terça-feira, março 07, 2017

Umas no cravo e outras na ferradura




 Jumento do Dia

   
Carlos Costa, governador do BdP

Era óbvio que depois das reportagens da SIC o governador tinha de vuir prestar esclarecimentos. Mas vir dizer que vem prestar esclarecimentos para se defender de acusações distorcidas" não faz muito sentido. Foi ele que decidiu o que se podia saber e o que ficaria escondido, é cada vez mais evidente que foi muito mais o que escondeu do que o que esclareceu. Ora, se criou uma cortina de opacidade é natural que quando se sabe algo mais se pense o pior de quem escondeu a informação.

Carlos Costa não tem responder a acusações distorcidas, vem muito provavelmente restaurar a sua parede de opacidade para estancar a saída de informações que ele julgava escondidas para a posterioridade.

«rlos Costa enviou esta segunda-feira uma carta à presidente da Comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFAP), Teresa Leal Coelho, pedindo para ser ouvido para prestar esclarecimentos sobre o seu papel e o do Banco de Portugal no caso BES, depois de na reportagem da SIC, "Assalto ao Castelo", ter-se admitido que o governador ignorou informações que lhe teriam permitido afastar mais cedo Ricardo Salgado da liderança do banco da família Espírito Santo.

O governador quer defender-se no Parlamento das questões que se levantam em torno da sua atuação e o acompanhamento feito pelo Banco de Portugal nos meses que antecederam a resolução do BES, em agosto de 2014, confirmou o Expresso junto da presidente da COFAP. "Há um conjunto de acusações à supervisão que distorcem aquilo que é a realidade do que se passou", afirma Carlos Costa na carta que enviou a Teresa Leal Coelho. A missiva segue-se a um telefonema que fez a Leal Coelho no final da semana passada a disponibilizar-se para ir prestar esclarecimentos aos deputados.» [Expresso]

 Terá levado algum porradão na cabeça?


O que mais me impressiona nesta nova versão da camarada Zita Seabra, agora candidata a Santa Zita, não é a sua conversão, até porque há muitos militantes do PCP com convicções religiosas. O que me impressiona é o facto de Zita Seabra ter sido um verdadeiro exemplo exibido pelo PCP de jovem trabalhador. Recorde-se que nos anos 70 a Zita Seabra era dirigente do MJT, uma organização juvenil muito dada à cacetada.

O que leva ao vómito neste vídeo é que no ano em que se comemora o centenário da revolução russa, que esta senhor nos tentou impingir, venha agora relacionar Fátima com a conversão da Rússia. Se as aparições de Fátima são mais do que duvidosas, a sua génese anti-comunista é ainda pior. Zita não é apenas um caso de conversão religiosa, Zita passou do pior que havia à esquerda para o pior que há à direita.

      
 favas depois de almoço
   
«O Tribunal da Relação de Lisboa ordenou à editora Gradiva que recolha dos distribuidores, no prazo de 20 dias, os exemplares do último livro do ex-director do semanário Sol, José António Saraiva, intitulado Eu e os Políticos, lançado em Setembro passado. A decisão foi proferida no âmbito de um recurso de uma providência cautelar apresentada pela jornalista Fernanda Câncio, que pedia a apreensão de todos os exemplares do livro e a proibição da sua venda, por considerar que o mesmo invadia a sua intimidade, já que violava o seu direito à reserva da vida privada e ao bom nome.

Um colectivo de três juízes deu-lhe razão, tendo determinado ainda que os dois parágrafos relativos à vida privada da repórter do Diário de Notícias terão de ser eliminados em eventuais novas edições do livro. Esta decisão, datada de final de Fevereiro, revoga uma anterior em que uma juíza da primeira instância recusou as pretensões da jornalista. Essa sentença considerava que o era dito no livro não merecia tutela cautelar e que a liberdade de expressão do autor devia prevalecer. "Na verdade, pese embora se compreenda a indignação da requerente, no caso em apreço uma concepção menos ampla de liberdade de expressão faz surgir o risco de que os tribunais possam funcionar como órgão de censura, inibindo assim a liberdade de expressão, o que não é legalmente admissível aos tribunais", lia-se na decisão agora substituída.» [Público]
   
Parecer:

São muitos mais os PDf que circularam na web do que as edições em papel que serão recolhidas. O destemido jornalista devia indemnizar as vítimas do seu voyeurismo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «lamente que o canalha não pague uns milhares por cada livro vendido e por cada PDF aberto.»
  
 Outra vez o PREC?
   
«Os sindicatos da função pública foram apanhados de surpresa com a intenção do Governo de limitar as progressões na carreira, como noticia o PÚBLICO nesta segunda-feira. A Federação dos Sindicatos para a Administração Pública (Fesap) e a Frente Comum vão pedir uma reunião com o ministro das Finanças para lhe pedir explicações. O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), por seu lado, alerta que quaisquer limites não serão compreendidos pelos trabalhadores que têm as carreiras congeladas há anos.

Helena Rodrigues, presidente do STE, começa por lembrar que as progressões na carreira não são automáticas. “São em função da avaliação de desempenho, que por acaso tem quotas.” E lembra que há muito estão congeladas.» [Público]
   
Parecer:

Pela forma como os sindicatos reagiram à notícia das progressões nas carreiras da Função Pública fica a impressão de que o governo não pode ter qualquer iniciativa legislativa sem consultar primeiro os sindicatos, os da UGT por via da Geringonça e os da UGT por via do PS. Por este andar o melhor é que os sindicatos indiquem um ministro sem pasta para vigiar de perto a acção do Governo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»