quinta-feira, dezembro 29, 2016

Umas no cravo e outras na ferradura




 Jumento do Dia

   
Maria Luís Albuquerque

Maria Luís Albuquerque não se conteve e deu a conhecer a tão desejada prenda dos Reis MAgos prometida por Passos Coelho, vai ser uma derrapagem do défice, a dia do fim do ano e quando todos os dados tornados públicos apontam em sentido contrário, parece que Maria Luís sabe de algo mais.

É ridículo que a ex-ministra venham manifestar a sua raiva pelos resultados do perdão fisal, quando ela adoptou a mesma medida, ainda que com o único intuito de obter receita, já que não previu qualquer pagamento escalonado no tempo.

«A vice-presidente social-democrata Maria Luís Albuquerque afirmou esta quarta-feira que o Governo só conseguirá cumprir a meta do défice através de "medidas extraordinárias e irrepetíveis", reclamando que o PSD teve sempre razão.

Considerando que é positivo para o país que seja cumprida a meta do défice, Maria Luís Albuquerque advertiu que "não é algo para alcançar num ano" e que é importante que seja conseguida "com medidas sustentáveis" e não através de medidas que não tem sustentabilidade futura.

Em conferência de imprensa na sede nacional do PSD, Lisboa, Maria Luís Albuquerque referiu-se aos resultados do Plano Especial de Redução do Endividamento ao Estado (PERES), que permitiram uma receita este ano superior a 500 milhões de euros, o que equivale, sublinhou, a três décimas do Produto Interno Bruto.» [Expresso]

 A Geringonça tem de ser perfeita

Ao longo de décadas a direita tem criado uma imagem falsa da esquerda e em especial dos partidos situados à esquerda do PS. Tudo o que está à direita do PSD é direita democrática, mas tudo o que está à esquerda do PS é extrema-esquerda. A direita tem o dom da competência, a esquerda é incompetente e imprevisível. A direita respeita os investidores, a esquerda quer destruí-los. A direita sabe comer à mesa, a esquerda são uns labregos.

Se a um governo de esquerda se exige a mesma competência do que a um governo do direita, a um governo apoiado numa maioria tão difícil que a direita a julgava impossível e por isso mesmo ilegítima, exige-se muito mais do que ser competente. É por isso que a forma de falar em privado de Augusto Santo Silva é inaceitável, da mesma forma que o conceito de conversa privada do professor de Ciência Política Augusto Santos Silva mereceria um chumbo em qualquer escola do ensino básico. Qualquer criança sabe que numa cerimónia política as conversas entre ministros não são privadas, nem versam sobre assuntos privados.

É de lamentar que um governo competente seja prejudicado de vez em quando por baboseiras e descuidos quase ridículos, quando não são os idiotas que dizem serem doutores do que não são, são os ministros professores que nem parecem saber comportar-se como doutores.

 Dúvidas políticas que me atazanam o juízo

Porque será que o Presidente da República terá lamentado a morte de George Michael e nada disse sobre o falecimento de Carrie Fisher? Ainda não percebi se é porque gosta mais de música do que de cinema, se porque o cantor inglês deu um concerto em Coimbra e a actriz nunca cá veio, se Portugal deve mais a um do que a outro ou se porque fez uma sondagem nas redes sociais. Mas lá que deve haver um motivo lá isso há certamente, nem que seja porque o passos Coelho gosta mais de cinema de ficção do que da música do inglês, até porque o ainda líder do PSD, a crer nos castings que fez, prefere a música clássica.

      
 Uma rua sem saída
   
«Na cidade francesa de Beaucaire, há agora uma rua com nome peculiar – "Rua do Brexit". A escolha nasceu da vontade do autarca do município, Julien Sanchez, de homenagear o voto dos britânicos, que decidiram pela saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

Sanchez, membro do partido de extrema-direita Frente Nacional, liderado por Marine Le Pen, decidiu, assim, transformar uma rua sem nome numa homenagem ao "Brexit". Situada na zona industrial da cidade, a "Rua do Brexit" serve “para honrar a escolha soberana do povo britânico”, escreveu o autarca no Twitter.

A peculiar decisão gerou críticas e até algumas piadas. Tudo porque a rua em questão é uma via circular com cerca de 350 metros, que começa e acaba no mesmo local: ironicamente, começa e acaba na rua Robert Schuman, que homenageia o primeiro presidente do Parlamento Europeu e um dos inspiradores da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, que daria depois lugar à Comunidade Económica Europeia.» [Público]
   
Parecer:

A rua escolhida pela extrema-direita francesa para ter o nome de Brexit não podia ser mais perfeita, começa e acaba numa rua com o nome da maior figura da UE, Robert Scuman!
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
  
 Professores universitários sem remuneração
   
«Há 176 professores e investigadores que foram contratados para trabalhar sem serem remunerados, diz a edição desta quarta-feira do Jornal de Notícias. Os dados têm por base informação disponibilizada pelo Ministério do Ensino Superior e o sindicato do setor já veio dizer que esta situação é ilegal, apesar de as instituições discordarem.

Só na Universidade do Porto foram contratados, em 2016, 40 docentes que não recebem, incluindo três professores assistentes que foram contratados para lecionar em mestrados da Faculdade de Medicina Dentária. Os restantes pertencem a categorias superiores, disse a instituição ao Jornal de Notícias.

Na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa, são os investigadores (bolseiros de doutoramento ou de pós-doutoramento) que são convidados a dar aulas sem receber. Em 2016, houve 39 unidades curriculares que foram lecionadas por investigadores nesta condição.» [Observador]
   
Parecer:

Apesar da resposta dos reitores a verdade é que 176 professores nestas circunstâncias parece ser um exagero e se existem situações de abuso estamos perante uma situação de escravatura e os seus responsáveis devem ser punidos de forma exemplar, com a expulsão das universidades.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Investigue-se.»