sexta-feira, abril 08, 2016

Um par de bofetadas


Sei muito bem que não me fica bem andar a prometer bofetadas sempre a quem for e muito menos dizer que me daria um imenso prazer dar umas bofetadas a alguns artistas da nossa praça, não foi assim que me educaram, antes pelo contrário, com quase uma pós graduação em educação católica aprendi que não só não devemos dar bofetadas, como devemos sentir um profundo desejo de dar a outra face se formos nós as vítimas das bofetadas alheias.
  
Mas nem imaginam o prazer que me daria dar um par de bofetadas ao Passos Coelho pelo que me tirou, pelas famílias que destruiu com os seus ódios ideológicos dignos de um cretino, pelos que foram forçados a emigrar em consequência do falhanço da sua desvalorização fiscal. Eu sei muito bem que um democrata espera pacientemente pelas eleições, que um bom cidadão deve confiar na justiça dos homens e que um cristão exemplar confia na justiça divina. Mesmo assim sentiria um grande prazer em dar-lhe um par de bofetadas e acreditem que não era em sentido privado. E o se o Zeca Mendonça andasse por perto, aproveitava para lhe dar um pontapé no traseiro como vingança pelo pontapé que deu ao jornalista.
  
O Vítor Gaspar fez muito bem em fugir do país pois receio que se tentasse dar-lhe um par de bofetadas teria de pedir licença sem vencimento para ir para a fila esperar pela minha vez. Só de pensar na explicação que esse cretino deu do famoso desvio global nem imaginam a vontade que sinto de lhe dar um bom par de bofetadas. 
  
E quantos como eu não gostariam de dar um par de bofetadas ao Paulo Portas? Pior do que isso, dava-lhe uma bofetada por cada submarino, outro par pela famosa cena da fragata que foi mandada para a batalha naval contra a traineira do aborto, outro pelos passeios no famoso Jaguar, mais outro pelos seus negócios na Moderna. Enfim, também fez bem em dar o fora, deixando o Passos a exibir o pin.

O Cavaco talvez se escapasse, mas não porque me falte a vontade, pior do que isso, a vontade de molhar a sopa neste artista já tem mais de duas décadas e razões não me faltam. Ainda ele não tinha comprado o BX e já tinha levado um bom par de bofetadas por conta da revalorização do escudo, quando era ministro das Finanças de Sá Carneiro, decisão que levou o país ao FMI.
  
Mas a lista  dos candidatos aos meus pares de bofetadas não se fica por estes artolas, o Constâncio bem as merece pela vista grossa que fez das vigarices da banca, o António Guterres por ter inventado um pântano para se escapulir a tempo de abichar um lugar lá fora, o Durão pelo que fez aos portugueses e aos europeus ou João Soares quando decidiu descansar durante uma campanha eleitoral e deixou Santana Lopes ganhar a CM de Lisboa.
  
Enfim, lá se foi a minha imagem de democrata, resta-me a consolação de ser dos poucos democratas a ter vontade de andar por aí à bofetada.