domingo, dezembro 21, 2008

Semanada


A Super-formiga da Praça do Município

António Costa caracterizou as próximas autárquicas de Lisboa como a versão eleitoral da fábula da cigarra e da formiguinha, não explicou bem quem seria a cigarra e quem desempenharia papel da formiguinha, mas parece que o mau da fita, a cigarra, seria o Pedro Santana Lopes. O problema agora é descobrir quem é a formiguinha pois não se sente grande cheiro ao suor para os lados da Praça do Município, a não ser que se diga que a formiguinha nada fez até agora para poupar para o Inverno eleitoral que se avizinha. Quem não deu a cara pela “formiguinha” foi Manuel Ferreira Leite, deve ter sentido um grande formigueiro nas orelhas só de pensar no que Pacheco Pereira iria dizer a propósito da sua escolha “entusiasmante”.

O Fórum das Esquerdas voltou a reunir uma pequena parte da esquerda parlamentar, O Bloco mais Alegre e a esquerda que não consegue ser parlamentar ou nunca quis ir a votos. Ao que parece foram discutir a Administração Pública, ou melhor, os assuntos que têm dado lugar a manifestações, o que se compreende, Manuel Alegre tem grande apego aos valores do PS, populista é o José Sócrates. Mas parece que ninguém ligou ao que por lá se disse, o tema era o novo tabu nacional, saber se Alegre tem ou não intenção de ir a votos com a sua coisa da esquerda, mas o homem não se decide, por mais que a Helena Roseta sonhe ser ministra de qualquer coisa.

Por falar em coragem política e populismo a ministra da Saúde, que substituiu Correia de Campos para que o governo tivesse um modelo de virtudes das “esquerdas modernas”, recuou no seu projecto de carreiras médicas mal os sindicatos manifestaram a sua oposição, os sindicalistas tinham razão, o ministério da Saúde não fica na Rua 5 de Outubro, fica ali mais para os lados da Reitoria. A mesma ministra que uns dias antes foi discutir o orçamento da saúde sem saber de um único número deu mostras de como se governa à Manuel Alegre, não se decide nada para que as corporações fiquem contentes com a acção governativa. Assim sim, o governo é de esquerda.

Em tempos de recessão a sapatada protagonizada por um jornalista iraquiano, que tentou atirar os seus “44” a Bush é uma boa notícia para a economia portuguesa, o próprio ministro da Economia já deveria ter aberto uma linha de crédito para a indústria do calçado. Se a indústria têxtil nunca aproveitou o mercado das bandeiras para queimar, a indústria de calçado ainda está a tempo d explorar este novo mercado. O problema é que como as coisas andam por cá não me admiraria nada que a produção se esgotasse antes de chegar ao Iraque. Enquanto os gregos vendem três pedras a um euro nós poderíamos vender sapatos para todos os preços e todas as cara, até poderíamos produzir modelos personalizados, por exemplo, um modelo para os professores atirarem à Milú.

O CDS já foi o partido do táxi, mas com os abandonos e os maus tempos que a direita enfrenta arrisca-se a ser o partido da trotinete. Para já desceu para quarto partido no Parlamento, posição que já tinha ocupado antes de uma deputada ter feito ao PCP o mesmo que o seu deputado fez agora ao CDS.