quinta-feira, abril 13, 2017

Umas n o cravo e outras na ferradura




 Jumento do Dia

   
Miguel Cadilhe, recordista falhado

Miguel Cadilhe sabe que conseguiu um défice orçamental recorde quando era ministro das Finanças graças a uma situação contabilística anormal, isto é, graças a uma mudança do regime jurídico de imposto sobre o rendimento a sua receita foi contabilizada em duplicado. Também sabe que há arredondamentos e que antes do arredondamento os resultados de 2016 foram melhores do que os de 1989. Também sabe que os dados que contam são os apurados pelo INE.

Sabendo de tudo isto não resistiu à vaidade e veio a público confirmar que era ele o verdadeiro recordista nacional, durante alguns dias Mário Centeno, o usurpador foi gozado pela direita, afinal havia outro, como canta a Mónica Sintra. Não tardou a que alguém reparasse nas contas decimais, mas Miguel Cadilhe, do alto da sua medalha olímpica, considerou ridículo recorrer às décimas ou centésimas.

A dúvida acabou de ser esclarecida, o défice de 2016 não foi superior a 3% como prognosticava a especialista em aritmética orçamental Maria Luís, o diabo não apareceu e o recorde é mesmo de Centeno, o défice ficou nos 2%, apurou o INE. Enfim, o mínimo que se pode dizer de Miguel Cadilhe

«O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou esta quarta-feira que o défice pública de 2016 foi de 2%, um pouco abaixo dos 2,1% estimados anteriormente pelo gabinete de estatísticas.

“Nos termos dos Regulamentos da União Europeia, o INE vai enviar hoje ao Eurostat uma revisão da primeira notificação de 2017 relativa ao Procedimento dos Défices Excessivos (PDE). Esta revisão determinou uma redução da necessidade de financiamento das Administrações Públicas (AP) em 2016, face ao valor inicial de 2,1%, para 2,0% do PIB”, explica o INE.

A estimativa anterior baseava-se em regras do Eurostat que foram alteradas, relativas a receitas e despesas na área dos fundos comunitários. Houve, também, uma revisão em alta do investimento feito pelas autarquias.» [Observador]

 O substituto de Centeno na próxima reunião do Eurogrupo



Aqui fica a sugestão, se o Mário Centeno não mandar o Marco "Orelhas" à próxima reunião do Eurogrupo, o PSD deve contar com ele  futuro secretário de Estado Adjunto do ministro das Finanças, quando o país retomar a normalidade e o governo for devolvido ao primeiro-ministro no exílio.

      
 Câmaras no outono; greves na primavera
   
«Greves ameaçadas ou vamos a ver... O aviso pelo menos fica feito: dos ferroviários e dos médicos, do INEM e refinarias da Petrogal, segurança dos aeroportos e cacilheiros... Lá diz o provérbio: "Autárquicas no outono; piquetes sindicais na primavera." Olhem que não, olhem que não, dirá o PCP, embora com um sorrisinho lisonjeado. O "assim se vê a força do pecepê" andava fusco desde que se é do governo sem o ser. Já havia quem (talvez até no comité central) se interrogasse sobre o papel, se era de embrulho. Para outros, sem câmaras, os prazos não apertam, as legislativas ainda vêm longe. Mas o PCP tem de fazer prova de vida já este ano - e logo este ano do centenário de quando os amanhãs começaram a cantar. Para guardar as câmaras da Margem Sul e Alentejo e talvez mordiscar mais no Algarve, o pilar sindical mexe-se em defesa do outro que resta, o municipal. Não se trata de causas (horários, salários, emprego...), mas da causa: o Partido. É uma questão de propaganda, ou, como dizem os capitalistas, de publicidade. O Partido tem de fazer de conta para contar. Por isso as greves, olhem para elas, são das mais visíveis. Mas ele, pelo menos, tem forças próprias fora do Parlamento - é como aqueles deputados que têm emprego fora da política. Daí o sorrisinho lisonjeado do PCP. Já o BE ainda vai ter de atravessar o deserto da moderação até 2019. É muito tempo a passar só com periódicos suspiros de linha vermelha em Catarina.» [DN]
   
Autor:

Ferreira Fernandes.

      
 É de pequenino que se torce o pepino
   
«Algumas agências de viagens usam estudantes do ensino secundário, uma grande parte menores, como angariadores de clientes para viagens de finalistas dando-lhes em troca viagens de graça ou trocando essa colaboração por dinheiro. É igualmente prática corrente agências patrocinarem listas concorrentes à direcção das associações estudantes (AE) de variadas formas, de modo a garantirem a organização da viagem de fim de curso. Uma das agências que angariam estudantes como relações públicas dá-lhes o nome de dealers. O Ministério da Educação “desconhece” esta prática.

A “colaboração” dada pelas agências durante a campanha eleitoral para a eleição das AE passa, por exemplo, pela contratação de artistas, cantores, dj’s e actores de séries e telenovelas. Também fornecem brindes e instalam insufláveis.

Viagens de finalistas: ministério e directores de escolas desconhecem angariação de clientes
Viagens de finalistas: ministério e directores de escolas desconhecem angariação de clientes
O acordo com as listas candidatas às associações é feito de forma verbal, com os candidatos a darem como garantia optarem pelo programa da viagem de finalistas proposto pela agência caso ganhem as eleições.

Os eleitos podem ter ainda outras regalias: por cada 25 viagens garantidas ganham uma viagem de oferta. Essa viagem é atribuída a quem a direcção da associação de estudantes entenda. Esta é, pelo menos, a prática descrita por duas das agências contactadas pelo PÚBLICO. As viagens ganhas podem ser trocadas por dinheiro.» [Público]
   
Parecer:

A corrupção começa nos bancos da escola, as nossas jotas são uma bela formação...
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
 Aos poucos os problemas vão sendo resolvidos
   
«O acordo agora conseguido é igual ao que foi proposto pelo banco ao anterior governo, mas a recusa em aceitar este acordo logo que ele foi proposto acrescenta custos de cerca de 500 milhões de euros. Estado terá que pagar ao banco cerca de 1,7 mil milhões de euros mas a República receberá um empréstimo em condições bastante favoráveis.

O Santander vai disponibilizar 2,3 mil milhões de euros com uma taxa de 1,8% a 15 anos. O gabinete do ministro das Finanças enviou entretanto uma nota à comunicação social, dando conta do acordo para pôr fim aos litígios judiciais, tal como o Santander Totta, que informa: "No quadro deste acordo, o Estado Português assegurará que as empresas cumpram as sentenças já proferidas pelo tribunal de Londres que reconhecem a validade dos referidos contratos e a conduta profissional do Banco Santander Totta, e desistirá do pedido de admissão de recurso pendente mas ainda não aceite pelo Supremo Tribunal Inglês".

O Estado já tinha perdido na primeira instância em Londres, numa decisão que foi tomada por um juiz irmão de Tony Blair, e também na segunda instância pelo mesmo juiz que determinou que o Brexit tinha de passar pelo Parlamento.» [DN]
   
Parecer:

Agora a Miss Swaps vai dizer cobras e lagartos, ela fazia melhor e sabe muito de aritmética.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Solicite-se comentário à Miss Swaps.»