terça-feira, fevereiro 21, 2017

Umas no cravo e outras na ferradura




 Jumento do Dia

   
Maria Luís Albuquerque

Não senhor, op PSD não está irritado a grande economista Maria Luís vem dizer-nos que meio país está com inveja dos resultados de 2015. Só se esqueceu do que aconteceu nesse ano, da fraude do reembolso da sobretaxa do IRS, da antecipação de que 700 milhões de receitas fiscais de 2016 e de outros acontecimentos. Tem problemas de memória esta grande economista.

«ntiga ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque (PSD) admitiu esta segunda-feira que possa haver “irritação” com os últimos dados macroeconómicos, por o crescimento ter sido “curto”.

“A haver irritação é por me parecer curto o crescimento. Um país que estava em recuperação devia ter tido em 2016 uma taxa de crescimento superior à que teve em 2015”, sustentou, numa resposta implícita às declarações do líder socialista no fim de semana.

Maria Luís Albuquerque falava aos jornalistas à margem da palestra “Economia para mim” que esta segunda-feira foi proferir para alunos do ensino secundário na Escola Mário Sacramento, em Aveiro, numa iniciativa que considerou importante para a educação financeira dos jovens.» [Expresso]

 A explicação de Marcelo

Marcelo explicou os riscos resultantes da demissão de um ministro das Finanças. Ficou claro o que a direita pretende.

      
 Lisboa e os parolos
   
«Cada um de nós tem os seus lugares numa cidade. Os seus bairros, as suas ruas, os seus miradouros, as suas árvores, os seus prédios. O meu bairro foi sempre a Baixa, desde que, miúda, a minha mãe me levava às compras e a lanchar na Brasileira (a da Rua Augusta, não a do Chiado; essa foi minha muito mais tarde). Nos mais de 40 anos que passaram desde esse amor à primeira vista muito mudou nas ruas do meu bairro - onde vivo desde 1996 - nem tudo para melhor.

Não, não vou fazer deste texto uma catilinária contra o turismo. Também sou turista nas cidades dos outros e a beleza de Lisboa não podia ser para sempre um segredo só nosso - aliás, um segredo só de alguns, porque a maioria até há três anos achava a Baixa, por exemplo, um sítio sem interesse nem para passear, quanto mais viver. Como é tão costume, foi preciso estrangeiros mostrarem-nos o que temos de bom face à "invasão" que está a "destruir o nosso património".

Lamento; quem está e esteve a destruir o nosso património somos nós, os portugueses. Primeiro quando o votámos ao abandono e à ruína - aqueles que agora se queixam do preço do imobiliário na zona mais nobre da cidade acaso repararam que até há três ou quatro anos se vendiam aí apartamentos, e até prédios, baratíssimos? Ninguém lhes pegava: não tinham elevador, não tinham garagem, eram "velhos". Sim: a maioria dos portugueses são saloios. Deliram com chão flutuante, recusam--se a subir sequer dois lanços de escadas e acham que o carro é um prolongamento de si. Não concebem sequer que é possível viver sem ele - como fazem milhões de pessoas nas capitais do mundo ocidental -, mesmo que essa incapacidade implique viver a quilómetros do trabalho e passar horas no trânsito. Quantos amigos e conhecidos me perguntaram ao longo dos últimos 20 anos: "Que horror, como é que consegues viver ali?"

Isto dito, vamos ao segundo ponto - a segunda razão pela qual somos nós que estamos a dar cabo do património. E que também tem tudo a ver com sermos saloios. E gananciosos. Mas sobretudo saloios - querendo dizer tacanhos, ignaros, não sofisticados, parolos. Claro que as coisas mudam. As lojas fecham. Os prédios têm de ser reabilitados, adaptados a novos usos. Tudo isto é assim, por mais que custe - e custa muito às vezes. Mas esse tudo não significa destruir, não significa desvirtuar, não significa o carnaval de horrores em que a Baixa está a ser transformada. Em cada dia que circulo pelo meu bairro vejo coisas inacreditáveis. Prédios de miolo completamente deitado abaixo numa zona classificada onde a classificação inclui o tipo de construção - pombalino não é só um tipo de fachada, sabiam? Lojas que, na maior impunidade, destroem as frontarias de pedra com anúncios e letreiros, inventam datas de abertura e põem decorações de plástico pintadas de dourado a "imitar antigo". E - descobri agora - um dos meus edifícios favoritos, o magnífico e romântico palácio dos Condes de Coculim, no Campo das Cebolas, cuja origem remontará ao século XVI (não há muitas casas, e ainda para mais palácios, no centro de Lisboa com esta idade) e cuja ruína lamento há décadas, acrescentado em altura de forma completamente atamancada, digna dos cataclismos algarvios dos anos 1970 e 1980.

Como é possível destruir assim a frente de rio na zona mais antiga da cidade? Já nem falo da cupidez dos promotores, que quiseram "rentabilizar" o investimento e fazer ali um hotel como se fosse, sei lá, na Praça de Espanha; nem do apuro estético e bom senso dos arquitetos. Falo daqueles que têm o dever legal de preservar a memória e integridade da cidade, os decisores públicos. Como raio justificam os responsáveis da Câmara e da Direção-Geral do Património Cultural o terem aprovado este crime? Enloucaram de vez ou agora assinam de cruz tudo o que diga "hotel" e "cinco estrelas"?» [DN]
   
Autor:

Fernanda Câncio.

      
 A culpada é a ministra
   
«O PSD requereu esta segunda-feira a audição parlamentar urgente da ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, para avaliar o que esteve na origem da fuga no domingo de três reclusos do Estabelecimento Prisional de Caxias.

"Para além do alarme social que esta situação só por si causa, é de uma enorme gravidade os factos apontados na comunicação social como estando na sua origem, como torres de vigilância desativadas e falta de rondas neste espaço prisional devido à falta de guardas prisionais", refere o PSD, no requerimento esta segunda-feira entregue na Assembleia da República.

Para o PSD, a fuga destes três reclusos – dois dos quais já foram detidos – "coloca em causa as condições de segurança no Estabelecimento Prisional de Caxias", pelo que solicitam "com a máxima urgência" a audição da ministra da Justiça na Comissão de Assuntos Constitucionais.» [Expresso]
   
Parecer:

Parece que cada primeira página do CM dá lugar a um a ida de um governante ao parlamento.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
 Vende mais do que o papel higiénico
   
«A primeira edição de Quinta-feira e outros dias, de Aníbal Cavaco Silva, esgotou durante este fim de semana. O livro foi posto à venda na quinta-feira e apresentado nesse mesmo dia, à tarde, no Centro Cultural de Belém. De acordo com um comunicado da Porto Editora, já está a ser distribuída pelas livrarias uma segunda edição do livro, com uma tiragem de 5 mil exemplares.» [Observador]
   
Parecer:

Fica bem nas estantes dos cavaquistas mais resilientes.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Não se compre, é tóxico.»