domingo, dezembro 28, 2008

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Pôr-do-sol no dia de Natal (imagem de A.C.)

IMAGEM DO DIA

[Yongyot Pruksarak/European Pressphoto Agency]

«Thai and foreign relatives of tsunami victims lit candles in sand holes to mark the fourth anniversary of the tsunami that killed more than 5,000 people in Thailand at Patong Beach, on Phuket Island. » [The New York Times]

JUMENTO DO DIA

Cavaco Silva, Presidente da República

Questionar neste momento as previsões do OE é a mesma coisa que questionar o ministro sobre as medidas que adoptou face às condições climáticas do próximo mês de Junho, só serve para lançar confusão, precisamente num momento em que a política económica do governo deve ter como prioridade a crise económica.

Do que Cavaco Silva disse durante a campanha eleitoral presidencial pouco mais fica do que a sua constante afirmação de disponibilidade para ajudar o Governo com a sua experiência e conhecimento no domínio da política económica, algo que nunca fez tendo preferido colar-se aos sucessos governamentais e à intriga política desde que Manuela Ferreira Leite lidera o PSD.

Se Cavaco questiona o OE deve ter a coragem política de adiantar números para as previsões dos diversos indicadores económicos que considera serem os indicados a considerar. Em vez de intriga, agora no domínio da política económica, deve cumprir com o que prometeu aos portugueses e ajudar, mesmo que isso o responsabilize politicamente.

Os portugueses elegeram-no para presidir com base no que prometeu e não para transformar o Palácio de Belém numa sede de intriga conduzida pelos seus assessores e, muito menos, numa sede de campanha para a reeleição. O país precisa mais de quem está disposto a servir do que a aproveitar as circunstâncias, mesmo s mais complexas, para cuidar da sua imagem ou para apoiar a sua corte de cavaquistas, incluindo trafulhas da banca.

AVES DE LISBOA

Verdilhão [Carduelis chloris] tomando banho à chuva, Cidade Universitária

O FACTO E O QUE É IRRELEVANTE

«Leio uma notícia sobre a aula onde alunos do 11.º ano de escolaridade (tendo à volta de 16, 17 anos) apontaram uma pistola de plástico a uma professora: "Na origem deste caso (...) está um vídeo, com cerca de 30 segundos, filmado com um telemóvel, que mostra um grupo de alunos a ameaçar a professora de Psicologia com uma arma de plástico." Eu quero fazer uma rectificação: na origem deste caso não está vídeo nenhum, como na origem da queda das Torres Gémeas não estão os filmes, que todos vimos, dos aviões a embater nelas. Na origem deste caso estão alunos a apontar uma pistola de plástico a uma professora. Faço a rectificação também porque a presidente da Associação de Pais da Escola do Cerco, no Porto, achou necessário informar que não foram os alunos que colocaram o filme no YouTube, mas "alguém que não é amigo deles." Eu, se fosse da Associação de Pais daquela escola, focalizaria toda a minha atenção no facto maior, aquele que é "a origem deste caso": alunos de 16, 17 anos apontarem uma pistola de plástico a uma professora. Enquanto estes factos extraordinários forem lavados com água de malvas, continuaremos a ter estes factos extraordinários.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

CAPITALISMO, DINHEIRO E ÉTICA

«Há milhares de empresas, grandes, pequenas e gigantes, espalhadas por esse mundo fora, onde a gestão é bem feita, o trabalho é sério, a produção é de qualidade e a comercialização é adequada. E, todavia, estão à beira da falência, suspendendo a produção, fechando para férias não desejadas nem previstas ou suplicando a ajuda dos governos. E, porquê? Porque o mercado não quer os seus produtos, porque não são concorrenciais? Não, porque o mercado não tem dinheiro para comprar o que produzem. E não tem, porque as poupanças médias foram sorvidas, melhor dizendo, roubadas, pelo sector financeiro especulativo. Não há dinheiro na mão dos consumidores porque os Oliveira Costa, os Rendeiros, os Madoff deste mundo agarraram nas poupanças que lhes confiaram e desbarataram-nas de duas maneiras: ou aplicando-as em pura especulação, sem qualquer critério de prudência e boa gestão; ou, pura e simplesmente, roubando-as, em benefício próprio.

Bernard Madoff representa o ponto extremo do capitalismo de sarjeta tão caro ao espírito «laissez faire, laissez passer» que os liberais dos tempos modernos nos venderam como cartilha tão infalível quanto a do marxismo-leninismo. Ambas têm em comum a capacidade notável de conduzir as nações à ruína, em benefício de uma restrita elite: a da casta dos «play-makers» da alta finança ou a dos quadros do Partido. Nicolae Ceausescu, que chefiava uma nação comunista e miserável, vivia rodeado de mordomias só comparáveis às dos marajás da Índia imperial: mas era tido e louvado como um ‘revolucionário socialista’. Bernard Madoff, que simbolizava exemplarmente o sonho americano de vir do nada até ao infinito, era cativante, ‘moderno’, filantropo, sócio do Palm Beach Country Club, garantia de seriedade e profissionalismo: um génio da finança, que se dava ao luxo de não aceitar qualquer cliente para a sua ‘grande mentira’. Com uma diferença: Ceausescu só enganava quem se queria deixar enganar; Madoff enganou todos, ao longo de trinta anos, e, entre eles, os melhores bancos do planeta, a fina flor dos analistas financeiros e as autoridades de suposta vigilância dos mercados americanos. Ah, e outra diferença: Ceausescu acabou preso e executado; Madoff está em casa, de pulseira electrónica e rodeado de luxo. Dir-me-ão que Ceausescu foi responsável pela morte de milhares de pessoas e Madoff não. Até certo ponto: Madoff levou e levará milhares de pessoas ao desemprego, milhares de famílias à miséria, dezenas de organizações de beneficência ao fim, alguns, mais desesperados, ao suicídio. Estou como o dr. Mário Soares: terá de haver sangue. Mas, forçosamente, suor e, desejavelmente, lágrimas.

Isto não é apenas uma crise económica, nem o resultado das aventuras criminosas de algumas ovelhas tresmalhadas do rebanho. Isto é, sobretudo, o resultado de uma crise de valores — políticos, sim, mas também éticos. É o resultado de o Estado se ter demitido do seu papel de vigilância e controlo dos poderosos e de a sociedade se ter dispensado de questionar a origem dessas súbitas e espantosas fortunas que cresceram debaixo dos nossos pés. O dinheiro deixou de ser um ponto de chegada para passar a ser um ponto de partida. Dantes, era necessário justificar socialmente a origem do dinheiro e nem mesmo os novos-ricos legítimos eram bem aceites; hoje, é o dinheiro que, por si só, justifica tudo. Lembro-me de o meu pai me contar que, num julgamento onde participava, apareceu para testemunhar um senhor com um ar importantíssimo e cheio de si que, perguntado pela profissão, respondeu: — Capitalista! A sala rebentou numa gargalhada e o juiz interpelou-o: — Isso não é profissão... — Pode crer que é, sr. dr. juiz! — volveu o tipo, sempre seguro de si e da sua importância. Sem o saber, estava, contudo, apenas a antecipar o que viria a ser a regra banal dos tempos de hoje. Nesses tempos de então, o homem mais rico de Portugal, António Champalimaud, detestava que alguém se atrevesse a tratá-lo por ‘capitalista’ e definia-se sempre como um ‘industrial’ — palavra que, a seus olhos, tinha quase uma conotação marxista, de quem se impunha pelo seu trabalho, pelo seu talento, pela obra feita e pela riqueza criada. Hoje, um dos homens que integra a lista dos dez mais ricos de Portugal, entrevistado neste mesmo jornal há tempos, revelava com orgulho que não dava trabalho a mais do que meia dúzia de ‘colaboradores’. Era e é um mero especulador bolsista, aplicando a velha máxima marxista de que o dinheiro gera dinheiro e convencido de que é um génio da finança e da ‘gestão’. Espero que esteja agora afogado nos fundos Madoff ou em barris de petróleo comprados a 147 dólares o barril, enquanto nós e o país sofríamos com os preços inflacionados por estes abutres do sistema...

A crença de que a sociedade e o poder político se tinham desinteressado de questionar a origem das fortunas e a legitimidade dos negócios puramente especulativos levou a uma espécie de embriaguez moral, que corrompeu sem remissão excelentes quadros financeiros, extremosos chefes de família e devotos cristãos sem mácula. Quando leio que as administrações do BCP — esse «case study» da excelência bancária — criaram dezassete «off-shores», que, entre outras coisas pouco recomendáveis, poderão ter servido também para comprar anonimamente acções do próprio branco e assim fazer subir artificialmente as suas cotações (e, logo, fazer empolar os resultados do exercício e os prémios de gestão dos próprios administradores), apercebo-me de que isto, a confirmar-se, é a completa falta de vergonha. Eram os gestores a usarem o dinheiro do banco para, indirectamente, se enriquecerem a si próprios. Ou seja, roubarem o próprio banco que geriam. E ainda querem a prisão preventiva para quem assalta carros?

Vi há dias uma manifestação de desempregados do Norte, gente que viu ir à falência uma série de empresas que nem sequer lhes pagaram os salários até ao encerramento. Eram umas duas centenas de trabalhadores, em representação de cerca de 6000 que estão nestas condições e que reclamavam uma coisa muito simples: se há dinheiro do Estado para pagar os buracos dos bancos, por que não há dinheiro para lhes pagar a eles e depois ir executar as empresas? De facto, eles têm toda, absolutamente toda, a razão. Trata-se de 90 milhões de euros que lhes são devidos — em comparação com os mil milhões já injectados nessa vergonha do BPN ou os 450 milhões de aval (obviamente perdidos) nessa brincadeira do BPP. É indispensável que haja um mínimo de moralidade em toda esta escandaleira. É preciso que não sejam os contribuintes e os trabalhadores sem culpa alguma a pagar a factura dos crimes alheios, para que eles fiquem apenas menos ricos e impunes e possam, mais adiante, retomar o «business as usual» e voltar a reclamar os mesmos privilégios, atenções e louvores do costume. Por muito menos do que isto fizeram-se revoluções. » [Expresso assinantes]

Parecer:

Por Miguel Sousa Tavares.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

50 AGRESSÕES EM ESCOLAS LEVAM A HOSPITAL

«Segundo dados do Ministério da Educação e do Observatório de Segurança em Meio Escolar já publicados, no ano lectivo 2006/2007 existiram 1424 agressões ou tentativas de agressões nas escolas, sendo a violência entre alunos a mais recorrente (1092 dos casos identificados). Quanto aos professores e funcionários, foram as vítimas em 332 dos casos. » [Diário de Notícias]

Parecer:

Se nessas agressões estão incluídos os típicos pares de estalos e sabendo-se que hoje se vai ao hospital por tudo e por nada estes números não serão assim tão grave, estamos a falar de muitas centenas de ensino e de centenas de milhares de alunos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Analisem-se os dados com bom senso e sem alarmismos oportunistas.»

"COITADINHOS"

«Lina Maria lamenta o que considera ser um empolamento da questão: "Parece que se quer passar a ideia de que não foi uma brincadeira, quando o foi. De muito mau gosto, mas que foi resolvida na altura e não ia passar dali se não tivesse vindo a público." Os jovens dizem "que nem conseguem dormir", e os pais dizem-se "aflitos, com medo das consequências". "Deviam estar malucos, que não são nada disso. São gozões, mas não fazem nada de grave", soltou ainda uma aluna que os conhece bem.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Quem lê a notícia até se arrisca a ficar preocupado com as criancinhas, mas a verdade é que são uns matulões crescidinhos com idade para saberem que brincadeiras podem fazer numa sala de aula.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proceda-se ao competente procedimento disciplinar inclusive aos professores da escola que abafaram o assunto se vier a provar-se que há matéria disciplinar relevante.»

GOVERNO NÃO RESPEITA O PARLAMENTO

«De acordo com uma lista publicada no Diário da Assembleia da República, que enumera as questões dos parlamentares que não tiveram resposta em tempo útil até ao final do mês de Novembro, o Executivo demora muito mais do que devia a prestar esclarecimentos - e por vezes não responde. Uma atitude que contraria uma obrigação constitucional: é a própria Lei Fundamental que determina, como um dos poderes dos deputados, "fazer perguntas ao Governo sobre quaisquer actos deste ou da Administração Pública". E, acrescenta a Constituição, "obter resposta em prazo razoável".» [Diário de Notícias]

Parecer:

Alguns membros do Governo precisam de um curso acelerado de democracia.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proponha-se um exame aos novos membros do governo antes da nomeação.»

PASSOS COELHO NÃO CONTRIBUIRÁ PARA A CRISE EM 2009

«Pedro Passos Coelho decidiu acabar o ano de 2008 com uma declaração inequívoca a favor da estabilidade no PSD até às eleições legislativas. “Abrir uma crise no próximo ano seria um disparate, que só podia beneficiar o PS e prejudicar-nos. Pela minha mão o partido não o fará”, disse ao Expresso, garantindo que, por ele, Manuela Ferreira Leite vai a votos em 2009 — “ela foi escolhida para esse efeito”. Embora continue angustiado com o desassossego que sente nas hostes pelo facto de Manuela e a sua equipa tardarem a apresentar uma alternativa de Governo, Passos diz que “só admitiria uma razão para se reabrir uma crise interna — se a líder do partido concluísse não ter condições para cumprir o mandato”. Não estando isso no horizonte, Pedro garante que tudo fará para “evitar passar qualquer sinal de desestabilização”. À conversa com o Expresso, o candidato à sucessão de Manuela não esconde estar a trabalhar com vista a “ancorar um discurso de mudança no partido”, mas para que não restem dúvidas do que o move até às eleições anuncia que, a partir de Março, tenciona parar as conferências temáticas que tem vindo a organizar à margem da direcção do PSD. “Até Março continuarei com as conferências, mas a partir daí não faz sentido porque será a altura de todo o partido mergulhar na campanha”, afirmou ao Expresso. » [Expresso assinantes]

Parecer:

Resta saber se Passos Coelho deseja contribuir para uma vitória de Manuela Ferreira Leite ou se não acredita numa vitória do PSD e prefere que a actual líder saia derrotada definitivamente.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Passos Coelho qual a sua estratégia.»

SONDAGENS PARA LISBOA

«António Costa ganha folgadamente a Pedro Santana Lopes nas eleições para a Câmara de Lisboa (15% de diferença) e elege oito vereadores, insuficientes, contudo, para a maioria absoluta. É o resultado do primeiro estudo de opinião após o anúncio oficial de Santana como candidato do PSD. O trabalho, realizado pela Eurosondagem, foi encomendado pelo PS.

Só Costa e Santana têm subidas significativas e ‘abastecem-se’ sobretudo no eleitorado de Carmona Rodrigues. Este já revelou que desiste de ir novamente a votos. “O eleitorado de Carmona é o mais disponível e liberto para votar em quem entender”, diz Rui Oliveira Costa, responsável técnico da Eurosondagem.

Cidadãos por Lisboa (de Helena Roseta) e PCP mantêm a expressão de 2007. Os comunistas disputam palmo a palmo o segundo vereador com o CDS/PP, que regista uma subida — em parte com votantes de Carmona, segundo Oliveira Costa. Quem desce (e perde o vereador) é o Bloco de Esquerda, a sentir a erosão da ruptura com José Sá Fernandes.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Parece que o grande derrotado é o BE que pode deixar de sonhar com ultrapassar o PCP e nada ganha com a forma como tratou Sá Fernandes ou com o namoro a Manuel Alegre.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento aos interessados.»

LOUÇÃ NÃO QUER NOVO PARTIDO

«Seria inconcebível» que o forum «encobrisse um projecto discreto de um novo partido», segundo Francisco Louçã, independentemente da «liberdade de qualquer pessoa seguir o seu caminho», numa referência a Alegre. » [Portugal Diário]

Parecer:

Compreende-se, a primeira vítima seria o próprio BE.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mande-se o recado de Louçã a Manuel Alegre.»

TITO TENTOU ABOLIR O PAI NATAL

«El líder comunista y presidente de Yugoslavia (1945-1980) Josip Broz "Tito" trató de abolir la figura de Papá Noel y sustituirla por una joven "pionera" que encarnase los valores comunistas, ha publicado hoy el rotativo serbio Alo, citando documentos de 1968.

El periódico informa de esto con motivo de la exposición "Tito y el Año Nuevo", que anoche fue inaugurada en el Museo 25 de Mayo de Belgrado y en la que se presentan fotos y documentos relacionados con los festejos del Año Nuevo que organizaba el dictador comunista. » [20 Minutos]

REAL MADRID QUER DI MARIA

«El Real Madrid está interesado en el centrocampista argentino del Benfica Ángel Di María y, según la prensa portuguesa, el equipo blanco pagaría hasta 21 millones por él, una cifra que no llega a los 30 de su cláusula de rescisión.

Sin embargo, los mismos medios de comunicación apuntan a que el representante del argentino, Jorge Mendes (también representante de Cristiano Ronaldo), podría abaratarlo y facilitarle la operación al Real Madrid. La empresa Gestifute, controlada por Mendes, posee el 30% de los derechos del jugador.» [20 Minutos]

CATEDRAL DE BARCELONA PROÍBE VELAS POR CAUSA DA CONTAMINAÇÃO

«El Cristo de Lepanto, una talla policromada del siglo XV, tiene un aspecto algo churruscado. En realidad era blanco, pero se ha vuelto negro como el carbón a causa de la combustión de las velas que han ardido a sus pies durante siglos en la catedral de Barcelona. Desde hace unas semanas el templo es una catedral sin humos. Ya no está permitido encender cirios, que han sido sustituidos en su totalidad por chinchetas eléctricas. Quien se resista a renunciar a la tradición puede poner su vela de cera en los lampadarios del claustro, donde si hay ventilación natural.» [El Periodico]

ACONTECEU NO DIA DE NATAL [Time]

«Former Communist Romanian leader Nicolae Ceausescu, above, and his wife Elena were executed on December 25, 1989, in Bucharest. Their deaths ended 24 years of dictatorial rule and marked the end of Communist control of the country. »

NÃO NOS DIVORCIEM: PELO CASAMENTO GAY NA CALIFÓRNIA [Link]

SOFRONOVA ANASTASIA

CARTOON [via EXPRESSO]

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR MIGRATION