domingo, novembro 18, 2007

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Arraiolos

IMAGEM DO DIA

[Mariana Bazo, Reuters]

«Three-yar-old Cata Carbajal, holding her cat Pichipirichi, walks through the debris or her destroyed home in Topopilla. A powered earthquake hit mineralriche northern Chile on Wednesday, killing at least two people, injuring more than 100 anda halting output at some of the worls’s largest copper mine.» [USA Today]

A MENTIRA DO DIA D'O JUMENTO

Depois de ter concluído que a sua promessa de criar 150.000 empregos pecava por defeito José Sócrates decidiu rever em alta a sua mais emblemática e demagógica promessa eleitoral, embalado pelo sucesso do emprego em Portugal o primeiro-ministro decidiu que durante o seu mandato criaria 250.000 empregos, só não prometendo ainda mais porque não vai considerar os que conseguiram emprego depois de emigrarem.

JUMENTO DO DIA

O pior dos argumentos contra o referendo ao Tratado

É evidente que apenas uma ínfima parte dos eleitores que votassem num referendo ao Tratado saberiam no que estariam a votar, e isso é verdade tanto para o cidadão comum como para uma boa parte dos militantes partidários, se limitam a votar onde o chefe manda.

Se este argumento é válido não deixa de ser politicamente inaceitável e recorrer a ele equivale a apoiar a realização do referendo. Foi isso que fez Vital Moreira num debate onde usou o usou para criticar a posição favorável ao referendo por parte de Jorge Sampaio.

E AOS COSTUMES DIZEM NADA

«Há uma circunvalação em Viseu, com vários quilómetros de comprimento, separador central e duas a três faixas de circulação em cada sentido, onde absurdamente o limite de velocidade está fixado em 50 km/hora. Como tal limite é quase impossível de cumprir, a polícia gosta de montar ali os seus radares e operações «stop», com profícua caçada às multas garantida. Na madrugada do último sábado, lá montaram uma operação, com direito a assistência do sr. governador civil do distrito. Mas, para azar de todos, o primeiro condutor parado por excesso de velocidade (89 km/hora) foi nada mais nada menos do que o presidente da Câmara e da Associação de Municípios Portugueses, Fernando Ruas. Depois de uma breve conversa entre este e o governador civil, o infractor seguiu livremente o seu caminho, sem ter sido identificado nem multado pela polícia. “Uma descoordenação”, justificou esta quando interpelada por um jornalista.

Dias depois, Fernando Ruas voltou a recusar um pedido já diversas vezes encaminhado para a Câmara de subir o limite de velocidade naquela estrada para os 80 km/ hora, declarando que ninguém se podia aproveitar do seu caso para reclamar tal alteração. Aliás, o autarca estranhou tanto interesse no seu caso e concluiu que se procura “arranjar argumentos para abater este cidadão”. Eis a sua moral: Façam como eu mando, não como eu desobedeço, porque nem todos são iguais perante a lei. Realmente, não se percebe tanto interesse no assunto.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Miguel Sousa Tavares recorda o "bom exemplo" do autarca de Viseu.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

PREPOTÊNCIA FISCAL

«Mas a este notável desempenho tem-se juntado um excesso no modo de actuação que desequilibra a capacidade de defesa do contribuinte.

Começa a confundir-se rigor com abuso, eficácia com prepotência, equidade com gula por receita.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Manuela Ferreira Leite esquece que nada mudou e manifesta a sua solidariedade oportunista aos contribuintes faltosos. Será que o seu ex-secretário de Estado dos assuntos fiscais está a perder clientes no seu bem sucedido escritório de advocacia?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Arquive-se por falta de interesse intelectual.»

O PATRÃO QUE NÃO CONSEGUIU VIER COM O SALÁRIO DOS OPERÁRIOS

«1A história veio nos jornais europeus e a ‘Veja’ entrevistou o protagonista. O empresário italiano Enzo Rossi, dono de La Campofilone, que produz pastas e massas, resolveu passar um mês a viver com os mil euros que paga aos seus operários, dando a mesma quantia à sua mulher, que também trabalha na empresa.

Apesar de se terem restringido ao essencial, o dinheiro acabou a 20 - e Rossi percebeu que, “se o dinheiro acabava para mim, também não dava para eles”. Vai daí, deu um aumento geral de €200 aos trabalhadores.

O curioso é que o empresário diz que não quer dar lições de ética a ninguém, recusa qualquer ideia de que seja marxista e, com uma frontalidade desarmante, frisa que o aumento que concedeu é a prova de que é “um grandessíssimo egoísta”. E porquê? Porque, como explica liminarmente, se o salário é insuficiente, os funcionários vivem sob stresse psicológico, com a angústia de saber se o dinheiro chega ou não ao fim do mês. Isso leva-os a ficar instáveis do ponto de vista emocional “e, consequentemente, trabalharão mal”. Ora, como acrescenta, “quero que eles estejam bem, para aumentar os meus lucros”. E diz mesmo que a massa que fabrica, um tipo de macarrão finíssimo muito tradicional em Itália, fica melhor e vende mais se o funcionário trabalha feliz.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Nicolau Santos recorda um exemplo que muitos patrões portugueses deveriam seguir.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

ASAE CAÇA EQUIPAMENTOS DE ESCUTA

«A manhã de ontem foi agitada para inspectores e brigadas policiais da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE). Mas também para seis empresários (5 em Lisboa e um no Porto) confrontados com uma fiscalização de caça à venda de equipamentos de escutas ilegais – numa altura em que a discussão sobre as escutas ganhou maior visibilidade após os ‘desabafos’ do procurador-geral da República, Pinto Monteiro.» [Correio da Manhã]

Parecer:

A ASAE sabe muito bem que está a fazer de conta, que os verdadeiros equipamentos de escuta não estão à venda em lojas e custam centenas de milhares de euros.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se à ASAE se já podemos telefonar descansados.»

MARQUES MENDES NÃO PAGOU À SEGURANÇA SOCIAL

«A auditoria externa às contas da EIA – Ensino, Investigação e Administração, empresa responsável pela gestão da Universidade Atlântica, concluiu que o “valor global de 44 143 euros” pagos a Luís Marques Mendes em senhas de presença, entre 2000 e Abril de 2002, “foram objecto de tributação em IRS mas não foram sujeitas a contribuições para a Segurança Social”.» [Correio da Manhã]

Parecer:

É evidente que a dívida à Segurana Social cabe à escola, as isso não iliba o ex-líder do PSD a quem cabia a obrigação de se certificar que o seu contrato cumpria com todas as obrigações legais, designadamente,as fiscais e sociais.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento a Marques Mendes.»

GOVERNO PROCURA LOCAL PARA A BARRACA DE KADAFI

«O máximo dirigente líbio, Muamar al-Kadhafi, vai estar em Lisboa nos dias 8 e 9 de Dezembro para participar na II Cimeira UE-África, na sala Tejo do Pavilhão Atlântico, no Parque das Nações. E já está a causar dores de cabeça à Missão da Presidência da UE que, em conjunto com elementos do protocolo de Estado do Ministério de Negócios Estrangeiros (MNE) e da PSP, estão a preparar a logística e a segurança para a reunião. Kadhafi recusa-se a ficar num dos 11 hotéis já reservados para as 127 delegações que vão estar presentes na capital. » [Diário de Notícias]

Parecer:

A tenda pode ser instalada junto à foz do Rio Trancão se o líder líbio se recusar a ir para o parque de campismo de Monsanto.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Instale-se a tenda onde o campista desejar desde que cumpra com os regulamentos municipais.»

SAÚDE TAMBÉM DÁ O SEU CONTRIBUTO PARA OS EXCEDENTÁRIOS

«Há 401 funcionários da saúde que vão transitar para o quadro de excedentes da função pública. É a primeira leva de profissionais que sai deste sector para a bolsa de disponíveis e, como afirmou ontem o secretário de Estado, Francisco Ramos, provém dos serviços da administração central e local. No caso de haver médicos, estavam em funções administrativas, por exemplo, nas cinco sub-regiões que já foram extintas ou nas Administrações Regionais de Saúde.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Este processo começa a ser uma palhaçada com mais custos do que benefícios, o governo está mais preocupado em fazer de conta que concretiza uma reforma do que em avaliar uma reforma que já falhou.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao ministro se ganhou alguma coisa com o negócio.»

O PSD ECLIPSOU-SE

«A crítica envolve as cúpulas socialistas que, mesmo pelas melhores razões, e a presidência da UE é uma delas, têm negligenciado o trabalho partidário: o secretariado não tem reunido com regularidade, conforme admite Marcos Perestrello, membro deste órgão e vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa; a Comissão Política teve um encontro na passada quarta-feira, o primeiro desde 17 de Julho; a Comissão Nacional foi convocada apenas uma vez em 2007 para aprovar as contas. Sem linhas de orientação claras, a não ser as decisões ditadas pelo Governo e sem o envolvimento constante das figuras partidárias de referência, o debate interno perdeu intensidade e criou um vazio, preenchido, aqui e ali, pelo ressentimento. Os históricos Narciso Miranda e Vítor Ramalho alertam para a gravidade da situação, sobretudo porque o PS suporta hoje um Governo de maioria absoluta com um programa de profundas e controversas reformas que afectam por todo o país sectores da sociedade com fortes ligações ao partido - casos dos professores e dos profissionais de saúde. Ambos contestam que aos militantes seja exigida fidelidade ilimitada à equipa de José Sócrates, sem serem chamados a participar de forma activa no debate sobre as decisões de fundo do seu Governo, em especial porque muitas delas afectam profundamente o seu modo de vida. Os aumentos dos impostos e do desemprego, a extinção de escolas, de maternidades, de centros de saúde ou a construção do novo aeroporto colocaram as bases socialistas na defensiva por falta de esclarecimentos convincentes da sua direcção política. Vítor Ramalho, líder distrital de Setúbal, revela que pelo seu lado se tem esforçado em dezenas de iniciativas para estimular o debate interno, numa acusação mal dissimulada às cúpulas “desaparecidas em combate” governamental. » [Expresso assinantes]

Parecer:

A verdade é que o PS há muito que não existe, até se pode questionar se foi o partido ou se foi Sócrates que ganhou as eleições.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Modernize-se.»

RETRATO DE UMA ESCOLA

«Bruno tem os dois filhos em casa desde o final de Setembro. “Não os ando a educar para virem para a escola apanhar pancada” e, se estão na escolaridade obrigatória - um no 1º e o outro no 2º ano - pouco lhe importa. Em menos de duas semanas de aulas, esgotou os argumentos que tinha para convencer os filhos a serem bons alunos. “Tinham medo” e por isso mesmo o pai, juntou-se a outros, para fazerem piquetes de segurança no recreio. No último dia de passagem dos filhos pela escola, recebeu um aviso de um dos alunos mais velhos: “vou afogar o teu filho”. E afogou.

Na gíria local, ‘afogar’ significa uma tentativa de sufocar. É feito por dois meninos mais fortes que envolvem o aluno mais pequeno pelas costas e lhe apertam o pescoço com os braços. Tornou-se moda nesta escola na zona ocidental de Lisboa - (não identificada, como todas neste trabalho, para proteger alunos e funcionários) - habituada a lidar com a violência extrema diariamente. Os pais organizaram-se, pela primeira vez em associação, revezaram-se em turnos na escola e começaram a fazer uma cronologia dos incidentes. O resultado é assustador: não há um dia sem roubos, agressões, insultos ou ameaças. “Os alunos entram e saem pelas janelas, pontapeiam portas”, “andam pelos telhados da escola”, “agridem e cospem numa professora”, “arremessam pedras pelas janelas, partem o vidro de um automóvel”, “arremessam pedras para dentro das salas de aula”, “saem da sua sala de aula para irem agredir outros de outra sala”, etc. São quatro folhas A4 de desgraças.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Pelos vistos é mais perigoso dar aulas nalgumas escolas portuguesas do que do Iraque.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Adoptem-se medidas que forem necessárias.»

VITAL MOREIRA CRITICOU SAMPAIO POR DEFENDER O REFERENDO AO TRATADO

«Vital Moreira criticou sexta-feira à noite o antigo Presidente da República, Jorge Sampaio, por defender que o novo tratado europeu devia ser ratificado através de uma «consulta popular», considerando que isso «não tem sentido democrático», refere a Lusa.

O professor universitário, constitucionalista e analista político, que falavanum debate subordinado ao tema «O Tratado Reformador: Presente e Futuro da Europa», realizado em Vila das Aves, Santo Tirso, considerou que o tratado, aprovado no mês passado em Lisboa, é um documento «ilegível», porque tem «centenas de artigos».

Referendá-lo seria «desrespeitar o povo», concluiu. » [Portugal Diário]

Parecer:

Apenas se lamenta que o tenha feito da pior forma

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

CAVACO SILVA DÁ RASPANETE AO GOVERNO

«Cavaco Silva criticou a comissão interministerial por, em dez meses que já leva desde a sua constituição, no passado mês de Fevereiro, ter "reunido uma única vez", lembrando que a economia do mar deve ser encarada pelas possibilidades que oferece ao país, através do aproveitamento da nossa costa e da "imensa zona de exclusão marítima", onde "ainda há muito por fazer", frisou. Mais tarde, garantiu mesmo que dentro de um ano pedirá contas ao Governo sobre esta matéria.» [Público assinantes]

Parecer:

É bem capaz de ter razão apesar de a sua presidência se estar a tornar numa magistratura do raspanete.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento a Jaime Silva.»

JOOST VAN BUUL

DEREK SMITH

DEAN AGAR

MARTIN KOVALIK

DOUANIER F