sábado, janeiro 17, 2015

Umas no cravo e outras na ferradura


  
 Jumento do dia
    
Pires de Lima, o cómico da Rua da Horta Seca

Há muito tempo que alguma direita mais imbecil tenta limitar o alcance do poder dos sindicatos tentando limitar as consequências da sua acção aos seus associados, é o caso, por exemplo, do direito à greve, por mais de uma vez gente dos patrões tentou limiar o direito ao seu exercício aos sindicalizados no sindicato que apresenta o aviso de greve.
 
Ontem o país viu dois imbecis usaram o acordo com uns quantos trabalhadores da TAP como uma grande conquista governamental, o cabeça rapada dos transportes até desvalorizava o impacto desta paz no valor da empresa, e pelo menos nisso ele estava certo, os trabalhadores envolvidos são tão poucos que o custo do acordo é simbólico.
 
Como castigo para os trabalhadores não sindicalizados ou sócio dos sindicatos que não comeram na mão do cabecinha rapada este decidiu com aquele ar de cátedra a que já nos acustumou, ficavam de fora das benesses da "paz social", isto é, amanhã o primeiro critério a considerar para o despedimento é se assinou ou não um acordo com o cabecinha rapada, se assinou está garantido por alguns anos, se não assinou então que assine para a próxima pois está lixado.
 
Animado com o brilhantismo intelectual do seu secretário de Esatdo o cómico da Rua da Horta seca pôs o seu ar de rapaz inteligente e permuado e foi à TVI 24 confirmar o castigo aos trabalhadores malandros que não lhe comeram na mão. Mas tratava-se de uma piada, no dia seguinte o palerma mostrou que conhecia a lei e até garantiu que como não podia deixar de ser a paz social era para todos e não apenas para os mais baratos.
 
lamentavelmente os sindicalistas da terta que falavam da defesa do interesse nacional e que recuaram a troco de uma gorjeta concordaram com Pires de Lima em tramar os trabalhadores que não eram sócios dos sindicatos. Isto não é sindicalismo, é pura canalhice. Termina aqui qualquer gesto simpático com a UG. Se a CGTP está ligada ao PCP, a UGT está minada pelo oportunismo e está ao serviço do patronato.

«Não haverá qualquer processo de despedimento coletivo na TAP durante um período de 30 meses após a privatização ou enquanto o Estado mantiver a posição de acionista na empresa. Nem para os trabalhadores representados pelos nove sindicatos que aceitaram desconvocar a greve, nem para os restantes três que mantiveram a posição inicial. A garantia foi dada pelo ministro da Economia, António Pires de Lima, depois da cerimónia de assinatura do acordo que juntou à mesa Governo e nove dos doze sindicatos da TAP.

Foi o próprio, em declarações aos jornalistas, que se prestou a esclarecer a posição que tinha assumido na quinta-feira, na TVI24: na altura, tinha afirmado que o acordo na TAP só se deveria aplicar a quem se associou ao objetivo da paz social, o que parecia insinuar que os trabalhadores representados pelos três sindicatos que não aceitaram sentar-se à mesa das negociações e desconvocar a greve não estavam abrangidos por esta medida de proteção laboral. O Observador sabe que esta hipótese esteve em cima da mesa e que o Governo chegou mesmo a estudar as implicações jurídicas de uma aplicação apenas parcial. Mas o primeiro-ministro não quis correr riscos processuais na privatização, considerada como essencial para a viabilização da empresa.

O Observador sabe, também, que esta opção era apoiada pelos nove sindicatos – que pertencem ou são próximos da UGT. Mais: de acordo com o Público, os três sindicatos que se posicionaram do outro lado das trincheiras – próximos da CGTP – sofreram, nos últimos dias, um decréscimo no número de membros – depois das notícias que davam conta de que apenas alguns trabalhadores estariam abrangidos pelo acordo, houve quem pedisse para trocar de sindicato ou para se inscrever pela primeira vez num dos sindicatos que aceitaram desconvocar a greve.» [Observador]

 
 Que fazer aos terroristas
   
«Já lá vão seis dias desde que os irmãos Kouachi, autores do ataque à redação do Charlie Hebdo que provocou 12 mortos, e Amedy Coulibaly, que matou cinco pessoas, perderam a vida. São os três franceses que nenhuma cidade em França quer enterrar. Por enquanto os corpos estão com as autoridades e, de acordo com o New York Times, ainda ninguém os reclamou. Mas o jogo do empurra não poderá durar muito mais tempo.

A lei francesa dita que os mortos devem ser enterrados no seu distrito ou no local da morte. Mas nem Gennevilliers, nem Reims, querem ceder uma última morada a Cherif e Saïd Kouachi, que ali residiram até serem mortos na passada sexta-feira, em Dammartin-en-Goële. Esta última também não os quer enterrados no seu território mas, em declarações ao Le Figaro, as autoridades disseram que serão obrigadas a cumprir a lei caso recebam um pedido para sepultar os dois irmãos.» [Observador]
   
Parecer:

Mandem-nos para o Califado.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se a sugestão.»

 O Machete é sempre o último a saber?
   
«Um cidadão português terá sido detido no Iémen por suspeita de ligação à organização terrorista Al-Qaeda, uma informação que as autoridades portuguesas disseram à Lusa desconhecer.

O jornal belga La Libre Belgique avançou a notícia da detenção de três homens — um português, um belga e um somali -, no início deste mês em Sanaa, capital do Iémen, estando um deles na posse de material de propaganda da Al-Qaeda, encontrada no interior de um carro que foi sujeito a uma operação policial.

A Lusa tentou confirmar esta informação junto do ministério da Administração Interna, mas ainda não conseguiu uma resposta. “O ministério dos Negócios Estrangeiros não tem conhecimento” deste caso, disse à Lusa fonte oficial do Palácio das Necessidades. Também o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, disse desconhecer o caso.» [Observador]
   
Parecer:

Este ministro é mesmo divertido, não sabe nada nem de nada.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «»

 Más notícias para a direita
   
«Uma sondagem esta sexta-feira divulgada pelo Expresso dá conta que todos os potenciais candidatos de direita – Marcelo Rebelo de Sousa, Pedro Santana Lopes e Rui Rio - , se concorressem nas eleições presidenciais contra um dos Antónios da Esquerda (Guterres ou Vitorino) perderiam.

Com esta simulação de votação os portugueses deram um sinal político claro. Novo Presidente da República de direita, não. É que, em termos concretos, os candidatos do espetro mais à direita do sistema político português apenas conseguiriam alcançar uma vitória se o concorrente escolhido pela Esquerda, nomeadamente, o PS, fosse Sampaio da Nóvoa.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Coitados.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aposte-se que Santana nunca se demitirá da Santa Casa para se candidatar.»