domingo, março 22, 2015

Umas no cravo e outras na ferradura



   Foto Jumento


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Melro no Jardim Gulbenkian, Lisboa
  
 Jumento do dia
    
Pires de Lima, Bobo da Rua da Horta Seca

O sempre divertido e comediante Pires de Lima sempre tem dito que não se mete nas empresas para justificar o seu alheamento em relação às situações difíceis das quais quer tirar o rabinho para fora. Mas pela forma como fala agora da PT até se fica com a sensação de que tem acções na Altice ou que já tem para onde ir depois de ser ministro npois fala como se fosse ele a mandar na empresa.

«A Altice vai trazer para a PT uma “gestão mais transparente e uma melhor responsabilidade social”, acredita o ministro da Economia, António Pires de Lima. Em novas críticas a Henrique Granadeiro, Zeinal Bava e Ricardo Salgado, citadas pelo Expresso, Pires de Lima sublinha a vantagem de a Altice “ter capital” e defende, também, que a empresa francesa “não vai usar a PT Portugal como mealheiro e vai acabar com os tachos e tachinhos” na empresa.

Enquanto a empresa francesa aguarda a autorização da Autoridade da Concorrência para concluir a compra da PT, António Pires de Lima diz ao Expresso que “responsabilidade social não é apenas não despedir as pessoas quando isso não é necessário, é ter gestores íntegros e transparentes”. É essa “mudança” que o ministro da Economia espera que a Altice traga.» [Observador]

 Estará António Costa enterrando o seu ímpeto opositor?

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A pequena e frágil árvore parece mesmo um símbolo do ímpeto oposicionista que António Costa prometeu a quem o apoiou para chegar a líder do PS. Ou será que está plantando a árvore do ímpeto opositor na esperança de evrmos frutos daqui a duas legislaturas?

 Cofres cheios

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 E os processos disciplinares?

O sindicalista do STI parece estar tão preocupado c om a sua promoção pessoal e com a sua lista de saneamentos que se esqueceu de exigir o fim dos processos disciplinares por voyeurismo às vítimas heróicas da perigosa lista VIP.
  
 Sondagens

O nervosismo perante sondagens desfavoráveis conduz a muitas asneiras.

      
 Se querem que vos diga, voorpret, tsundoku e mamihapinata
   
«Mudita, conhece? Se o leitor tiver boa índole, mesmo não relacionando a palavra, já a viveu. Vou explicar-me em contramão: o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, dá a sensação, por vezes, de conhecer bem o antónimo, a famigerada schadenfreude, a palavra alemã que quer dizer satisfação com mal dos outros. Em língua sânscrita, mudita significa o gosto pela felicidade alheia. É tão raro, que só se usa numa língua morta como o latim. Pois foi com uma... ai, como dizer?, falta-me a palavra, uma... uma mudita, isso, foi com uma mudita que acabo de saber que os americanos querem roubar essa palavra para a língua inglesa. O site BuzzFeed fez uma lista de palavras estrangeiras que mereciam ser sujeitas a uma operação-relâmpago dos marines: "28 Belas Palavras Que a Língua Inglesa Deveria Roubar." Mudita vem à cabeça da lista, na qual também aparece uma palavra portuguesa.

Há alguma justiça de balança comercial na intenção do BuzzFeed, porque geralmente a língua inglesa exporta, não importa. Mas, agora, o inglês pretende recolher algum artesanato, em forma de palavra, que as outras línguas esculpiram ao longo de séculos. O vocábulo português que está na lista, "desenrascanço" (lugar 14), ilustra bem quanto o negócio vai ser favorável à América, Reino Unido e a toda Commonwealth. Sim, somos exímios no desenrascar. Mas para chegarmos ao apuro de deixar as coisas por fazer até ao último minuto e, num repente, encontrar uma solução satisfatória, saiu-nos do pelo. E eles vão tê-lo de graça.

Desde logo, até chegar à técnica que levou, agora, à inveja universal, calculem as falhadas vezes em que, no último minuto, o advogado português não meteu a ação a tempo, em que o governo português perdeu os fundos comunitários por o pedido chegar fora de prazo e o carpinteiro português ficou sem a encomenda porque o cliente arranjou outro carpinteiro, no último minuto, por já não acreditar que ele fosse cumprir. E, depois, aos brilharetes que o desenrascanço já nos proporcionou, há que descontar o vício de procrastinar com que ele nos inoculou. Olhem, procrastinar é que era uma bela palavra para vendermos para fora, se tivéssemos a garantia de que ela ia sem retorno. Entretanto, chave na mão, os americanos vão ficar com a palavra desenrascanço, que os ajudará, pelo menos, a compreender o MacGyver, esse transmontano que não sabia que o era.

Nós devíamos aproveitar o trabalho dos outros - como essa lista do BuzzFeed - e ganhar palavras de que bem precisamos. Claro, komorebi, palavra japonesa para luz do sol filtrada através das árvores da floresta, e mangata, sueca, a rota da Lua refletida na água, podem servir em certas ocasiões românticas. Mas o vocabulário deve ter funções mais práticas: voorpret, eis uma palavra de que precisamos como de bom som para a boca. Todos conhecem aquele sentimento de prazer que toma conta de nós antes de acontecer aquilo que o causa (é esse o sentido de voorpret em holandês). Ora o que sucede, por cá, a um tipo da oposição ao saber que vai sair uma revelação escandalosa a um tipo do governo (ou vice-versa) - com a longa descrição, passou tanto tempo que, entretanto, já saiu um escândalo ao contrário, nem deu para haver prazer. Com a curta voorpret podíamos voltar a ter políticos felizes (embora por breves momentos).

Já de tsundoku, do japonês, não precisamos. Define "o livro não lido em cima de pilhas de outros livros não lidos". Já temos parecido com tsundoku, só que lhe chamamos "inquéritos instaurados com urgência". Mas da Terra do Fogo e do seu dialeto yagán vem uma palavra, mamihapinata, que é bem capaz de ser útil lá para o outono. Quer dizer "um olhar sem palavras entre duas pessoas que desejam a mesma coisa, embora estejam ambos relutantes em dar o primeiro passo"... Se estivermos atentos à mamihapinata seremos capazes de topar um Bloco Central antes de ele ser anunciado.
Agora, goya, palavra do urdu (Paquistão), é de pôr completamente de lado, pelo menos para o período eleitoral. Significa a suspensão da descrença que ocorre quando estamos perante uma boa história contada, e que passa a parecer mesmo verdadeira e real. Se estiver a ler um programa eleitoral e sentir goya, aprenda rapidamente jayus, do indonésio. É aquele tipo de piada tão sem graça e mal contada que a única coisa a fazer é dar uma gargalhada.» [DN]
   
Autor:

Ferreira Fernandes.


 O grande opositor
   
«A luta política, nos próximos meses, vai ser animada. O PS quer mostrar que é uma alternativa ao Governo de Passos Coelho e Paulo Portas e o Governo quer vincar que o caminho socialista nada tem a ver com o que o país está a tomar. Mas a verdade é que, de forma mais ou menos discreta, tem havido áreas em que os dois se cruzam. PS e Governo têm negociado e aprovado algumas alterações legislativas importantes na Assembleia da República, desde as medidas anti-terroristas às de combate à corrupção.

O líder parlamentar do PS, Ferro Rodrigues, justifica ao Observador alguns entendimentos, dizendo que há consensos que são “imperativos”, sobretudo no que diz respeito a áreas de soberania. Foi o caso da legislação contra o terrorismo e a corrupção: “Nas grandes questões nacionais, nomeadamente nas áreas de soberania – como foi o caso do combate ao terrorismo – tem sido possível fazer essa distinção em que o consenso é imperativo e necessário, já”, diz. Mais tarde, é possível haver acordos, mas só “depois de eleições, à volta de um novo programa e de novas políticas para Portugal”. Esse consenso no futuro não tem de ser “necessariamente com os mesmos parceiros”.» [Observador]
   
Parecer:

Derrubou o Seguro com o argumento de que não fazia oposição e agora fez da sua liderança um estágio de coligação com a direita.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 Uma boa ideia
   
«O líder do PS, António Costa, afirmou, este sábado, que o partido vai remeter para o Ministério Público (MP) o caso dos alegados contribuintes VIP, por considerar que “há fortes indícios de práticas criminais”.

“O PS já pediu uma certidão das declarações que ontem [sexta-feira] foram prestadas [na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública], de forma a serem remetidas ao MP para a competente investigação, já que há fortes indícios de práticas criminais relativamente a esta matéria”, referiu.» [Observador]
   
Parecer:

É evidente que ou o destemido sindicalista mentiu ou quem mentiu foram os ex-dirigentes da AT e ainda que seja questionável que ter projectos seja um crime ´bom que se apure toda a verdade.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao grande opositor que exija celeridade no processo e que assuma a responsabilidade de quando se souber toda a verdade assumir todas as consequências da forma como se aproveitou deste casinho.»

 Portugal está melhor mas andou para trás
   
«O líder do PS, António Costa, afirmou hoje, em Barcelos, que Portugal, nos últimos quatro anos, andou "muitas décadas para trás", apontando como exemplos a produção de riqueza, o emprego e o investimento privado.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Para os chineses António Costa tem marcha avante, para os portugueses tem marcha atrás.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 Oficiais chumbam o ministro da Defesa
   
«O ministro da Defesa não tem defendido corretamente a instituição militar e a intervenção dos dirigentes políticos nas Forças Armadas tem sido excessiva, aponta um inquérito realizado pela Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA).

Segundo os resultados do inquérito, a que a agência Lusa teve acesso, nenhum dos 1.227 oficiais inquiridos considera que José Pedro Aguiar Branco esteja a cumprir o seu papel.
  
Neste inquérito, que é apresentado esta tarde num encontro promovido pela AOFA em Lisboa, 74,9 por cento dos militares aponta as associações socioprofissionais como entidades que melhor têm defendido as Forças Armadas, com 16,2% a acharem que ninguém se tem batido pelos seus "direitos e interesses".

Por outro lado, 88,3% dos inquiridos consideram que a influência dos políticos nas Forças Armadas deveria ser mais moderada e 62,2% que a forma como são escolhidas as chefias militares é o fator que mais contribui para a influência político-partidária na instituição castrense.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Têm razão, o homem é um autêntico comandante zero.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»
  
 Só agora?
   
«O Bloco de Esquerda acusou hoje a ministra das Finanças de repetir "propaganda do fascismo" ao dizer que Portugal tem "os cofres cheios", advogando que existe "uma dívida gigantesca com o país" e às vítimas da austeridade.

As posições da porta-voz bloquista, Catarina Martins, foram assumidas no discurso de encerramento de um comício "Unidos contra a austeridade", promovido pelo BE no Fórum Lisboa, após intervenções da eurodeputada bloquista Marisa Matias e de Rafael Mayoral e Costas Zachariadis, respetivamente dirigentes do partido espanhol Podemos e do Syriza, da Grécia.» [DN]
   
Parecer:

Em relação à crítica feita aqui no Jumento e agora repetida pela líder do BE há quase uma semana de atraso.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
  
 Já estão preparando o funeral de Passos Coelho
   
«O ex-vice-presidente da bancada do PSD tem sido contactado por militantes que o querem como candidato a líder. Ao DN admite que, após as legislativas, não se demitirá de intervir na vida do partido

Ainda não se fazem rodagens a citroëns nem se fala em Cristo descer à terra, mas no PSD já se perfilam candidatos para o pós-Passos. Que em caso de derrota nas legislativas, é já em 2015. E a ala barrosista tem um palavra a dizer: um grupo de militantes está pronto a apoiar José Eduardo Martins caso Rui Rio não avance. No PSD emergem, para já, seis potenciais sucessores do atual líder.

Questionado pelo DN sobre a candidatura a líder, José Eduardo Martins admitiu ter sido desafiado por militantes e revelou: "A seguir às próximas legislativas não me demitirei de defender as minhas convicções e de dar as minhas opiniões no partido". Porém, adverte que este não é o momento de anunciar o que quer que seja, pois "o PSD está empenhado numa disputa eleitoral e em ganhar ao PS, a bem do país, para não regressarmos ao passado".» [DN]
   
Parecer:

Agora só falta declarar Passos Coelho como cadáver político e pedir às carpiderias que iniciem o seu desempenho artístico.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pelo óbito.»
  

   
   
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