aquilo que se passa com as entregas das encomendadas postais, a maioria das quais provenientes do estrangeiro roça o vergonhoso, diria mesmo que não só viola o contrato de concessão como desrespeita a Convenção Postal Universal.

É por isso que os accionistas dos CTT deveriam questionar-se sobre a competência dos administradores que escolheram em vez de fazerem ameaças e chantagem sobre o país  e sobre os trabalhadores da empresas. Os incompetentes não são os trabalhadores, são sim os administradores e os gestores que escolheram e são esses que deviam estar sob a ameaça de despedimento.

«Para Manuel Champalimaud, não há dúvidas: os CTT “têm de acompanhar a evolução do mercado, ser mais competitivos e ganhar eficiência, reduzindo os custos nas áreas que estão em queda e investindo nas áreas de maior desenvolvimento”.

Numa referência ao plano de reestruturação apresentado ontem, e que implica a redução de postos de trabalho, o empresário e maior accionista dos CTT (com 10,46%) diz estar “consciente que este sacrifício será limitado e deve-se apenas à sustentabilidade da empresa”, afirmando ter o “maior carinho e respeito pelos colaboradores”.

Através de um depoimento escrito enviado ao PÚBLICO, Manuel Champalimaud sustenta que, “se a decisão do Governo for acabar com esta concessão [dos CTT, tal como já defendeu o Bloco de Esquerda] nessa altura entra a concorrência estrangeira, a marca depressa desaparecerá e o quadro de pessoal aí sim, será muito sacrificado”.

Ao mesmo tempo, o fundador da Gestmin, holding familiar através da qual foi comprando acções dos Correios, afirma-se “convicto do papel fundamental dos CTT para Portugal”. Os CTT, diz, são uma das “principais marcas nacionais e estamos empenhados em defender o valor da marca e a sua importância para Portugal”.» [Público]

 Ano Novo, ministros novos

Este governo tem ministros bem sucedidos, ministros coxos e ministros que ainda não se percebeu se sabem andar, a verdade é que a credibilidade resulta mais de contributos e competências individuais do que do coletivo. É bom que um governo resista com todos os seus ministros até ao fim da legislatura, mas quando há situações de fragilidade a remodelação governamental deve ser equacionada, sob pena de ser feita como tem vindo a acontecer, com atraso nas substituições, em função dos acontecimentos e a conta-gotas.

 Imagens inconvenientes



 E ainda está em boa idade para vir a ser Presidente...



 Advogado

Faço um sacrifício de ler do princípio ao fim um artigo escrito por Santana Lopes, mas quando cheguei ao fim dei por muito bem recompensado ao ficar a rir à gargalhada, é que Pedro Santana Lopes assina como advogado! A última vez que ouvi falar dele enquanto advogado foi quando li algures que ele ganhava uns tostões como assessor jurídico (imagine-se!) da autarquia de Pedro Santana Lopes.

      
 Isto não é a Santa Casa. Ou é?
   
«Há um ano, Santana Lopes deu uma entrevista à revista Sábado com uma confissão: ele, enquanto provedor da Santa Casa, equacionou juntar-se ao Montepio para comprar uma participação no… Novo Banco. A ideia era “assegurar que determinados centros de decisão ficavam em mãos nacionais, pelo menos em parte”, dizia Santana, garantindo que nunca concretizaria nenhuma opção desse tipo, como é evidente, sem comunicar” à tutela.

A Santa Casa não entrou no Novo Banco (o projecto, disse-nos Santana, “não passou dos preliminares”). Mas abriu a porta para entrar no próprio Montepio Geral. Enquanto ainda era provedor, Santana Lopes não se cansou de defender a ideia, chegando a ironizar com os que o criticavam por isso (“antes, quem tivesse a possibilidade de se tornar acionista de um banco era considerado detentor de um privilégio e era meio caminho andado para aumentar a fortuna. Agora não, entrar num banco é um acto de loucura”, escreveu em Junho no Negócios).

Nesse mês, ainda longe da derrocada autárquica do PSD, Santana garantia numa entrevista ao PÚBLICO que ninguém o obrigaria a fazer o que não queria. Dois dias depois, porém, assinava um protocolo com o Montepio, obrigando-se a estudar as condições desse negócio. O Negócios fazia as contas: “A Santa Casa terá de mobilizar 135 milhões de euros para ficar com 10% da Caixa Económica Montepio Geral”. 

Passaram uns meses, Santana já não é a Santa Casa - é candidato à liderança do PSD. O processo, que ele próprio assumiu que estava a ser negociado pelo seu adjunto (hoje seu sucessor) manteve-se em cima da mesa. Mas Santana começou a estranhar. Primeiro, dizendo na RTP que não percebia os 200 milhões de euros de que se falava, “no máximo poderiam estar em causa 50 milhões”. E há dois dias, num comunicado, dizendo que foi o Governo e o Banco de Portugal que lhe pediram “uma decisão”, o que o levou na altura a pedir uma auditoria - e a manter Marcelo “informado”.

Ontem, no debate quinzenal, António Costa fez de Santana Lopes o seu escudo, para se defender das críticas do próprio PSD sobre a entrada da Santa Casa no Montepio. Bastou-lhe citar o comunicado, dizer que foi o ex-provedor quem lhe perguntou “se havia incoveniente” e contar o início da história: o interesse de Santana em entrar no Novo Banco. 

Não sabemos, em verdade, quem pediu o quê a quem. Mas a Costa, o escudo bastou: o Governo continua sem explicar como a Santa Casa já sabe quanto vai investir, quantos lugares vai ter na administração, sem que exista sequer a auditoria prometida. Ou sem que existam outros parceiros sociais, como definia o protocolo assinado. Diz que isto anda tudo ligado, não sei. O que parece é que isto é a Santa Casa.» [Editorial do Público]
   
Autor:

David Diniz.

      
 Somos prendas do Pai Natal
   
«“Amor em tempos de festa” é o título do comunicado de imprensa sobre o estudo publicado nesta quinta-feira na revista Scientific Reports onde uma equipa de investigadores do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) e da Universidade de Indiana, nos EUA, esclarece algumas questões sobre os padrões de reprodução humana. O artigo científico tem um título menos apelativo mas mais esclarecedor sobre as conclusões desta investigação: “Os ciclos de reprodução humana são guiados pela cultura e coincidem com estados de espírito colectivos”. Ou seja, em Setembro nascem mais bebés nos países do hemisfério Norte. Porquê? Porque passaram nove meses desde as épocas festivas do Natal e passagem de ano e o seu, agora cientificamente provado, espírito fértil.

Uma investigação a 10% das publicações públicas feitas no Twitter, entre 2010 e 2014, e de pesquisas online em 130 países que incluíam termos relativos a sexo, feitas entre 2014 a 2014, afasta uma explicação biológica para o pico de nascimentos registados em Setembro e substitui a raiz deste fenómeno por questões sociais.

“Analisámos 10% de todos os tweets no mundo durante o período de Setembro de 2010 a Fevereiro de 2014. Durante este período, o Twitter registou em média 500 milhões de tweets por dia. Isto resulta em mais de 80 mil milhões de tweets analisados por nós”, precisa ao PÚBLICO Luís Rocha, investigador do IGC que se encontra a trabalhar também na Universidade do Indiana. No trabalho, adianta ainda o cientista, a equipa  “não seguiu contas de utilizadores específicos, mas sim 10% do volume total de tweets que o próprio Twitter disponibilizou aleatoriamente ao nosso grupo”.» [Público]
   
Parecer:

No meu caso é em cheio.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
 Cavaco recebeu a boa moeda
   
«O candidato à liderança do PSD Rui Rio esteve reunido esta terça-feira com o ex-Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, numa audiência que foi pedida por Rui Rio para a “troca de ideias e a partilha de algumas reflexões sobre a atual situação do país”.

De acordo com a campanha de Rui Rio, o candidato terá reunido com Cavaco Silva esta tarde em Lisboa, numa reunião que decorreu à porta fechada, e sobre a qual Rui Rio diz que foi “muito produtiva e encorajadora para o futuro”.» [Observador]
   
Parecer:

A má moeda almoçou com Marcelo, a boa moeda é recebida por Cavaco.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»

 E viva a classe operária
   
«Os trabalhadores da Autoeuropa aprovaram na quarta-feira, nos plenários realizados, uma proposta para uma greve de dois dias, em 2 e 3 fevereiro, disse o coordenador da Comissão de Trabalhadores (CT), Fernando Gonçalves, esta quinta-feira à Lusa.

“Durante os plenários, houve um trabalhador que apresentou uma proposta de greve. Em seis plenários houve um que votou contra e cinco votaram a favor”, disse o coordenador da CT.» [Observador]
   
Parecer:

Ou estou muito enganado ou um dia  destes os  gloriosos operários da Autoeuropa estão nos bancos dos jardins a jogar à sueca com os da Lisnave.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»

 Nunca um OE teve tantos problemas de parto
   
«O Presidente da República disse esta quinta-feira, em Oeiras, que vai analisar o Orçamento do Estado para 2018 (OE2018) e depois decidirá sobre a sua promulgação e como comunicará essa decisão aos portugueses.

"Não sei ainda, porque são testemunhas do que estive a fazer e tenho depois de receber os chefes militares, logo a seguir ao almoço, o Governo, [e] audiência com o senhor primeiro-ministro. Veremos depois qual é o momento para tomar uma decisão sobre o Orçamento", comentou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Chefe de Estado, que falava após uma visita ao Centro de Apoio Social de Oeiras, do Instituto de Ação Social das Forças Armadas (IASFA), disse que ainda não analisou o documento do Governo, aprovado pela Assembleia da República, com os votos contra do PSD e do CDS-PP.» [Expresso]
   
Parecer:

Este poderia ser o OE mais tranquilo, mas com Marcelo tudo tem de ser transformado num espectáculo em que ele é o artista principal. Cavaco levava os diplomas num jipe, Marcelo leva-os numa roulote de um circo.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se com condescendência.»