domingo, novembro 12, 2017

UMAS NO CRAVO E OUTRAS NA FERRADURA



 Jumento do Dia

   
Jorge Barreto Xavier

Foi uma obscura personagem que a determinada altura emergiu como secretário de Estado da Cultura de Passos Coelho, falava pouco, mal se ouvia, se não fossem os óculos redondinhos ninguém se lembraria dele. Mas deixou de ser um modesto funcionário, agora até já produz notícias no Expresso atirando-se ao primeiro-ministro, só porque António Costa se lembrou de acabar com obra sua, um regulamento que permitir usar o Panteão Nacional para jantaradas.

Não imagino quem queira jantar no Panteão ou, quem sabe, casar no Cemitério dos Prazeres, mas parece que o rapaz dos óculos redondos ficou muito indignado com tão desastrosa reversão

«Foi Jorge Barreto Xavier, ex-secretário de Estado da Cultura do Governo de Passos Coelho, quem inventariou e regulamentou a utilização dos espaços culturais do país. Mas, diz ao Expresso o ex-governante, o regulamento "não autoriza nem deixa de autorizar a cedência de um determinado espaço". O despacho fala até que as autorizações "devem salvaguardar a dignidade de cada espaço" e que devem ser rejeitadas se tal não acontecer.

Por isso, considera "lamentável a triste" a posição do primeiro-ministro, António Costa, que anunciou que vai mudar o regulamento para evitar que tais situações se repitam.

"A decisão é de 2017 e não de 2014", reage Barreto Xavier. "Já cansa que o atual governo tente sempre fugir à responsabilidade, procurando encontrar culpados para as más decisões que toma". O primeiro-ministro "deu a cara pela Web Summit, deve também dar a cara pela decisão de ceder o Panteão para o jantar". acrescenta.

O regulamento de 2014 serve de referência, define as taxas a aplicar e traça um quadro de decisão. "Cabe sempre em cada momento aos decisores aprovarem ou rejeitarem o pedido". diz o ex-secretário de estado.» [Expresso]

«O gabinete do primeiro-ministro emitiu este sábado um comunicado em que é referido que "a utilização do Panteão Nacional para eventos festivos é absolutamente indigna do respeito devido à memória dos que aí honramos".

Num texto de três parágrafos, é sublinhado que haverá uma alteração legislativa para evitar que algo do género volte a suceder. “Apesar de enquadrado legalmente, através de despacho proferido pelo anterior Governo, é ofensivo utilizar deste modo um monumento nacional com as características e particularidades do Panteão Nacional”, lê-se. “Tal como já foi divulgado pelo Ministério da Cultura, o Governo procederá à alteração do referido despacho, para que situações semelhantes não voltem a repetir-se, violando a história, a memória coletiva e os símbolos nacionais”.

O embaixador Seixas da Costa tinha dado esta sábado conta da sua perplexidade relativamente a este facto, através de um post publicado no Facebook.» [Expresso]

PS: independentemente de Barreto Xavier vir armado agora em menina ofendida, a verdade é que a jantarada fina no Panteão além de revelar mau gosto por parte dos organizadores, não se realizou sem que alguém do governo ou da autarquia de Lisboa, ligados à organização do evento soubessem e aprovassem. Do mau gosto não se livram.

 Dúvidas que me interrogam

Compreende-se que António Costa se sinta indignado depois de saber do jantar no Panteão nacional, ainda que parece que o mau gosto esteja na moda e todos os locais parecem servir para que um certo pedantismo nacional se afirme. mas não faria mais sentido que depois de António Costa manifestar as suas dúvidas ou angústias, coubesse ao governante com o pelouro em causa apurar o que sucedeu e assumir as alterações regulamentares.

Começa a parece que tem de ser António Costa a ir a todas, desde os incêndios aos jantares no Panteão. Já agora, não seria má ideia se fossem apuradas as circunstâncias em que o jantar foi organizado e que entidades públicas deram o aval à utilização do Panteão Nacional.

      
 Fechou um dos mais antigos prostíbulos de Lisboa
   
«Michelle e assistentes - Acompanhantes de Portugal, ou acompanhantes de luxo, ou assistentes de elite, ou escorts. Nos anúncios a designação variava, mas publicitava sempre o mesmo negócio: num apartamento de terceiro andar, mesmo no centro de Lisboa, entre a avenida Defensores de Chaves e a Miguel Bombarda, Madame Vera e outras duas mulheres geriam um próspero negócio de prostituição. Foram as três apanhadas em flagrante, na passada terça-feira de manhã, pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteira (SEF), numa operação com mais de 30 agentes espalhados pela capital e pelo Montijo, onde cumpriram seis mandados judiciais, três mandados de detenção e três buscas a domicílios.

Diz o SEF que foi o culminar de um ano de investigações, e o fim de “um dos mais antigos prostíbulos a funcionar no coração de Lisboa”. Na hora, matinal, a que a operação “Moeda” entrou no apartamento residencial encontravam-se lá 13 mulheres, sete de nacionalidade estrangeira e seis portuguesas, e cinco clientes. Uma cidadã estrangeira foi notificada para abandono voluntário, por se encontrar em situação irregular em território nacional, e as três gerentes detidas por suspeitas da prática de crimes de lenocínio (quem, profissionalmente ou com intenção lucrativa, fomentar, favorecer ou facilitar o exercício por outra pessoa de prostituição) e auxílio à imigração ilegal, entre outros. Só o lenocínio prevê pena de prisão de seis meses a cinco anos.» [Expresso]
   
Parecer:

Se SEF sabia que era um dos mais antigos de Lisboa não se compreende a longevidade.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Informe-se a clientela.»