segunda-feira, outubro 29, 2007

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Nazaré

IMAGEM DO DIA

[Olivier Laban-Mattei/AFP/Getty Images]

«PARIS - Dancers perform, 25 October 2007 at Crazy Horse in Paris, during the show "Forever Crazy", dedicated to Alain Bernardin (1916-1994) who created and headed the cabaret.» [Tiscali]

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JUMENTO DO DIA

O banco dos administradores do Banco de Portugal

Ao mesmo tempo que o Banco de Portugal investiga operações de crédito do Millennium que poderão ter violado a lei que proíbe crédito a familiares dos administradores ficamos a saber que o Banco de Portugal concede créditos aos seus administradores para compra de habitação. Isto é, é crime um banco privado dispor do seu dinheiro emprestando aos próprios administradores, mas é legal que os administradores do Banco de Portugal, que nem sequer é um banco, usarem o dinheiro do Estado para concederem crédito a si próprios.

Como era de esperar o ministro das Finanças veio esclarecer que estas vantagens patrimoniais auto concedidas pelo Banco de Portugal são legais. Só não explicou com base em que dispositivo legal ou como se determinam as taxas de juro ou quais os mecanismos accionados se os administradores se esquecerem de pagar a dívida.

Ficamos a saber que o Banco de Portugal que pelos estatutos (art.º 18.º) está proibido de conceder créditos ao Estado pode fazê-lo aos seus administradores. Além disso, no artigo 40.º do estatuto, que estabelece os direitos dos administradores, não refere qualquer direito a crédito.

Se a pouca vergonha pagasse imposto não estaríamos com um problema no défice e alguns dos nossos ministros teriam o nome na lista dos devedores ao Estado, tão grande seria a sua dívida.

O mesmo Vítor Constâncio que defende sistematicamente o empobrecimento dos portugueses dá o pior dos exemplos na gestão do Banco de Portugal.

PEDRO NAMORA QUE MOSTRE AS PROVAS

Só neste país é que um qualquer Pedro Namora anda de jornal em jornal lançando a suspeição sobre os adversários políticos do seu partido sem ter que apresentar as provas que sustentam as suas insinuações. Alguém anda a fazer este país de parvo tentando dizer que meses depois do escândalo Casa Pia o partido do governo está enterrado nas práticas pedófilas.

Enfim, parece que o PCP está a introduzir uma nova abordagem do leninismo, agora a luta pela ditadura do proletariado faz-se pelo recurso à difamação e insinuação de que os governantes, principalmente se forem do PS, são pedófilos.

Nunca o PCP desceu tão baixo nos seus métodos políticos e na cobardia á que não assume a responsabilidade pela actuação política de um dos seus militantes mais destacados.

CARTOON: ONDE É QUE EU JÁ OUVI ESTA MÚSICA

DA MENTIRA COMO VIRTUDE POLÍTICA

«Há os que sabem tudo e hoje dirão: "Os políticos sempre mentiram." Pode por isso parecer ingénuo ficar surpreendido com o modo como a mentira se instalou na vida política. Mas a verdade é que o hábito vem ganhando contornos inéditos. Quase todos a usam. Quase todos a perdoam. A mentira é corrente. Ganhou novas feições. É por vezes obrigatória. Recomendável, de qualquer maneira. Até sinal de esperteza. Nas relações humanas e familiares, a mentira é castigada. Nos empregos, condenada. Na justiça, apesar de o perjúrio ser olhado com complacência, é mal vista. Mas na política... Na política... É apreciada. Se um político mente para dar emprego aos seguidores, derrotar os adversários ou enganar parceiros, o seu gesto tem todas as probabilidades de ser festejado.

A mentira, a fria mentira transformou-se em instrumento de governo. Há muito que os políticos mentem, aqui e ali. Mas sempre com alguma má consciência. Ou desculpa. Ou sentimento de culpa. Agora as coisas mudaram: mentir é possível, simples e necessário. Sem remorsos nem correcção. Se a intenção é boa, qualquer meio serve e a mentira é necessária. Com a guerra do Iraque, ficou consagrado o direito dos governantes à mentira.

Há quem pense que a mentira é reservada às ditaduras. Sem imprensa livre, escrutínio parlamentar ou oposição legal, qualquer ditador mente quanto e quando lhe apetece. Isso é verdade. Com a democracia, tudo seria diferente. A liberdade de expressão e a imprensa seriam suficientes para conter a mentira. O Parlamento, os partidos e as associações de interesses obrigariam os governos a dizer a verdade. As eleições seriam um correctivo para os políticos mentirosos: exigentes, os eleitores castigá-los-iam. Infelizmente, nada disto é verdade. A democracia vive hoje da mentira. Sob todas as suas formas: ocultação, contradição, correcção, circunstância superveniente ou melhor ponderação. A política tem regras parecidas com as que vigoram no futebol, nalguns negócios e na guerra: o único critério importante é ganhar. Só são condenados os que mentem e perdem. Os que mentem e ganham são respeitados.

Não aumentar os impostos é uma mentira clássica. Criar emprego é outra. Tal como aumentar as pensões e os abonos de família. Durão Barroso e José Sócrates, por exemplo, oferecem-nos ilustrações inesquecíveis deste género de mentiras. Apesar de totalmente irresponsáveis, as promessas de criação de empregos teriam uma desculpa: as dificuldades económicas tê-los-ão impedido de concretizar tão gloriosas promessas. É demagogia, mas chama-se-lhe mentira piedosa. Com os impostos, a experiência é mais radical. Os candidatos a primeiro-ministro garantiram, um que baixava os impostos, outro que os não aumentava. Ambos decretaram sólidos aumentos dias ou semanas depois de tomarem posse. As desculpas não se fizeram esperar: não sabiam que a situação financeira do país era tão grave quanto a encontraram! É extraordinário como, para desculpar uma mentira, os primeiros-ministros não se importaram de se confessar ignorantes, incompetentes e irresponsáveis!

Durão Barroso prometeu, antes das eleições, "um choque fiscal" e garantiu que diminuiria os impostos, sobretudo os que incidem sobre as empresas. Não fez nada disso, antes pelo contrário. Mentiu. Mas as suas mentiras passam por ser outra coisa - correcções motivadas pelo conhecimento dos números e dos factos. José Sócrates garantiu, antes das eleições, que diminuiria o número de funcionários públicos em dezenas de milhares, que criaria 150.000 empregos e que não aumentaria os impostos. Não fez nada disso, antes pelo contrário. Mentiu. Mas as suas mentiras passaram por inocentes necessidades.

O PSD e o PS têm, a propósito dos referendos em geral e do referendo europeu em particular, uma longa folha de serviço de mentiras e negações. Já foram a favor e contra várias vezes. O critério é o das conveniências, não o do programa ou da convicção. Se o referendo incomoda o adversário, são a favor. Se correm riscos, são contra. Se a matéria causa mal-estar dentro do partido, são a favor. Se têm de submeter os seus projectos à vontade popular, são contra. Actualmente, está nos programas do PS e do PSD, consta das promessas eleitorais de um e de outro, faz parte do programa do Governo de José Sócrates. Nada disso tem qualquer importância. O PSD é agora contra. E os dirigentes do PS, incluindo alguns ministros, já são contra. Quanto ao primeiro-ministro, só se pode pronunciar em Janeiro, o que é uma desculpa infantil. A verdade é que esta é a mais frequente das variedades da mentira, mas que parece também ter o perdão da opinião pública e a desatenção da imprensa. Não fazer o prometido, deixar de o fazer ou fazer outra coisa é uma forma de sublinhar a mentira original. Mas também passa, na política, por benigno constrangimento.

Será esta mais uma triste sina portuguesa? Nem sequer. A mentira tem-se transformado, nestas décadas, na moeda comum das democracias ocidentais. A guerra do Iraque é, a este propósito, um caso para estudo. As mentiras de George Bush e Tony Blair, dos seus governos e serviços de informação, ultrapassaram tudo o que se conhecia. Sobretudo pelas consequências mortais para tanta gente. Ao lado, as mentiras de George Bush pai, sobre os impostos, de Nixon, sobre tudo, ou de Clinton, sobre o sexo, foram quase inocentes.

Quanto à União Europeia, nem precisa de mentir: os seus ministros usam e abusam do novo hábito. O ministro Manuel Pinho confirmou que a mentira tem vigorado com rigor na União Europeia. Diz ele, em artigo do Diário de Notícias (de que é co-signatário com dois comissários da UE): "A partir de agora, o que a Europa faz e o que a Europa diz são uma e a mesma coisa"! Ficámos a saber, por vozes autorizadas, que a União mentia. Só não sabemos é se esta declaração não passa de mais uma mentira.

Será possível contrariar esta nefasta tendên-cia para a mentira? É difícil. Não há esperança nos deputados. Como estes se tratam sempre, uns aos outros, de mentirosos, já ninguém acredita. Se os nossos media escritos, falados ou televisivos, estivessem à altura, talvez a sucessão de mentiras não fosse tão rica. Mas também parece que, com frequência crescente, gostam do novo hábito. Que usam com volúpia. Ou perdoam com malícia.» [Público assinantes]

Parecer:

Por António Barreto.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

PCP EXPLORA "FILÃO" DA CASA PIA

«Com base na experiência que levou à mega-investigação, Namora lamenta que o procurador não tenha já nomeado uma equipa especial. Em comunicado, a Procuradoria revelou “que não foi nomeada nenhuma equipa por tal não se justificar”. A informação é de sexta-feira, o dia em que Pinto Monteiro recebeu a dirigente da Casa Pia, Joaquina Madeira. A Procuradoria reitera que o inquérito foi entregue “à secção do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa”, de crimes sexuais, coordenada pelo procurador João Guerra, que liderou o primeiro processo da Casa Pia.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Enquanto se prova e não se prova lança-se a suspeição sobre tudo e todos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Ouça-se o militante do PCP para que este apresente as provas.»

MENEZES FORA DO CONSELHO DE ESTADO

«Um membro da Comissão Política vai até mais longe nas críticas: “Não fiquei surpreendido com a atitude do dr. António Capucho porque ele tem um ego do tamanho do Mundo. Era de elementar bom senso ter posto o lugar à disposição. Acho bem que o legislador faça as alterações adequadas para que esta situação não se repita no futuro. O presidente do maior partido da oposição deve estar representado no Conselho de Estado e não um presidente de câmara de segunda linha”, afirmou ao CM sob anonimato. “Extraordinário”, é a reacção de outro menezista e “inqualificável”, afirma também outro dirigente, ressalvando que Capucho deveria ter falado primeiro com o líder do PSD e colocado o lugar à disposição.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Digamos que a autarquia de Cascais é mais importante que a de Gaia, mais uma evidência do elitismo da linha. Mas parece que o problema está resolvido:

«Luís Filipe Menezes irá mesmo integrar o elenco do Conselho de Estado. Ao DN, fontes próximas do novo líder do PSD admitem que "o fundamental era chegar a um consenso político, o que se conseguiu". Os assessores e conselheiros da Casa Civil da Presidência da República, o Governo e os líderes parlamentares do PS e do PSD, Alberto Martins e Pedro Santana Lopes, já começaram a discutir a melhor fórmula para fazer entrar Menezes no órgão de consulta do Presidente da República, segundo a vontade expressa deste de ver ali representado o líder do maior partido da oposição.» [Diário de Notícias]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Menezes que espere pela próxima legislatura.»

A IDIOTICE DO DIA

«João Bosco Mota Amaral, em declarações ao DN, defende que "deve realizar-se um referendo popular ao Tratado Reformador nos 27 Estados da União Europeia. No mesmo dia." Segundo o antigo presidente da Assembleia da República, a simultaneidade do referendo a 27 iria permitir que a campanha num país ou o seu resultado não viesse a influenciar outro Estado membro.» [Diário de Notícias]

Parecer:

O João Bosco está a confundir os países da Europa com as ilhas dos Açores.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Não o levem a sério.»

SAMPAIO QUER REFERENDO

«Mas ontem foi a vez do ex-chefe de Estado, Jorge Sampaio, vir defender um referendo "Há boas - excelentes - razões para convocar um referendo. No plano interno daria a oportunidade aos cidadãos e às forças políticas partidárias de fazerem campanha pelo Tratado de Lisboa, reafirmar o seu ideal europeu e frisar a importância da Europa para o futuro de Portugal. [No plano externo] o referendo apareceria como um corolário natural do nosso empenho e determinação em lograr o Tratado de Lisboa e fortaleceria assim a posição de Portugal junto dos seus parceiros da UE", defendeu, em artigo no jornal "Sol". Mas Sócrates é taxativo: "Não sou dos que acham que só a ratificação por referendo é legítima". E nem a promessa anterior O referendo parece condicionar a decisão: As condições são agora "muito diferentes", disse.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

E se os portugueses se absterem, como é mais do que provável, o que dirá Sampaio?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»

CATALINA PESTANA ANDA A SER PERSEGUIDA

«Catalina Pestana, ex-provedora da Casa Pia, contou ao PortugalDiário que tem sido «seguida», porque já se cruzou, «várias vezes em locais muitos distintos», com «o mesmo homem». Desde quando? «Não posso dar a certeza absoluta, mas tenho ideia que foi após dar a entrevista ao semanário Sol», afirma. » [Portugal Diário]

Parecer:

Quem nos garante que não é um apaixonado?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Nunca é tarde para amar.»

VATICANO BEATIFICA O FRANQUISMO

«El cardenal José Saraiva Martins ha proclamado beatos en el Vaticano, en nombre del papa Benedicto XVI, a 498 españoles, entre ellos 14 aragoneses, asesinados en 1934 y 1936-39, considerados por la Iglesia "mártires del siglo XX".

Los beatos proclamados son dos obispos (de Ciudad Real y Cuenca), 24 sacerdotes diocesanos, 462 miembros de Institutos de Vida Consagrada, un diácono, un subdiácono, un seminarista y siete laicos. » [20 Minutos]

O PIROPO QUE CUSTOU 46 CAMELOS

«Aunque los egipcios no destacan por su recato a la hora de piropear a las mujeres, las tribus beduinas son menos tolerantes y condenaron a un hombre a cortarle la lengua, aunque al final le conmutaron la pena a cambio de 46 camellos. Reunidos en un campamento en el sur de la península del Sinaí, donde rigen leyes especiales impuestas por los propios beduinos, los miembros de un tribunal ordenaron rebanar la lengua a un hombre de un clan que dijo "buenas palabras" a una mujer de otra tribu, según informa hoy el diario oficialista Ajbar al Yom.» [20 Minutos]

O DESEMPENHO DO NOVO DG DOS IMPOSTOS

Ainda é muito cedo para retirar conclusões, mas num primeira impressão poderemos dizer que com o novo dg a DGCI tem mais gestão e menos propaganda. O novo dg conseguiu um milagre que o anterior não conseguiu, obrigar a direcção de finanças de Lisboa, um dos serviços mais ineficazes da Administração Pública, a cobrar impostos.

Menos manhoso do que o anterior, o actual dg parece estar a fazer um trabalho positivo, veremos se tem coragem para assumir por inteiro a gestão do fisco ou se, como sucedeu anteriormente, permite que serviços fundamentais sejam desgovernados.

Ao enfrentar a df de Lisboa o dg mostrou que não tem medo nem das relações secretas nem de senadores do PSD. Um ponto a seu favor.

O JUMENTO NO TECHNORATI

  1. Num gesto de pluralismo nos tempos que correm o PS Lumiar divulgou o post onde se criticou a reforma da Administração Pública. Do outro lado do espectro político o Largo das Alterações deu destaque ao mesmo post.
  2. O Macroscópio não deu flores a Manuela Ferreira Leite.

COMBATE URBANO

KEVIN LEWIS

ROBERT SOCHA

PHOTODREAM

SAM LIM

THRUEYE

AS COISAS QUE ENCONTRAMOS NUMA IGREJA

COMO (NÃO) SE TIRA O CARRO DA GARAGEM

EMIRAÇÃO: EFICÁCIA POLICIAL

SPORT TV

Advertising Agency: MSTF Partners, Lisbon, Portugal
Creative Directors: Susana Sequeira, Lourenço Thomaz
Art Director: Ivo Purvis
Copywriters: Pedro Lima, Pedro Botelho Moniz
Illustrator: Jorge Coelho

ROLLINGSTONE

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Advertising Agency: Euro RSCG, São Paulo, Brazil
Creative Director: Jader Rossetto
Art Directors: Daniel Poletto, Rodrigo Corbari
Copywriter: Rodrigo Senra
Photographer: Ricardo Barcelos
Retoucher: Boreal Tratamento De Imagens

WWF

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Advertising Agency: Euro RSCG Worldwide, Shanghai, China