domingo, fevereiro 17, 2008

Umas no cravo e outras tantas na ferradura

FOTO JUMENTO

Túnel do Rossio, Lisboa

IMAGEM DO DIA

[E. Korniyenko/Reuters]

«Le président russe Vladimir Poutine lors d'une conférence de presse au Kremlin, Moscou, le 14 février 2008.» [20 Minutes]

JUMENTO DO DIA

Paulo Portas é encarregado de educação de Telmo Correia?

Que se saiba Paulo Portas não é nem foi primeiro-ministro de Telmo Correia quando este aceitou as sugestões da Casino Estoril em relação às instalações do Casino Lisboa, mesmo quando estavam ambos no governo o ministro do turismo responderia perante o primeiro-ministro e não perante Paulo Portas. Assim sendo não se entende como Pulo Porta vem dar explicações em nome de Telmo Correia e até anuncia previamente que o seu colega de partido vai dar explicações. Será que Paulo Portas é encarregado de educação de Telmo Correia?

ANTÓNIO COSTA NÃO PODE DIZER O QUE PENSA

António Costa relacionou as notícias do Público relativas aos projectos assinados por Sócrates com algum descontentamento de Belmiro de Azevedo para com o governo, algo que não me espanta pois há muito que aqui o digo. Aliás, desde que Sócrates defendeu a Ota que o Público não se cansa de o atacar, se não tiver notícias incómodas usa os editoriais. Depois dessas palavras, infelizes porque António Costa conhece os nossos jornalistas, o Expresso considerou-o uma das personalidades em "Baixo" e Miguel Sousa Tavares desancou nele em defesa da honestidade da classe, uma classe que na opinião do articulista é a única que no nosso país ainda é impoluta.

É evidente que António Cota deveria ter ficado calado, a sua afirmação nada adiantou pois se Belmiro tem dinheiro para financiar um jornal com cada vez menos crédito o problema é dele. Mas basta ler regularmente o Público para se perceber que o Costa tinha razão. E não venha Miguel Sousa Tavares em defesa da virgindade dos jornalistas pois em matéria de virgindade o que não falta a este país são rameiras de esferográfica em punho.

AS FALSAS MANIFESTAÇÕES ESPONTÂNEAS DO PS NÃO TÊM LIMITES

Só um paspalho muito distraído pode pensar que cidadãos comuns acompanham a agenda de José Sócrates e juntam-se espontaneamente para se manifestarem contra as suas políticas, dando a impressão de um grande repulsa popular que as sondagens insistem em não evidenciar. Esta estratégia e conduzida a partir da Soeiro Pereira Gomes e o PCP utiliza-a ciclicamente, quando se começam a ouvir vozes denunciando a sua actuação as manifestações desaparecem milagrosamente, para voltarem a surgir uns tempos depois.

Se as manifestações de descontentamento são legítimas, estas manifs espontâneas do PCP são uma arma de propaganda de baixo nível, própria de outros tempos. A linha dura do PCP revela nestes truques a sua falta de honestidade política e a manter-se esta actuação é tempo de o PS enveredar pelo corte total de relações com este partido que ainda sonha com paraísos como a Coreia do Norte.

O espectáculo de ontem foi um pouco mais completo, foram enviados sms na véspera e até houve um representante dos emissores dos sms que deu uma entrevista de costas, porque tem medo de represálias.

O TÚNEL DO MARQUÊS É SEGURO

Começa a ser um hábito, sempre que se conclui uma obra pública aparecem uns "artistas" a falar de segurança para aparecerem nas televisões e ganharem notoriedade. Onde estavam esses anjos da guarda quando o túnel estava a cair aos bocados?

AFINAL SÓ "HAVIAM" 18 DESPACHOS NA VÉSPERA DE TELMO SAIR

Foi o que disse Telmo e é capaz de ter razão, ao dizer "haviam" parece que está a referir-se no local onde os contou, isto é, no Diário da República e, como de costume, eram louvores. Só que Telmo se esqueceu de contar os despachos que não foram publicados no DR que é o que sucede com a esmagadora maioria dos despachos dos membros do governo.

MENEZES FICOU NERVOSO

Quando a questão do Casino Lisboa surgiu e estava circunscrita a Telmo Correia o líder do PSD ficou calado, quando o bastonário da Ordem dos Advogados falou em corrupção Menezes aproveitou para se armar em combatente contra a corrupção, mas quando o Expresso relacionou o caso do Casino com Pedro Santana Lopes parece que o nervosismo se instalou na liderança do PSD. Sem se perceber porquê Luís Filipe Menezes vem referir que apesar dos muitos casos de que se fala nenhum membro do governo foi constituído arguido. Curiosamente só referiu casos envolvendo ministros do CDS.

É PROIBIDO USAR TRIPÉS EM LISBOA

«Fiscais e polícias municipais identificaram, com vista à aplicação de coimas, um utilizador de câmara de filmar com tripé que não possui licença de ocupação da via pública. Jornalistas da SIC e da RTP foram visados, noticia o jornal Expresso.


Dois repórteres da RTP foram abordados, na quinta-feira de manhã, foram abordados por um fiscal municipal, que lhes perguntou se tinham licença de ocupação da via pública, pois estavam a utilizar uma câmara com tripé. O microfone tinha o símbolo da RTP, mas, mesmo assim, mostraram as respectivas carteiras profissionais e invocaram os direitos que advêm do exercício da profissão. »
[Portugal Diário]

Parecer:

Não sei o que é mais ridículo, se a norma ou a sua aplicação, mas pagar uma multa equivalente a um salário mínimo só por tirar uma fotografia com tripé é digno da URSS.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a António Costa se conhece esta norma.»

O CÉREBRO, O EU E A LIBERDADE

«Só existe liberdade, se há alguém capaz de autodeterminação. A determinação por um "eu", segundo um juízo de valor, é que faz com que uma acção seja livre e não puro acaso ou enquadrada no determinismo das leis naturais. Como diz P. Bieri - cito segundo H. Küng, em Der Anfang aller Dinge (O Princípio de Todas as Coisas) -, "é inútil procurar na textura material de um quadro o representado ou a sua beleza; é igualmente inútil procurar na mecânica neurobiológica do cérebro a liberdade ou a sua ausência. Ali, não há nem liberdade nem falta de liberdade. Do ponto de vista lógico, o cérebro não é o lugar adequado para esta ideia. A vontade é livre, se se submete ao nosso juízo sobre o que é adequado querer em cada momento. A vontade carece de liberdade, quando juízo e vontade seguem caminhos divergentes".» [Diário de Notícias]

Parecer:

Pelo padre Anselmo Borges.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

O CHEIRO A PODRE

«Um homem é brutalmente agredido num parque de estacionamento e vem dizer que, tendo apresentado queixa à Justiça dois dias depois, só um ano passado sobre a agressão lhe foram pedidos exames médicos para a comprovar. O país ouve e espanta-se - ou já nem isso, tantos são os casos estranhos com que a Justiça portuguesa nos brinda semana após semana. Mesmo assim, o absurdo tem limites e tudo aquilo que a compreensão e a razoabilidade não alcançam só pode tornar-se suspeito.

O homem era, ao tempo, vereador do PS à Câmara de Gondomar, presidida por um eleito do PSD e figura grada do futebol nacional, Valentim Loureiro. Diz que a agressão só pode ter sido motivada por denúncias que terá feito acerca da promiscuidade entre a política e o futebol que, no caso de Gondomar como noutros, tem sido, desde há muito, patente e escandalosa. Dois anos depois do crime, está o processo em banho-maria quando surge a denúncia, num livro da ex-companheira de outra figura de primeira linha do futebol nortenho, Pinto da Costa, de que foi este o mandante da agressão ao então vereador, executada por alguém que a própria autora terá contratado na claque do Futebol Clube do Porto.

A partir daqui o processo acelera, mas acaba de ser arquivado por falta de provas. Sem surpresa para o próprio queixoso, que considera normal este desfecho atendendo à demora e ao aparente desprezo a que o seu caso terá sido votado. Por mero acaso e negligência tosca?
Ao longo dos anos, muitos denunciaram a relação espúria e funesta entre a política e o futebol, que assumiram, no caso do Porto e de Gondomar, contornos francamente vergonhosos. A novidade dos últimos tempos é a suspeita, reforçada pelos desenvolvimentos de múltiplos processos em curso, de que os tentáculos dos donos da bola no Grande Porto não chegam apenas à política e terão força suficiente para condicionar ou travar a própria Justiça. É essa suspeita, verdadeira ou falsa, mas mais ou menos assumida, que agora atinge os procuradores do Porto e alimenta uma guerrilha fatal para a imagem e para a credibilidade de todo o Ministério Público. Quando a Direcção do Sindicato dos Magistrados vem dizer que, na nossa sociedade, já se sente - “e demasiado forte” - “um cheiro a podre”, o que faz é pretender que esse cheiro não vem do Ministério Público, o qual, no essencial, “se mantém são”. Mas, infelizmente, o pivete alastra e não é fácil excluir a Justiça, nem qualquer das suas componentes, da grande lista de fontes do mau cheiro.»
[Expresso assinantes]

Parecer:

Fernando Madrinha insinua o óbvio.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

RAZÕES PARA UMA DEPRESSÃO

«1 Acredito que António Costa está na política para servir e não para se servir. Acredito que, se está na Câmara de Lisboa, é porque quer o melhor para a cidade. E acredito que, se esteve no Governo, é porque queria o melhor para o país. Não é mais um desses que ninguém recordará porque vieram, o que fizeram e para que serviram. Oiço, pois, o que ele diz com atenção. E ouvi-o dizer que as revelações do ‘Público’ sobre as aventuras de engenharia de José Sócrates na Beira nada mais foram do que uma vingança do dono do ‘Público’, Belmiro de Azevedo, motivada pela derrota da OPA da Sonae sobre a PT. Custa a acreditar que um político inteligente e sério possa dizer uma enormidade destas.

Primeiro que tudo, é fantástico que alguém que está na política e na vida pública possa pensar que não é notícia ou que não é relevante saber se um primeiro-ministro aceitou, no passado, assinar projectos de engenharia e de arquitectura que não fez e não viu, ou se, como o próprio sustenta, foi ele, sim, o autor daquelas aberrações arquitectónicas que o ‘Público’ publicou. Qualquer das hipóteses é estarrecedora, e pretender que um jornal silenciasse notícias destas diz tudo sobre o que António Costa faria se pudesse ser ele a decidir que notícias devem os portugueses ler. Depois, é elucidativo daquilo que António Costa pensa sobre os jornalistas e o papel da imprensa privada ao imaginar que o dono de um jornal de referência possa, por razões de negócios, vingar-se do Governo que o terá maltratado através do trabalho de jornalistas e editores do jornal de que é proprietário. Infelizmente, devo dizer que esta constatação não me surpreende: o PS, por razões difíceis de compreender num partido democrático, nunca conseguiu interiorizar bem o que é a liberdade de imprensa e o que são jornalistas livres e não subornáveis. É um mistério, mas é assim. Mas o pior ainda das infelizes declarações de António Costa é quando ele vem defender a tese da vingança de Belmiro de Azevedo pela frustrada OPA sobre a PT. É verdade que o Estado mantém uma «golden share» na PT, mas é um accionista minoritário e, como o Governo não se cansou de jurar durante a OPA, não iria interferir numa questão que envolvia duas empresas privadas em mercado aberto. Ora, o que António Costa vem agora dizer desmente tudo isso e reduz as juras do Governo (de que ele era então o nº 2) a um exercício de conveniente hipocrisia. Se ele admite que Belmiro de Azevedo teria razões para se querer vingar do Governo por causa da OPA é porque confessa que o Governo teve papel decisivo no desfecho do caso. E aí entramos no domínio daquilo que aqui descrevi na semana passada: esta pantanosa confusão entre negócios públicos e privados, este jogo permanente de tráfico de influências entre o político e o económico, que sabota as regras do jogo económico e perverte a política.

2 Por falar nisso: as revelações das conversas entre o ex-ministro do Turismo, Telmo Correia, o administrador dos casinos de Stanley Ho, Mário Assis Ferreira, e o sempre presente intermediário Abel Pinheiro, negociando entre si a forma de o sr. Ho não apenas beneficiar de uma lei de excepção para poder abrir um casino em Lisboa mas ainda tornar-se dono do edifício do Estado onde ele funciona, são por demais eloquentes do ponto a que chegámos. Verdadeiramente notável e desavergonhada foi a fórmula jurídica congeminada para que o ministro pudesse decidir a favor da pretensão do casino, fingindo que não decidia: bastava-lhe escrever e assinar “tomei conhecimento” numa informação onde se propunha essa dádiva. “Tomei conhecimento”... Nós também.

3 É preciso também tomar conhecimento se nos casinos se pode fumar ou não. Os casinos querem que sim, a Direcção-Geral de Saúde quer que não, e a lei, como sempre, não é clara. Resultado: pedem-se ‘pareceres’ aos mestres (aliás, hoje em dia, estou convencido que as leis nunca são claras propositadamente, para permitir justificar os milhões de euros de dinheiros públicos gastos todos os anos a pedir ‘pareceres’ aos mestres...). Os casinos pediram ‘pareceres’ a dois mestres administrativistas - Fausto Quadros e Freitas do Amaral -, os quais, obviamente, concluíram no sentido pretendido pelo cliente: que se podia fumar nos casinos. Do lado oposto, foi pedido um ‘parecer’ ao ‘pai da Constituição’, Jorge Miranda. Julgo que o cliente terá sido a própria Direcção-Geral de Saúde - o que é notável, visto ser um dos autores da lei a gastar dinheiro para interpretar a lei que fez. Não li os ‘pareceres’ em favor dos casinos, mas li excertos do ‘parecer’ de Jorge Miranda, que defende a proibição: salvo o devido respeito, que é muito, os seus argumentos jurídicos são irrelevantes e facilmente reversíveis, e os políticos são indigentes. Julgo que os mestres deveriam poupar a sua sabedoria e o seu prestígio e o Estado deveria poupar o nosso dinheiro a consultá-los tão assiduamente. Talvez fazendo menos e melhores leis...

4 Manuel Alegre deu uma entrevista ao ‘Diário de Notícias’, antecedendo o seu encontro com representantes do “meu milhão de votos” e reproduzindo as críticas que vem fazendo ao seu PS. Discordei de tudo o que disse, de fio a pavio. O problema deste Governo PS, ao contrário do que ele diz, não é com os pobres, mas sim com os ricos. O problema não são os reformados, os velhos, as crianças sem escola, os sem rendimentos alguns, em relação aos quais este Governo tem feito mais do que qualquer outro: o problema são as «offshores» para os milionários que querem fugir ao Fisco, os negócios de favor com o Estado, os ‘camaradas’ do partido e afiliados colocados estrategicamente nos pontos principais de decisão e influência económica. O problema não são as reformas tentadas na Saúde, na Educação, na Segurança Social, que são exactamente aquilo que de melhor o Governo Sócrates tem feito, enfrentando todos os lóbis instalados no imobilismo, no despesismo e na inoperância: o problema são as reformas por fazer, na Justiça, na Administração Local, no Ordenamento do Território. O problema não são os “abandonados pelo Estado”, mas sim aqueles, ricos e pobres, que só sabem viver por conta do Estado, gastando em benefício próprio os recursos que a parte saudável do país produz. Diz Manuel Alegre que é preciso descobrir “o que é hoje o socialismo”. Está descoberto há cinquenta anos: chama-se social-democracia e existe nos países do norte da Europa, que são os mais prósperos e os mais justos de todo o mundo. O resto é desconversa.

5 Duas ou três vezes por ano vou a Castro Verde: janto e durmo e depois vou à caça ali próximo. Acho encanto à vila, até às suas rotundas com ovelhas ou porcos, e gosto de passear nas suas ruas calmas e ordenadas. Agora, sempre que lá voltar, vou lembrar-me também que esta é a terra que, por decisão do seu presidente da Câmara, resolveu homenagear e perpetuar para sempre o nome de um dos assassinos do rei D. Carlos e do príncipe Luís Filipe, a pretexto de ser natural da terra. D. Carlos era um chefe de Estado e um rei constitucional. Era um homem culto, pintor, oceanógrafo, amante da vida e da natureza, diplomata hábil e desaproveitado, a quem os seus contemporâneos e os historiadores não fizeram justiça. O homenageado por Castro Verde era um homem cujo único feito notável em vida foi ajudar a matar a tiro e pelas costas o rei e o príncipe herdeiro. Julga o autarca que, homenageando um simples assassino, se homenageia a I República e se desperta o interesse das novas gerações para o ‘ideal republicano’, seja isso o que for. Está enganado: apenas desprestigiou Castro Verde.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Por Miguel Sousa Tavares.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

OPOSIÇÃO INTERNA DO PSD ORGANIZA-SE

«Os críticos da actual direcção do PSD começam a movimentar-se. Segundo apurou o CM, Pacheco Pereira aceitou integrar um grupo de reflexão que está a ser organizado pela ex-presidente da Distrital de Lisboa do partido e actual presidente da Assembleia Municipal da Câmara Lisboa, Paula Teixeira da Cruz.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Vão aumentar as dores de cabeça para Menezes e Santana Lopes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»

MAIS UMA AVENTURA DE ALEGRE

«Refundar a esquerda com o PS e fora do PS "até onde isto for possível". O homem que no passado fim-de-semana lançou, sem piedade, um desafio à nomenklatura socrática ("Se me desafiam para congressos irei às urnas no país") vai convidar os dirigentes socialistas para uma espécie de "congresso da esquerda" que decidiu organizar extra-muros do partido. Além do PS, também o PCP e o Bloco de Esquerda serão desafiados a aparecer na grande convenção sobre o estado da esquerda. E, claro, serão convidados cidadãos independentes.» [Diário de Notícias]

Parecer:

O candidato falhado a secretário-geral do PS e a Presidente da República está a usar a sua minoria para fazer chantagem sobre Sócrates e ganhar o protagonismo que não conseguiu quando pensou que por ser o mais velho lhe cabia dirigir o PS.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Alegre que se reforme.»

AFINAL A TRAPALHADA DO CASINO LISBOA FOI DO GOVERNO DE SANTANA

«Versão diferente foi transmitida ao Expresso por Carlos Tavares, antigo ministro da Economia (que, aliás, em Abril de 2003 demitiu Pedro de Almeida) que tutelava a área do Turismo. “Nem o Governo como tal nem o ministro da Economia fizeram tal promessa. Nem sequer ela me foi pedida em momento algum. Essa condição só poderia, aliás, ser estabelecida pelo decreto-lei da concessão, portanto, por decisão colegial do Governo”, respondeu o actual presidente da Comissão de Mercado e Valores Mobiliários (CMVM). Acrescentando: “Já depois de publicado o decreto (que autorizou a construção de um casino em Lisboa, sem ser especificamente no Parque Mayer), a questão foi colocada pela Estoril-Sol ao Ministério da Economia, tendo merecido um despacho negativo do então meu secretário de Estado Luís Correia da Silva”. Este último, por sua vez, confirmou ao Expresso: “A minha perspectiva é que não estando explícito no decreto-lei que o edifício não revertia, então era porque revertia. Apenas cumpri a lei”.

Carlos Tavares atira a responsabilidade para o Governo de Santana Lopes: “Recordo que foi o Governo seguinte que fez uma alteração da Lei do Jogo, que inverteu o princípio geral da reversão (a regra passou a ser a não-reversão, salvo se o decreto de concessão determinasse explicitamente a reversão, o contrário da regra anterior). Foi esta alteração que permitiu a posição assumida posteriormente sobre o caso em apreço”. Apesar de confrontado com a versão de Pedro de Almeida (que foi o seu primeiro secretário de Estado com a pasta do Turismo), Carlos Tavares manteve as declarações.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Nunca um governo fez tantas em tão pouco tempo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Do que estará á espera o Procurador-Geral.»

ISALTINO MULTOU O JUIZ DO SEU PROCESSO

«Um arranjo num muro e umas pequenas obras no interior da moradia do juiz levaram a que a Câmara de Oeiras não desse descanso burocrático ao magistrado que, coincidentemente, tem em mãos os processo de Isaltino Morais, presidente da autarquia. Primeiro foi decretado um embargo às obras (por um ano), depois a ameaça de corte no fornecimento de electricidade e água. Tudo acabou com Carlos Alexandre, juiz no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) a pagar uma coima de um pouco mais de 500 euros.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Convenhamos que a reparação de um muro não justifica tanta preocupação por parte do autarca.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Isaltino se acha que somos ingénuos.»

CAVAQUISTAS PREPARAM SUCESSÃO DE MENEZES

«Dias Loureiro tem alertado em privado que se Menezes perder em 2009, Santana vai querer tomar conta do partido e, na sua opinião, o PSD deve começar a preparar uma solução radical - um corte absoluto com os nomes habitualmente em jogo. Segundo Loureiro, um dos sociais-democratas mais íntimos de Cavaco Silva, para o PSD voltar ao poder o próximo líder tem que ser alguém completamente de fora e é neste contexto que surge o nome do ex-chefe de campanha de Cavaco, o empresário Alexandre Relvas.

Relvas tem o contra de ser excessivamente identificado com o Presidente da República, mas tem sido incentivado a aproximar-se mais das estruturas partidárias e o Expresso sabe que estão em marcha algumas sessões em distritais onde o ex-braço direito de Cavaco Silva surja a falar de temas nacionais. A ideia é mostrar que há rostos alternativos e credíveis no PSD.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Só um louco como Menezes poderia ter escolhido Santana Lopes. Ou será que sem o apoio do agora líder parlamentar do PSD Luís Filipe Menezes nunca teria conseguido comprar os votos necessários para chegar a líder?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Menezes se já sabe como se vai livrar de Santana Lopes.»

PORQUE QUERERÃO CORRER COM OLIVEIRA E COSTA?

«José Oliveira e Costa está de saída do Banco Português de Negócios (BPN) e da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), empresa holding que controla o banco. Até ao fecho desta edição só não se sabia se seria antes ou depois da Assembleia Geral (AG) do grupo, que terá lugar em Março. Isto porque ontem ainda decorreu uma reunião com os 12 accionistas representados no Conselho Superior da SLN.

O braço-de-ferro entre o histórico presidente, hoje com 73 anos, e os accionistas tem vindo a aumentar desde o final do ano passado. Nas últimas semanas, mais visivelmente nos últimos dias, Oliveira e Costa tem resistido à pressão dos accionistas, que têm tentado encontrar uma solução de compromisso para a sucessão no grupo. A pressão tem sido quase diária, e nesta última semana a proposta é mesmo para que saia de todos os órgãos sociais do grupo e não apenas da presidência. Isto enquanto o Banco de Portugal continua, pela terceira semana consecutiva, a recolher informações na sede do BPN.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Parece que os senhores das secretas e os amigos estão nervosos

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Dias Loureiro.»

BERARDO PEDE 500 MILHÕES COM O BCP

«Depois de um glorioso 2007, ano de vitórias e reconhecimento, Joe Berardo, o mais mediático investidor de Bolsa português, tem tido menos razões para sorrir em 2008. As acções do BCP, onde se tornou o terceiro maior accionista com uma participação de 7%, não param de cair e as perdas potenciais do investimento de cerca de mil milhões de euros que o empresário madeirense assumiu publicamente ter feito no maior banco privado português rondam já os 500 milhões de euros. Uma desvalorização desconfortável para Berardo, tendo em conta que uma boa parte das aquisições foram financiadas por empréstimos bancários, apoiados em garantias assentes nas acções adquiridas, cujo valor no mercado tem vindo a deteriorar-se de forma acentuada nos últimos meses. O BCP já perdeu este ano mais de 30 %, e vale menos de metade dos 4,30 euros alcançados em Junho de 2007, no auge da guerra de poder dentro do banco.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Só o perde quem o tem.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Joe se precisa de ajuda do Palheiro.»

EMPRESÁRIO DE MKUKULA FOI RAPTADO E ROUBADO

«Ricardo Rodrigues, empresário de futebol que representa o avançado do Benfica Makukula, foi sequestrado durante cerca de 12 horas, por um grupo de quatro indivíduos que lhe furtaram ainda 200 mil euros. Esse dinheiro teria sido levantado pelo empresário no dia anterior, em Lisboa, da conta do jogador e era destinado ao pagamento da futura residência do novo reforço do Benfica. » [Jornal de Notícias]

Parecer:

O estranho desta notícia está no facto de o empresário ter levantado duzentos mil euros par pagar a um promotor imobiliário, já não se usam cheques?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Investigue-se a situação fiscal do promotor imobiliário em causa.»

MENEZES ESTÁ SER VÍTIMA DE CAMPANHA NEGRA

«Marco António Costa acusou, ontem, apoiantes de Marques Mendes de estarem a fazer actualmente "uma campanha negra" contra Luís Filipe Menezes, porque ainda não "digeriram a derrota eleitoral" nas directas de há quatro meses. As acusações foram feitas pelo líder do PSD/Porto, durante uma Assembleia Distrital com cerca de mil pessoas, que ainda decorria à hora do fecho desta edição, na Trofa.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Eis uma acusação idiota, a actuação de Menezes é tão negra quem nem sequer é necessário fazer qualquer campanha dessa cor.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se aos apoiantes de Marques Mendes que faça campanhas mais coloridas, por exemplo, castanhas.»

CASINOS VÃO CUMPRIR A LEI DO TABACO

«Polémica aparentemente encerrada: o director-geral de Saúde, Francisco George, garante que a Lei do Tabaco vai mesmo ser aplicada nos casinos. "Essa questão deixou de ser um problema, pelo que o dossier está fechado", garantiu, referindo-se aos resultados do encontro que manteve, ao final da tarde de ontem, com o presidente do Instituto de Turismo de Portugal, Luís Patrão, e com responsáveis da Comissão de Jogos. O PÚBLICO não conseguiu falar com o responsável do Turismo de Portugal, mas, segundo Francisco George, o encontro serviu para analisar uma deliberação da Comissão de Jogos, responsável pelo cumprimento da legalidade nos locais de jogo, que vai ao encontro da interpretação feita pela Direcção-Geral de Saúde. "A lei vai ser aplicada em todos os espaços dos casinos", insistiu George, sustentando que nos restaurantes dos casinos com áreas iguais ou superiores a 100 metros quadrados, como em todos os restantes, as áreas para fumadores não poderão exceder os 30 por cento da área total. Do mesmo modo, será proibido fumar nas áreas de jogo. » [Público assinantes]

Parecer:

Isso significa que quem não cumpriu ostensivamente a lei foi o vaidoso inspector-geral da ASAE.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Diga-se ao homem que ainda está a tempo de pedir a demissão.»

SAMPAIO PREOCUPADO COM A CORRUPÇÃO

«"É indispensável que, no termo da próxima década, estejamos definitivamente libertos da chaga social que a corrupção constitui nos nossos dias." O aviso, directo e sem eufemismos, foi lançado pelo ex-Presidente da República Jorge Sampaio, anteontem à noite, em Serralves, no colóquio "Portugal: Sim ou Não". Fugindo a comentar directamente as polémicas da actualidade, Sampaio preferiu "desenhar" o país que gostaria que Portugal fosse nos próximos dez anos. No tocante à justiça, e depois de eleger a corrupção como inimigo a abater, disse que o actual quadro legislativo é "manifestamente insuficiente" para atacar o problema.» [Público assinantes]

Parecer:

É curioso que, ao contrário do que sucede com Cavaco Silva, o ex-presidente Jorge Sampaio nunca deu grande destaque à questão.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Recorde-se Jorge Sampaio de que todos os casos de corrupção de que se está a falar ocorreram quando ele era Presidente da República.»

O CONSUMO DE TABACO DIMINUIU EM 50%

«O consumo do tabaco caiu e a venda sofreu uma queda de quase 50 por cento, de acordo com os dados do Ministério das Finanças, que revelam também, que com o imposto sobre o tabaco, em Janeiro de 2008, o Estado arrecadou «apenas» 140 milhões de euros, contra os 249 milhões registados no mesmo mês de 2007.

Segundo o jornal Sol, uma fonte oficial do Ministério das Finanças destaca que esta queda nas vendas, e a consequente redução nas receitas do Estado, deve-se sobretudo ao aumento do preço do tabaco e à entrada em vigor da nova Lei, que restringe o consumo em recintos públicos fechados. » [Portugal Diário]

Parecer:

Ainda vou ver não fumadores a apelar para a revogação da lei anti-tabaco para não terem que pagar mais IRS.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mantenha-se a lei.»

TOCANDO COM COPOS DE CRISTAL

NIKOS VASILAKIS

FILIP BODGAN

MUSIN YOHAN

ALEX TESELSKY

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[2][3]

HARSHANG ZAVERI

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