sábado, janeiro 19, 2008

A ASAE será contra a lei anti-fumo?


Não sou muito defensor de teorias da conspiração mas neste caso da lei que proíbe o fumo em locais fechados começo a pensar que se a ASAE não está a evitar a sua aplicação está, pelo menos, a arrastar os pés. Aliás, foi a famosa cigarrilha do seu inspector-geral vaidoso que retirou toda a credibilidade à lei, graças às sua dúvidas e comportamento inaceitável os casinos conseguiram uma borla, a mesma borla que as discotecas já conseguiram e que ninguém vai explicar porque motivo o argumento dos prejuízos económicos apenas se aplica aos mais ricos.

As excepções à lei levam a que apenas os serviços públicos, os restaurantes e cafés de bairro a apliquem, são excepções que lhe retiram toda a credibilidade, onde há dinheiro pode haver muito fumo, é uma lei que apenas se aplica aos que tem menos recursos financeiros ou não podem ter o inspector-geral da ASAE à sua mesa. É cada vez mais evidente que a lei morreu no momento em que o Sócrates não deu o exemplo, demitindo o inspector-geral da ASAE.

A ASAE que tanto gosta dar conta das suas intervenções está agora a arrastar os pés nada fazendo para que a lei seja aplicada, a mesma ASAE que não tem dúvidas na aplicação de outras legislações, chegando mesmo a improvisar exigências sem base legal, está agora cheia de dúvidas em relação a uma lei publicada há muitos meses e em cuja elaboração terá participado.

É evidente que verificar se os restaurantes cumprem a lei não permite ao presidente da ASAE montar os espectáculos mediáticos que o têm tornado na personalidade mais conhecida do país, fazendo mesmo sombra a Sócrates e aos seus ministros (dos secretários de Estado nem vale a pena falar pois esses não têm direito à existência política, a não ser o dos Assuntos Fiscais graças às baboseiras com que nos vai surpreendendo de vez em quando. A aplicação desta lei não permite ao senhor António Nunes exibir os seus polícias encapuçados, nem proporcionar uma operação espectacular aos seus ninjas.

Começa a pensar que o senhor António Nunes está muito pouco interessado nesta lei, ao ponto de lhe ter desobedecido ainda antes de ter nascido a primeira criança do ano na Maternidade Alfredo da Costa.