segunda-feira, outubro 26, 2015

Umas no cravo e outras na ferradura


  
 Jumento do dia
    
Passos Coelho

Quando pensava que ia governar Passos dizia que era o que faltava que tivesse de governar com o programa do PS, quando Cavaco lhe encomendou o consenso tentou comprar o PS com o lugar de presidente da AR para Ferro Rodrigues, agora que sabe que não vai governar apresenta o programa do PS. Será que está convencido de que os que votaram no PS queriam um governo do PSD e os que votaram na direita queriam um governo do PS?

Parece que agora as propostas do SP já são viáveis e o Marco António já não precisa de vir exigir a sua avaliação pelo Conselho da Teodora ou pela UCTAD.

«Pedro Passos Coelho e Paulo Portas já terão acertado os nomes do novo executivo. Mas o líder do PSD só agora deverá fazer os convites nesse sentido. E como o Presidente da República parte na terça-feira para Roma, só no final da semana Cavaco Silva deverá conhecer e dar posse ao elenco governativo. Os líderes da coligação preparam também um programa de governo ainda com "espírito de compromisso", apurou o DN.

Mesmo com a rejeição anunciada do programa por parte dos partidos da oposição, Passos e Portas vão tentar demonstrar como, até ao fim, mantiveram a vontade de negociar um acordo com António Costa para a viabilização do governo. E deverão, por isso, integrar algumas das propostas do programa eleitoral do PS, que já se tinham mostrado abertos a aceitar nas negociações da semana passada (ver página 7).» [DN]
   
 Presidente irresponsável
  
Depois de quase um ano de permanente campanha eleitoral com a presença activa de Cavaco Silva o país assiste incrédulo ao passar do tempo, há quase um mês que existe um governo cuja única tarefa é arranjar tachos para os boys. Cavaco decidiu fazer uma birrinha de velho decadente nomeando um primeiro-ministro de faz de conta, que vai convidar uns quantos voluntários para fazerem de imbecis de serviço pensando que são ministros para depois elaborar um programa que sabe que vai ser chumbado.
  
Cavaco decidiu encenar toda esta charada para assegurar a estabilidade e a compreensão dos mercados para com Portugal.

 Hipocrisia

Os que aplaudiram o discurso miserável de Caavco Silva foram uns dias depois à Voz do Operário aplaudir a intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa.

 Há gente muito porquinha

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 A promessa de Marcelo

Se depois de ter exercido o cargo de Presidente da República Marcelo comunicasse que prescindia de qualquer regalia inerente ao cargo que ocupou até eu o aplaudiria, ainda que não ficasse muito preocupado com ele pois calculo que teria muitos gabinetes luxuosos e palacetes onde se instalar, a começar pelos do seu amigo Ricardo Salgado. Mas vir armado em populista fazer essa promessa antes das eleições como se os seus antecessores tivessem sido uns oportunistas enquanto ele se sacrifica pela pátria só merece uma resposta, o desprezo. Quando concorreu autarquia da capital Marcelo foi nadar no meio dos cagalhões, parece que não mudou de hábitos.

      
 Vasco Gonçalves em Belém
   
«Dado que os partidos das esquerdas admitiram que ainda não tinham um acordo e continuavam a negociar, andou bem o Presidente da República em ter convidado a coligação PAF para formar governo.

Depois disto, Cavaco Silva, na sua declaração, concentrou-se em tornar-se a maior fonte de instabilidade do país. Assistimos a uma nova versão de Vasco Gonçalves, Cavaco trouxe o famoso discurso de Almada para Belém - como há quem não consiga sair do PREC, talvez a referência ajude - tornando-se ainda mais num fator de divisão dos portugueses e ajudou a aprofundar o clima de grande crispação em que vivemos.

Em primeiro lugar, mostrou que andou a brincar connosco quando apelava ao diálogo e aos consensos. Um indivíduo que vem furibundo praticamente insultar quem toma caminhos diferentes dos que ele defende não quer conversas, quer apenas impor a sua vontade. O que o impedirá de dizer ao BE e ao PCP que devem também recuar em certas posições, ceder noutras e por aí fora? Há um milhão de pessoas com quem não se pode dialogar? Há um milhão de portugueses que o Presidente da República não representa? Preferirá Cavaco Silva que essas forças permaneçam à margem do sistema, que não se fale com elas? Será que não percebe que é a melhor forma de crescerem e de se radicalizarem ainda mais? Bom, já não tenho grandes dúvidas sobre quem são os extremistas e os revolucionários nesta história toda.

Em segundo lugar, iniciou a execução duma estratégia de que vamos ouvir falar muito nos próximos dias. A que diz que só podemos votar nos partidos que os mercados achem os indicados. A que, no fundo, grita que a nossa democracia é uma fantochada.

Cavaco implorou aos nossos credores para que nos colocassem em maiores dificuldades económicas. Não fosse os mercados e os credores estarem distraídos e ele se encarregou de os chamar para que nos viessem dar o corretivo, até que ganhássemos juízo.

Vamos ter muitas declarações de destacados dirigentes europeus, de representantes de grandes bancos, de empresários nacionais e internacionais nas próximas semanas a lembrar-nos que isto é tudo muito bonito mas eles é que sabem.

O que vale é que já todos percebemos que para Cavaco tudo serve para que obtenha aquilo que quer, se não podíamos perguntar-lhe se um governo sem o apoio da maioria no Parlamento, sem Orçamento, sem conseguir aprovar leis, serão coisas boas para que os mercados e os credores tenham confiança no nosso país?

Em terceiro lugar, apelou a uma rebelião no PS. Logo ele, que enquanto líder do PSD não pactuava com a mínima dissensão no seu grupo parlamentar.

Não deixa de ser estranho que o político profissional mais antigo e experiente de Portugal não tenha percebido que dessa forma iria acabar com a mais pequena hipótese de aparecerem vozes dissonantes entre os socialistas. Aliás, quando marginaliza BE e PCP também não faz mais do que atirá-los para os braços do PS.

Não seria impossível dar uma ajuda maior a António Costa na tarefa a que o socialista se propôs de unir o partido e as outras esquerdas. O PCP agora comerá uma manada de elefantes, não há UDP que consiga estragar a festa a Catarina Martins, não há segurista que faça cara feia.

Em quarto lugar, o novo Vasco Gonçalves da direita revolucionária decidiu entrar em guerra aberta com os representantes do povo: os deputados. Bem sabemos que um revolucionário a sério sabe o que o povo quer e não precisa que esquemas reacionários, como o voto, interfiram na sua linha de ação.

É verdade que tanto o Presidente como a Assembleia têm a mesma fonte de legitimidade, o povo, mas é também bom recordar que é do Parlamento que sai o governo e aos deputados que cabe avaliar da sua viabilidade. O que Cavaco se prepara para fazer, ameaçando não indigitar uma outra possível solução governativa, é um ataque frontal e radical ao Parlamento e ao regular funcionamento das instituições.

Ao Presidente não cabe analisar programas de governo, não cabe votar orçamentos nem leis, isso são tarefas dos deputados. São eles que aprovarão ou reprovarão as leis, que imporão ao governo uma linha de ação. O Presidente não promulgará? Barricar-se-á em Belém até o seu mandato acabar?

O Presidente pode tentar convencer os partidos a mostrarem-lhe um acordo claro, sólido, com garantias de respeito pela Constituição e pelos acordos internacionais, mas pouco mais do que isso. Pouco mais do que algo quase pedagógico.

Bem sei que Passos Coelho terá pouca vontade de liderar um governo de gestão (o buraco BES vem aí e agora já sabemos que a devolução da sobretaxa era uma treta eleitoral), mas ninguém como ele sabe o quão importante é deter o poder, seja em que circunstância for.

Penso que não serão precisas explicações para que se perceba o efeito no país e na economia dum governo em gestão durante dez meses, da culpabilização deste e daquele pela situação, pela confusão que iria reinar. Lá está, Cavaco "Vasco Gonçalves" Silva e o processo revolucionário em curso.» [DN]
   
Autor:

Pedro marques Lopes.

      
 Estará com os copos?
   
«O vice-presidente e porta-voz do PSD, admitiu, este domingo, no Porto, a possibilidade de a Coligação Portugal à Frente retomar o diálogo com o PS, sublinhando que o programa socialista tem “muitos pontos de contacto” com o do PSD/CDS.

“Acreditamos que o PS tem sempre a oportunidade para corrigir a trajetória errada que está a fazer relativamente à história, porque a sua história não é no sentido desta trajetória, estamos a um mês do 25 de novembro e recordamos a importância que o PS teve para ajudar a cimentar valores de democracia que nós perfilhamos“, afirmou.

Em declarações aos jornalistas, no final de um encontro com dirigentes da JSD do distrito do Porto, Marco António Costa disse que a coligação nunca fechou as portas ao diálogo. “Julgo que toda a gente já percebeu que o simulacro que tivemos até aqui com o PS é porque efetivamente há uma ambição pessoal de alguém que quer sobrepor a sua ambição aos interesses nacionais”, sustentou.» [Observador]
   
Parecer:

A direita nada fez para negociar o que quer que fosse convencida do apoio e da chantagem de Cavaco, andaram a gozar e recorreram a todos os truques para dividir o PS e lançá-lo numa crise interna para pouparem Passos e manterem-se no poder. Ainda não perceberam que estão mesmo perdidos e que agora vão ter de provocar o sabor da sua grande vitória. Custa-lhes largar o poder.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mande-se o rapazola à bardamerda.»


   
   
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