quinta-feira, dezembro 25, 2008

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Igreja de São Domingos, Lisboa

IMAGEM DO DIA

[EFE]

«El bosque perdido. Una expedición dirigida por un científico británico ha descubierto un bosque perdido en la cima de un monte en Mozambique, hogar de especies animales y vegetales aún no registradas. En la imagen, un ejemplar de la especie Nectarinia olivace. » [20 Minutos]

[AFP]

«A homeless person sleeps on a snow-covered pavement in Montreal, Quebec, Canada» [Telegraph]

[EPA]

«Baby barn owls bask on the branch of a tree on a cold winter morning at the Guwahati Zoological Park, north-east India» [Telegraph]

[]

«Navidad siniestra. Soldados estadounidenses decoran un árbol de Navidad en una base del barrio bagdadí de Ciudad Sadr.» [20 Minutos]

JUMENTO DO DIA

Líderes da oposição

Ouvi as intervenções dos partidos da oposição acerca do veto de uma disposição do Código do Trabalho e desde o Bloco de Esquerda ao CDS todos disseram o mesmo. Isto é, numa questão que tanto separa a direita da esquerda o CDS e a extrema-esquerda, o PSD e o PCP pensam exactamente o mesmo.

SANTANA LOPES VAI GANHAR EM LISBOA

Graças a uma esquerda que está mais interessada em medir forças do que com o interesse de Lisboa Pedro Santana Lopes vai presidir à autarquia da capital. São as modernices de uma esquerda que anda tão embriagada com as intenções de votos que dá mais valor aos votos do que à sua eficácia.

Mesmo que António Costa consiga uma coligação esta não passará de um saco de gatos onde cada um tentará ter maior protagonismo, alguns deles dispostos a romper com a coligação na primeira oportunidade. Helena Roseta nunca aceitará que uma coligação não seja dirigida por ela própria, que se candidatou porque o PS não a propôs, o PCP e o BE nunca chegarão a acordo quanto à presentação de cada um dos partidos na coligação.

Parabéns Santana Lopes.

FARTURA DE VOTOS À ESQUERDA

A fartura de votos à esquerda que têm revelado as sondagens estão a "desnortear" os nossos partidos, tanto os das esquerdas como os da esquerda. Lembra um cardume de atuns a atacar um cardume de sardinhas.

Nem o PS escapa a esta voracidade eleitoral, só esta fartura levou Manuel Alegre a ameaçar com mais uma "coisa" partidária, algo que teria sido impensável em tempos de pobreza eleitoral, como, por exemplo, nos tempos das maiorias absolutas de Cavaco Silva. Agora não há personalidade conhecida ou desconhecida da ala esquerda do PS ou os "PRDs" do costume a imaginar-se a negociar soluções governativas. O PCP e o BE andam tão desorientados com tanta fartura que já falam como se fossem uma alternativa governamental e não hesitam em adoptar estratégias eleitorais que poderão conduzir a direita ao poder.

À esquerda começa a ser ridículo, um dia destes o PSD volta a falar de socialismo como nos anos setenta e o CDS ainda se vai lembrar que o seu programa é compatível com o marxismo renascido dos caboucos do Muro de Berlim.

MEMÓRIA DE UM NATAL

«Faz agora anos. Eu era um tira-picos na Redacção de O Século. A "universidade", a "catedral", diziam uns e outros. Entre receoso e feliz olhava aqueles homens graves, que escreviam o jornal com a vaidade de quem está a retratar o mundo em corpo 8 redondo. Grandes, extraordinários jornalistas, obscuros e anónimos, que sabiam, oh, se sabiam!, que as páginas impressas eram produto dessa paixão viva como o sangue. Eu era esgalgado, afirmativo, e queria caber naquela tribo. Por vezes, para "colorir" a notícia, atrevia-me à tolice do adjectivo. Chamavam-me logo: "O menino está a trabalhar num jornal que custa cinco tostões. Não queremos cá Malhoas!" O chefe da Redacção, Acúrsio Pereira, uma lenda da Imprensa. Pequeno, gritador emérito, comentava-se que dormia embrulhado em folhas impressas. Dividia a humanidade em jornalistas e não-jornalistas, sendo O Século a representação do seu império. O Século pertencia à família Pereira da Rosa, mas o jornal era do Acúrsio. Faz agora anos: uma noite de frio e de morte. Naufrágio na Nazaré. Fora para lá uma equipa de quatro repórteres, dirigida por Francisco Mata, outro dos grandes, mas o Mata ficara impressionadíssimo com o que observara na praia, e não conseguia organizar a reportagem. Eis o Acúrsio a gritar-me: "Vai imediatamente para a Nazaré!" O pavor tomou-me nos braços. O tira-picos fora mandado sair do túnel e entrar em campo. Percebendo a minha comoção, o Acúrsio ensinou- -me: "Abres a reportagem com a primeira cena que te emocionar. E eu estou aos telefones!" O barco estava a meia dúzia de metros da praia. A praia era um mar de gente, de imprecações, de preces e de choros. Centenas de mulheres, embiocadas de negro, pareciam os coros das tragédias gregas. O barco não conseguia vencer a força do mar, e elas avançavam por ali adentro, puxando as sirgas, e dialogando com os pescadores. "Eh, Toino: aguenta-te homem do meu coração!" "Tás aí, Amélia?" O barco ia para trás e para a frente, o cansaço acumulava-se, o tempo ia varando o tempo, e elas, de negro, revezavam-se no puxar das sirgas. Até que conseguiram. Correram para o mar, agarraram-se às amuradas. Então, um deles avisou: "Eh, mulheres: cheguem-se para lá, que nós estamos como viemos ao mundo!" O poder das ondas arrancara-lhes a roupa dos corpos. Havia qualquer coisa de extraordinário naquele pudor, porventura absurdo, mas de uma grandiosidade tão humilde como sagrada. O episódio foi, depois, aproveitado em livro, por um escritor da época. Com os olhos cheios de lágrimas, telefonei para o jornal. Começava o texto com a frase do pescador. O Acúrsio gritava: "Mais! Diz mais coisas!" Relatava o que via. Eles crucificavam-se em lágrimas, eu não podia ter o coração oco. Faz agora anos. Por um Natal.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Baptista Bastos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

PAULA TEIXEIRA PINTO CRITICA ESCOLHA DE SANTANA

«Naturalmente não me revejo no candidato escolhido pela actual direcção do PSD em Lisboa." A frase é de Paula Teixeira da Cruz, ex-dirigente do PSD e actual presidente da Assembleia Municipal de Lisboa. A crítica ao perfil de Santana Lopes não é nova, mas acrescenta a preocupação face à imagem da líder do partido, Manuela Ferreira Leite, junto da opinião pública. » [Correio da Manhã]

Parecer:

Não vai ser a única, é uma questão de terem a certeza de que o PSD não ganha eleições e perderem o medo de Manuela Ferreira Leite.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»

BANCA REDUZ CRÉDITO E AUMENTA JUROS

«Nos empréstimos às famílias para consumo, o calote aos banqueiros subiu 75%, totalizando mais de 755 milhões de euros, cerca de 5% do total dos empréstimos ao consumo cedidos pela banca. A verdade é que as famílias - ao mesmo tempo que as estatísticas mostram que o seu "estado de alma" está em baixo - já estão a pedir menos dinheiro à banca. As razões são diversas: a banca está a restringir o crédito e a exigir mais garantias, o peso do endividamento é alto, as taxas de juro são altas. Os empréstimos contratados em Outubro para a compra de bens (duradouros ou consumíveis) caíram 8,4%, em relação ao mesmo mês de 2007.» [Diário de Notícias]

Parecer:

A banca está a aumentar as taxas de juro reais.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se à AdC que acompanhe o comportamento da banca.»

AS CÂMARAS MUNICIPAIS SÃO MÁS PAGADORAS

«A maioria das autarquias e empresas municipais estão a pagar "cada vez mais tarde" às empresas de construção. Quem o garante é a Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas - Fepicop que se sustenta nos dados do inquérito de Outono de 2008 aos prazos de recebimento declarados pelas empresas de obras públicas para anunciar que o prazo médio de pagamento atingiu o máximo histórico de 8,1 meses, ou seja, 243 dias.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Pois, mas o PSD só toma posição em relação à Administração Central.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Solicite-se uma posição a Alexandre Ruas, destacado militante do PSD e presidente da ANM.»

O ALBERTO JOÃO ANDA MUITO GENEROSO

«Em proposta de lei enviada à Assembleia da República - actualmente em apreciação na Comissão parlamentar de Orçamento e Finanças -, o executivo de Alberto João Jardim refere "a situação aflitiva que atinge milhares de famílias em Portugal, decorrente das dificuldades no pagamento do crédito habitação", frisando ser necessário "a adopção de uma medida extraordinária de apoio, no sentido de atenuar o efeito devastador do aumento das taxas de juro no orçamento familiar".» [Diário de Notícias]

Parecer:

Com esta medida os que pagaram a casa ou pagam uma renda ficam de fora. Vale a pena ser incumpridor. Além disso, é um forte incentivo ao aumento das taxas de juro.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se. para ver a decisão do Parlamento.»

ENSINO PÚBLICO PERDE ALUNOS

«Os últimos números do Ministério da Educação revelam que em apenas dez anos Portugal perdeu quase 200 mil estudantes pré-universitários e mais de quatro mil escolas. Só no ensino secundário são menos cem mil alunos.

De acordo com a publicação "A Educação em números" do Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação, de 1997 até 2006 há menos 188.669 estudantes inscritos nos ensinos pré-primário, básico e secundário em Portugal, uma redução de 9,6%. Ou seja, em média, na última década perderam-se quase 20 mil alunos por ano. A diminuição é ainda maior quando olhamos apenas para o ensino público pré-universitário que perdeu 229.310 alunos - menos 13,6%. Em sentido contrário encontra-se o ensino privado que ganhou 40.644 novos estudantes - um aumento de 14,3%.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

O número de alunos que foram para o ensino privado é o resultado da perda de credibilidade do ensino público, entre escolas em auto-gestão onde a única autoridade é o Mário Nogueira e as escolas do ensino privado só não opta quem não pode.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento à Fenprof.»

RICHARD CLAMES

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TEMPESTADE NA SIBÉRIA

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