terça-feira, dezembro 02, 2008

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Festa do Avante (2005)

IMAGEM DO DIA

[Gil Cohen Magen / Reuters]

«Miss Árabe. Una participante del concurso de belleza asoma tras bambalinas en Shefaram, Israel. El evento fue organizado por la comunidad árabe en Israel.» [20 Minutos]

A MENTIRA DO DIA D'O JUMENTO

Na primeira reunião o novo CC do PCP decidiu mandar investigar o sistema electrónico de voto utilizado no congresso, é que ninguém percebeu como é que houve 8 votos contra e 17 abstenções na votação do Comité Central.

JUMENTO DO DIA

Manuela Ferreira Leite, líder do PSD

Deve ser difícil para Manuela Ferreira Leite ter que falar todos os dias e a toda a hora sem revelar nenhuma das suas propostas secretas, ainda por cima com inimigos por todos os cantos do PSD e com as sondagens a dar conta de uma descida constante. Depois de tentar a espontaneidade, com os desastres desastrosos que se viram, a líder do PSD opta pela estratégia do adjectivo que, aliás, tem uma grande tradição. Só que a líder do PSD ainda não percebeu algo elementar por mais sondagens que leia, nenhum português vai votar nela por mudar de posições para tentar conquistar votos nos professores ou pela originalidade dos adjectivos que atribui a Sócrates.

É lamentável que Manuela Ferreira Leite vá falar aos jovens do PSD e em vez de falar do seu futuro opte por enunciar um chorrilho de adjectivos dedicados a José Sócrates, mostrando que não tem ideias próprias, vive em função das posições e da agenda do primeiro-ministro.

O PCP E O BANCO ALIMENTAR CONTRA A FOME

Agora que terminou o congresso do PCP que, por coincidência decorreu nos mesmos dias em que o Banco Alimentar contra a Fome lançou a sua campanha de recolha de donativos vale a pena recordar o que se escrevia no Avante do passado dia 22 de Outubro:

«Pena é que o espaço falte. Mas podíamos, para terminar, falar de raspão no caso do Banco Alimentar Contra a Fome, exemplo de uma IPSS «desinteressada» e católica. A organização afirma a finalidade de apenas servir os pobres. Recebe do Estado contribuições sob a forma de subsídios. Das grandes empresas, donativos e parte do excesso dos seus stoks. Do cidadão comum, aquilo que ele lhe puder oferecer. O Banco Alimentar orienta a sua actuação pelo princípio da conciliação de classes. É benéfica para o cidadão porque aplaca a revolta moral que a miséria lhe pode causar e lhe dá uma esmola. É positiva para as empresas, visto que escoa os seus excedentes e concorre para lhes aumentar as vendas. E é necessária ao Governo e à Igreja, dado que se substitui à acção social do Estado democrático, funciona com base no voluntariado e distribui as suas recolhas a partir de instituições piedosas tais como os centros paroquiais, as conferências vicentinas, as congregações e fundações católicas, as comunidades locais, as ATL, os lares de idosos, etc.»

Sem comentários...

Valerá a pena recordar ao PCP o que se passou na Coreia do Norte, um dos países de sonho dos comunistas portugueses? Por lá morreram muitos milhares de coreanos à fome, como muitos casos de canibalismo pelo meio, em consequência das políticas do doente mental que dirige o país. A fome foi superada com a ajuda alimentar dos imperialistas americanos, uma contrapartida pela suspensão do programa nuclear. Não sejamos hipócritas.

A TENTAÇÃO PROTECCIONISTA

«Há dias, os países do Fórum Ásia-Pacífico (APEC) lançaram um apelo contra medidas proteccionistas. Na actual crise financeira e económica o risco existe. Mas o proteccionismo só agravaria as coisas, como aconteceu na Grande Depressão dos anos 30. Por isso, os países da APEC comprometeram-se a não levantar barreiras ao comércio nem ao investimento.

Esta declaração de intenções vai na linha da feita pelo G20 em Washington. Ambas sublinharam a conveniência de concluir as negociações multilaterais de comércio (a chamada "ronda de Doha") ainda este ano. Seria excelente, mas é improvável. As negociações arrastam-se há sete anos e estão bloqueadas, após várias tentativas falhadas de acordo na Organização Mundial de Comércio. De boas intenções está o inferno cheio...

Na cimeira do G20 não participou Barack Obama, Presidente dos Estados Unidos a partir de 20 de Janeiro próximo. Quinze dias antes tomam posse os membros do Congresso, com maiorias reforçadas do Partido Democrático. Ora os democratas têm-se oposto à aprovação de uma série de acordos bilaterais de comércio, já negociados entre os EUA, por um lado, e a Colômbia, o Panamá e a Coreia do Sul, por outro. Não é um bom sinal.

No Canadá multiplicam-se receios de que o vizinho americano levante barreiras proteccionistas às suas exportações. Durante a campanha eleitoral, Obama propôs rever o acordo da Zona de Comércio Livre da América do Norte (NAFTA), que reúne os EUA, o Canadá e o México. A NAFTA e outros acordos de liberalização do comércio são detestados pelos sindicatos americanos, que receiam a concorrência dos baixos salários estrangeiros e a deslocalização de indústrias. Diz-se que a globalização é americana, mas na América existem grandes resistências a essa evolução. Muitas vezes com o pretexto hipócrita de promover direitos sociais nos países pobres.

Já aqui escrevi que será difícil a Obama resistir à tentação proteccionista, numa altura em que a crise financeira resultou em aguda crise económica e social. Os planos de relançamento económico não fazem milagres e a protecção a curto prazo de empregos através de obstáculos às importações dará a ilusão de que o poder político vai ao encontro das angústias dos americanos. Por exemplo, até que ponto um auxílio à indústria automóvel dos EUA (em nítida perda de competitividade face aos fabricantes asiáticos) dispensará proteccionismos que prejudiquem os exportadores dos países emergentes?

Mas a tentação proteccionista não é um exclusivo dos EUA. Outros países vão proteger os seus sectores automóveis. A onda de intervencionismo estatal exigida para salvar o sistema financeiro traz consigo um ambiente propício a proteccionismos mais ou menos encapotados. Veja-se o fundo que Sarkozy criou, em França, para travar a compra de grandes empresas francesas por estrangeiros, violando as regras do mercado único europeu. E as intenções francesas sobre o futuro da Política Agrícola Comum também não auguram nada de bom para os exportadores dos países pobres.

Neste quadro pessimista vislumbro, porém, um factor de esperança: a China. O notável crescimento da economia chinesa tem resultado sobretudo da sua capacidade exportadora. Por muito que aumente o consumo interno chinês (estimulado agora por medidas monetárias e fiscais de Pequim), as exportações continuarão a ser vitais para o país. A recessão nos EUA, na Europa e no Japão trava essas exportações, baixando o crescimento económico chinês. Se a tal vierem a somar-se barreiras proteccionistas às exportações chinesas, a coisa ficará feia, porque a China necessita de um forte crescimento económico para evitar problemas sociais.

Ora os EUA, o Japão e a Europa precisam hoje da China. Primeiro, como mercado, que pode compensar parte da retracção da sua procura interna. Depois, e não menos importante, a crise financeira tornou o Ocidente mais dependente do dinheiro chinês, acumulado em enormes reservas durante décadas. A China, o grande terror de americanos e europeus até há pouco, ainda pode vir a revelar-se o país que ajudará o mundo a evitar um desastroso proteccionismo. É que Pequim só irá colaborar no combate ao colapso financeiro e à recessão global se não lhe barrarem as exportações, como tantos congressistas americanos gostariam de fazer.» [Público assinantes]

Parecer:

Por Franscisco Sarsfield Cabaral.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

MARCELO NO SEU MELHOR

«O PSD só consegue seguir esta estratégia se estiver unido, mantendo Ferreira Leite ao leme. "É um erro histórico se sair e pode ser grave para o PSD", daí que Marcelo não queira nem ouvir falar nessa possibilidade: "Não me passa pela cabeça que saia".» [Diário de Notícias]

Parecer:

Este Marcelo parece um cata-vento, andou uma semana ver o que diziam das suas declarações para agora mudar de direcção e dar o dito por mal entendido.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Marcelo o que lhe passa pela cabeça.»

PORTUGAL PODE TER SIDO AVISADO DOS VOOS DA CIA

«O jornal espanhol El País escreveu ontem que Portugal, Itália e Turquia terão sido avisados da passagem de aviões de transporte de prisioneiros do Afeganistão para Guantánamo.

Um documento com o carimbo de "muito secreto", publicado na edição de ontem do jornal, prova que ao Governo de José María Aznar foi pedida autorização, por parte das autoridades dos Estados Unidos, para o uso de aeroportos espanhóis para eventuais aterragens de emergência. » [Diário de Notícias]

Parecer:

Só Durão Barroso é que sabe.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Durão Barroso.»

NEM TODOS CONCORDAM COM MÁRIO NOGUEIRA

«Primeiro foi o líder da Pró-Ordem dos professores, Filipe do Paulo, que apelou ontem ao diálogo com o Ministério da Educação e criticou o radicalismo da Fenprof. Posição seguida depois por Eleonora Bettencourt, do sindicato dos Professores do Pré-Escolar e Ensino Básico, ao defender a aplicação deste modelo de avaliação, depois de ainda mais simplificado, e acusar a Fenprof e a FNE de terem transformado a luta contra este modelo numa questão política. O porta voz da Plataforma nega a divisão do movimento sindical, mas a manifestação de disponibilidade para negociar do secretário de Estado começa a surtir efeito.» [Diário de Notícias]

Parecer:

É cada vez mais evidente o envolvimento da extrema-esquerda, incluindo a do PCP; na luta dos professores com o objectivo de a transformar numa luta política. Resta aos professores optar pelo caminho da negociação ou servir as ambições políticas de Mário Nogueira e dos falsos independentes do BE.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se.»

ALEGRE DIZ QUE CONSEGUIU UM FEITO HISTÓRICO

«Para já, a única certeza de Alegre é a de que conseguiu um feito histórico, ao pôr toda a Esquerda a dialogar. "Nunca tinha acontecido, desde o 25 de Abril", enaltece o fundador do PS, admitindo todos os cenários. O ideal, dá a entender, era a criação de um movimento cívico unificador da Esquerda e capaz de disputar o Poder. Mas, "infelizmente, a lei não permite" isso. "Seria muito importante para a renovação da democracia", considera.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Par Manuel Alegre toda a esquerda é o seu grupo de desamparados do PS, os sem-abrigo dos ex-comunistas e o BE, de fora ficam muitos independentes, todo o resto do PCP e o PCP.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Alegre como está o seu umbigo.»

A ESPANHOLA QUE É A TERCEIRA ESPOSA DE UM SENEGALÊS

«Mi marido, Pap Ndiaye, va a cumplir 43 años; es griot, la casta de los artistas y músicos, los trovadores, los jóvenes eternos; él es una persona ni de aquí ni de allá; un espíritu libre con un fortísimo lazo familiar. No habla bien español, a pesar de llevar tanto aquí; está por trabajo y, emocionalmente, por mí. Culpa mía. Nunca le obligué. Hasta en eso soy poco madre. No, no tenemos hijos. No quiero. Si quisiera, él sería feliz. Él se ve cubierto en lo paternal. Tiene seis con sus dos mujeres senegalesas, Kiné y Fama. La primera es de mi edad; Fama, más joven. Pap suele ir a Senegal una o dos veces al año. Pasa meses. Yo le acompaño. Me encanta Senegal, y Louga, su ciudad. La primera ocasión, ya casados, fue en 1999. Resultó muy duro para mí. Coincidió con el bautizo del primer hijo de Fama. Ella lo pasó fatal con mi boda; fue un mes después de la suya. Entre eso, el parto complicado y que yo llegaba... Pero yo me sentía aún peor. Me quedé ocho semanas. Ni bailar pude. Porque si voy y bailo, como hago siempre ahora, lo demás se anula; para mí bailar es una necesidad física, me salva de la locura. Pap no se daba cuenta de nada. Ni se planteó que tuviera que ayudarme a adaptarme. Nada. Hizo su vida, y punto. Ellos son así... Ya me he acostumbrado. Y él ha aprendido. Hoy, si me ve cabizbaja, se acerca a socorrerme. Pero entonces no. Uf, no había nadie en quien confiar. A mi madre no la hacía partícipe... ¿para qué darle detalles? Hubo un momento en que tomé la decisión de no contar nada. La gente te juzga muy rápido. Me decían: 'Loca, ¿dónde te metes?'. Amigos, familia... Una superprotección que no deseaba. En general, en nuestra cultura nos dejamos influir por los prejuicios. Si no estás casado, con hijos y coche, no triunfas. Yo veo más opciones.» [El Pais]

IGOR VOROBEY

BEIJO

É A CRISE

GOVERNO DO LUXEMBURGO