domingo, outubro 21, 2007

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Évora

IMAGEM DO DIA

[Jim Watson/AFP]

«LAUREL, MA - US President George W. Bush holds a screeching owl while touring the Patuxent Wildlife Refuge October 20, 2007 in Laurel, Maryland. Bush toured the refuge and spoke on Migratory Bird Conservation.» [Tiscali]

JUMENTO DO DIA

De que terá medo o Alberto?

Quando o PS da Madeira informou que iria elaborar um dossier sobre a corrupção local o Alberto reagiu como de costume, com desdém. Entretanto, o PS reuniu com outras forças políticas, as suspeitas avolumaram-se e o representante do Ministério Público falou com o Presidente da República sobre o tema. O suficiente para o Alberto ter ficado nervoso e reagir também como de costume, com ameaças.

O PSD É OU NÃO A FAVOR DO REFERENDO AO TRATADO?

Oficialmente o PSD defende a não realização do referendo. Mas não é difícil de perceber que vai manter esta posição em público e defender o referendo em privado, para desta forma obter proveitos políticos. Só assim se entende que o Alberto tenha desempenhado o papel de lebre e defendido a realização do referendo.

Vamos assistir a um novo espectáculo como sucedeu com o referendo do aborto, com o PSD a abster-se de ter coragem política para dessa forma obter votos. Para o PSD os votos são mais importantes que qualquer outro valor.

O CASO DA PROFESSORA DA ESCOLA BÁSICA DA REGEDOURA

Temos vindo a assistir a várias queixas em reacção a decisões de juntas médicas, trata-se, em regra de profissionais que sofreram de um cancro que de alguma forma limitou as suas capacidades. O último caso refere-se a uma professora do ensino primário que por lhe ter sido retirada parte da língua tem algumas dificuldades em falar.

Deve um cidadão nestas condições ser aposentado? Da mesma forma que não considero alguém que tenha sobrevivido a um cancro como um coitadinho não me parece que ter padecido dessa doença seja motivo para que o funcionário beneficie de uma aposentação. Se o funcionário em causa não puder dar o seu contributo com as suas habilitações porque a doença o incapacitou concordo, mas se assim não suceder não me parece que a solução seja a aposentação.

Se o Estado tem funções a atribuir à professora em causa respeitando a sua dignidade profissional não há razões para que seja aposentada. Não é aceitável que seja despromovida para jardineira, mas se, por exemplo, ficar responsável de uma biblioteca nada justifica a aposentação a não ser um tratamento de "coitadinha", tratamento de que muitos outros cidadãos com dificuldades maiores não beneficiam.

A MÁ MEMÓRIA DE MANUELA FERREIRA LEITE

«Na verdade, dado o atraso na reforma da Administração Pública e a proclamada aversão a receitas extraordinárias só lhe resta aumentar a carga fiscal, como é patente no orçamento, e esperar pela capacidade dos contribuintes para a suportar.» Manuela Ferreira Leite, no Expresso

Ao ler MFL no seu artigo publicado no Expresso lembro-me como esta ministra exemplar do PSD se esqueceu do que fez enquanto ministra das Finanças, asneiras suficientes para se abster de comentar qualquer ministro da mesma pasta.

Critica as reformas e o aumento de impostos?

Que reformas fez MFL? Sejamos honestos, nenhuma, limitou-se a falar mal dos funcionários públicos que com ela passaram a ser identificados como os inúteis do país.

Como combateu o défice? Com soluções fáceis e manobras, vendeu património, promoveu perdões fiscais e vendeu as dívidas ao fisco sem sequer saber qual o montante das dívidas ou qual o montante que seria recuperável.

AL GORE E OS COMITÉS

«Os procedimentos seguidos pelos diferentes actores desta história para chegarem à verdade sobre o aquecimento global são incompatíveis com a tradição científica. A tradição científica valoriza a liberdade de aprender e de ensinar, a liberdade de promover teorias impopulares, a avaliação descentralizada pelos pares e a competição entre teorias contraditórias. A tradição científica rejeita a autoridade dos consensos e as "verdades" oficiais. E percebe-se porquê. O propósito da ciência é descobrir a verdade. A verdade reside na realidade externa, não reside nos comités nem nos tribunais. A descoberta da verdade tem frequentemente que passar pela refutação dos consensos do momento e constitui um desafio permanente aos poderes estabelecidos. A descoberta da verdade requer a total liberdade de ensino e de investigação. Dispensa governos que fazem propaganda nas escolas e comités que estabelecem "verdades" oficiais.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Um bom comentário de João Miranda a propósito da polémica em torno do documentário que valeu um Nobel a Al Gore.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

LARGAR LASTRO

«Há uma diferença entre deter poder ou exercer poder. O poder apenas detido é despido de sentido útil: aproveita ao próprio mas não aos outros. Exercer o poder é uma coisa diferente, é aproveitar uma oportunidade para poder fazer coisas que são úteis para os outros. É assim na política, na vida económica ou cultural. O exercício do poder político confere a possibilidade única de transformar coisas, reformar, melhorar, romper bloqueios - é uma actividade nobre, ao contrário do que a cultura de mesa de café gosta de dizer. Conheci muitos políticos que tanto lhes fazia o lugar que ocupavam ou a capacidade de acção de que dispunham nessas funções. Limitavam-se a deter poder, para satisfação da sua própria vaidade ou para se ‘manterem em jogo’ para futuras e outras oportunidades. Mas também conheci os que apenas quiseram o poder enquanto acreditaram que dele podiam fazer um instrumento transformador para melhorar as coisas. E conheci até alguns que nunca aceitaram os cargos para que foram convidados por entenderem que o seu lugar seria inútil ou desprovido de sentido. De igual modo, o exercício do poder económico pode ser uma oportunidade para acrescentar valor às empresas, postos de trabalho, riqueza para o país. E o poder cultural, exercido criativamente, é também um serviço prestado à comunidade.

Entendido assim, o poder não tem nada de corruptor. É uma coisa fugaz, com um objectivo concreto e um espírito de missão claro. Assim que as circunstâncias mudam ou a missão está cumprida, abandona-se e vai-se fazer outra coisa. Por mais que possa custar pessoalmente, a grandeza está em largar e não em continuar agarrado ao poder. Como acontece com tantas outras situações, em determinadas alturas da vida, a sabedoria consiste em saber sair, antes que nos peçam para sair. É o que eu chamo largar lastro: abandonar o que já não serve ou não faz sentido nem bem algum e ir à procura de outra coisa, porque a vida não tem só um caminho e ninguém, mesmo, é insubstituível. Infelizmente, para certas pessoas, largar equivale como que a uma morte em vida. Pobres vidas!

Dou alguns exemplos de gente que, em áreas diferentes, não sabe largar o poder, se acha único e insubstituível e não é capaz de se retirar de cena, convencendo-se que é a vontade dos outros que os mantém atados ao leme, como dizia Fernando Pessoa, a propósito de Bartolomeu Dias.

Comecemos pelo presidente do FC Porto, Pinto da Costa. Depois de 22 anos de poder pessoal e absoluto, teve em 2004 uma oportunidade de retirada em grande que os deuses raramente concedem em casos destes. Campeão Europeu de clubes (uma proeza dificilmente repetível nas décadas seguintes), tinha acabado de inaugurar um estádio novo e lindo e vendera parte das jóias da coroa ao estrangeiro, conseguindo um encaixe financeiro também ele irrepetível e que lhe poderia ter permitido pagar logo o estádio todo ou reduzir o passivo do clube a números residuais. Se tivesse saído nessa altura, teria o Porto a seus pés, o país esmagado de admiração e roído de inveja e a eterna gratidão dos portistas. Mas, preferiu ficar, aparentemente porque não tem vida fora do clube. E o que se seguiu foi uma série de desastres e erros de gestão de toda a ordem: cinco treinadores contratados, dezenas de jogadores adquiridos, dos quais a esmagadora maioria só podem ter vindo por engano, défices astronómicos acumulados em três anos de descontrolo que rapidamente engoliram os lucros de 2004 e, finalmente, a confusão do ‘Apito Dourado’ e as vinganças da ex-primeira-dama, numa sucessão de episódios degradantes que bem poderia ter evitado. Agora, se sair e quando sair, se mandar calar por instantes os aduladores que sempre rodeiam o poder perpétuo, escutará um surpreende suspiro de alívio das bancadas.

Segue-se o caso terminal de Alberto João Jardim. Ao longo de trinta anos, venceu já vinte e não sei quantas eleições consecutivas - o que lhe garante desde logo um lugar, se não na história, pelo menos no ‘Guiness’. Ganha e governa com a mais eficaz e simples das receitas: dinheiro, muito dinheiro, dos outros. Com tanto dinheiro arrancado aos nossos bolsos, só poderia ter obra feita e que dá nas vistas, apesar de todos os desperdícios, os descaminhos e os gastos sumptuários, que convivem com zonas de miséria inexplicáveis, essas escondidas da vista e dos votos. Mas ‘tem obra feita’, como repetem sempre, muito circunspectos, os PSD. E parece que tinha também ambições políticas mais vastas e mais continentais. Mas, à força de se arrastar no poder fácil da Madeira e nas suas vitórias eleitorais de meia-tigela, queimou-as. Se hoje aqui aparecer a votos, será cilindrado (e felizmente!). Porque o que tinha de aura de fazedor acabou por se revelar à luz crua dos dinheiros sem fim que nos custa e o que, a certa altura, chegou a ter de engraçado, acabou por se tornar previsível e repetitivo, até que a audiência deixou de lhe achar graça.

Último exemplo: Jardim Gonçalves, o fundador e eterno mandante do BCP. Criou o primeiro banco privado português e logo revolucionou a banca, passando a tratar os clientes como clientes e não como suplicantes, como até aí sucedia. Fez os bancários vestirem-se de gravata, abandonando o ar de empregados de cervejaria revolucionários e ensinou-lhes a deixar de tratar os clientes com arrogância e desdém. Depois, modernizou a banca toda e fez parte de uma geração que, de facto, tornou a banca portuguesa um dos raros sectores de excelência na gestão empresarial. A certa altura, criada fama, prestígio e riqueza, ultrapassados os 70 anos de idade, usado até à exaustão cada migalha de poder que foi detendo e sempre acrescentando, anunciou a retirada e a chegada ao poder de uma nova geração. Mas era apenas um truque, para fingir que estava de fora, continuando a tudo controlar. E, quando esse controlo se tornou um obstáculo à governação do banco, em lugar de consumar de vez, e sem mais subterfúgios, a retirada, foi à luta - uma luta feia e desprestigiante - para afastar a tal nova geração que lá havia colocado e continuar a governar por interpostos representantes. Perdeu, também ele, a oportunidade de sair em beleza. Agora, as sequelas da guerra que semeou, por pura vontade de mando e vaidade, viram-se contra si, em sucessivas revelações devastadoras e de que, decerto, ainda não vimos o fundo. Os episódios do perdão de dívida e de juros, ao filho e ao aliado, são de tal maneira chocantes que só uma obstinação que já é do domínio da patologia pode ainda fazê-lo manter-se em funções, uma semana depois de a notícia do Expresso ter destruído para sempre a sua imagem de gestor rigoroso, criada ao longo de trinta anos. E tudo se agravou mais com as inacreditáveis justificações que ele e o próprio filho resolveram dar para explicar como é que o maior banco privado português atira borda fora pelo menos 22 milhões de euros em negócios de favor. Decerto que não terá perdido as qualidades que o fizeram conseguir ver antes e mais longe que muitos outros, no negócio bancário. Mas, porque assim é, ele, mais do que ninguém, deve saber que um banco vive da imagem e da credibilidade pública. E, nos últimos meses, ninguém, mais do que o eng.º Jardim Gonçalves, se tem dedicado afanosamente a destruí-las.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Miguel Sousa Tavares dá três exemplos de personalidades apegadas ao poder.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Expresso assinantes»

OS ERROS DE MENEZES

«Depois da vitória no PSD, Luís Filipe Menezes tinha dois erros para cometer. Ou, melhor dizendo, para não cometer. O primeiro, menor mas relevante, era ficar na Câmara de Gaia e, até 2009, continuar com um fardo que, a qualquer altura, pode ser demasiado pesado. Menezes escolheu ficar, citando o exemplo de Sampaio, que acumulou Lisboa com o PS. Existe uma diferença: Lisboa não é Gaia e o que Menezes ganha com Gaia, em prestígio e visibilidade, não compensa o que ele pode perder, sobretudo se as contas continuarem a patinar e ele, como presidente, for o responsável máximo pela casa. As nossas autarquias não se distinguem pela sanidade financeira? Sem dúvida. Mas Menezes não será um autarca qualquer e a imprensa, agora, não olhará para o caso com a displicência que se concede aos regionais; Gaia será uma amostra, em ponto pequeno, do talento político de um homem que tenciona governar o país.

Mas o segundo erro, gigantesco e fatal, dá pelo nome de Pedro Santana Lopes. Ninguém acredita, em juízo perfeito, que Santana era uma preferência de Menezes; provavelmente, é uma amarga inevitabilidade, para não falar de imposição. Mas é nestes momentos que se conhece a fibra dos líderes. Ao entregar a bancada a Santana, Menezes mostrou ter pouca fibra e muita ingenuidade. No seu íntimo optimista, e apesar de conhecer o personagem, o novo líder do PSD ainda acredita que talvez Santana seja controlável: por ele, por Mota Amaral ou pelos Três Porquinhos. Santana não é controlável porque, muito compreensivelmente, o homem não regressa para servir; regressa para servir-se e preparar a vingança sobre os seus coveiros de 2004. Infelizmente para Menezes, a vingança só teria sentido se a herança de Santana fosse um caso exemplar. Não é. E cada vez que Santana criticar o primeiro-ministro, este só terá de relembrar ao país o nome de quem o critica. Menezes pode construir o seu caminho para 2009; e pode revelar intenções meritórias, como a ideia de uma nova Constituição; mas por cada tábua erguida, o regresso de Santana será um prego no caixão.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Segundo João Pereira Coutinho.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

O TRATADO QUE SE CHAMARÁ DE LISBOA

«O "fumo branco" papal que o PÚBLICO usou para caracterizar o anúncio de um novo tratado europeu que se chamará "de Lisboa" é uma imagem apropriada à coisa. Cá fora, os fiéis e a Igreja esperaram o "fumo branco", com a ansiedade do rebanho que pensa que perdeu o seu pastor e, biblicamente, espera de novo o conforto de ser pastoreada, de encontrar um bom pastor, bons cães, boa tosquia, boa erva. Durão Barroso ficou contente, José Sócrates ficou muito contente, Sarkozy ficou contente, Merkel ficou muito contente, a Bélgica ficou contente, o Luxemburgo ficou contente, Bruxelas ficou tão contente que chegou até Paris e Berlim num breve momento de abrir as penas de pavão de "capital da Europa", em dezenas de edifícios pela Europa fora, em Bruxelas, no Luxemburgo, em Estrasburgo, nas "agências" europeias da Grécia a Portugal, nos escritórios da burocracia europeia, de Talinn a Nicósia todos ficaram muito contentes, no Euronews ficaram muito contentes, nas mil e uma actividades subsidiadas pela União reinou o contentamento. O PÚBLICO está muito contente e coloca-me na situação habitual de desmancha-prazeres e temo que coloque a minha péssima fotografia ao contrário, melhorando-a como efeito perverso da Europa. Como na Europa, é ao contrário que se fica direito.» [Público assinantes]

Parecer:

Fica bem a um intelectual que se preze ser contra o Tratado e nos tempos que correm é uma excelente forma de obter protagonismo. Só é pena que Pacheco Pereira não encontre uma bom argumento para justificar a sua posição contra. Diz o que o Tratado não resolve mas não diz que a solução desses problemas não passam pelo Tratado, como também não caberia ao Tratado passar por cima dos equilíbrios europeus sem os quais não existiria a própria União Europeia.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

VISITA SIMBÓLICA

«Com uma opinião menos entusiasta, Eduardo Pontes, da associação O Moinho da Juventude, avisa que “continua a haver um aproveitamento político da imagem de degradação em campanhas, porque aparecem sempre por aqui mas acabamos por não ver qualquer efeito”. Mais, a associação considera que as visitas da classe política pelo bairro, com sete mil habitantes, têm menor impacto na Cova da Moura do que propriamente nos ‘media’. Seja como for, é lá que o novo líder social- -democrata termina hoje o seu dia, depois há uma comissão política nacional que se prevê longa e de onde sairá, por exemplo, a data do próximo conselho nacional.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Nada mais poderia ter sido mais simbólico para a Evita de aia do que visitar a Cova da Moura.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se à Evita de Gaia se para as suas bandas não há nenhum bairro com problemas.»

ALGO VAI MAL NO REINO DO ALBERTO

«Ontem Monteiro Diniz admitiu que os magistrados na Madeira estão mais vulneráveis por se tratar de um meio pequeno, manifestando assim estar de acordo com uma eventual reorganização do Ministério Público na Madeira" para que a "Justiça possa funcionar melhor". "A Madeira é um meio aparentemente cosmopolita mas também provinciano por ser pequeno. (...) E isso gera uma forma de condicionamento comportamental e torna mais vulnerável o comportamento das pessoas que exercem esses cargos [os magistrados]", disse à saída do encontro no Palácio de Belém. » [Jornal de Notícia]

Parecer:

Compreende-se que o Alberto tenha mudado de posição em relação às queixas do Alberto.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Investigue-se.»

SE NÃO TENS PADRINHOS RICOS...

«O Banco de Portugal exigiu ao BCP as actas do conselho de administração em que foram considerados incobráveis os créditos de 12 milhões de euros relativos a empresas cujo sócio maioritário era Filipe Vasconcelos Jardim Gonçalves, filho do presidente do banco, Jorge Jardim Gonçalves. Contudo, fontes do banco garantiram ao Expresso que a diligência é inútil, já que o assunto não foi discutido na administração, apesar das circunstâncias o recomendarem. A decisão foi tomada apenas por Filipe Pinhal, actual presidente executivo do BCP, e pelo administrador Alípio Dias.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Afinal não foi o pai que deu a borla a "Francisquinho" foi o padrinho de baptismo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Altere-se a lei para incluir os padrinhos.»

A ANEDOTA DO DIA

«O BCP continua a dizer que tudo fez para recuperar as dívidas. Quanto ao facto de haver avales que não foram executados, tal terá ficado a dever-se, segundo o banco, ao facto de o filho de Jardim ter dado todo o seu património para pagar as dívidas e de alguns dos avales terem deixado de ter qualquer valor. Facto que estará relacionado com a dispersão de dívidas pelas várias empresas controladas por Filipe Jardim Gonçalves. Por outro lado, o BCP diz que não desistiu das dívidas, ou seja, mantém o direito de as cobrar no futuro. Até porque, um dia, Filipe Jardim Gonçalves poderá herdar o património do pai. Uma hipótese que um banqueiro contactado pelo Expresso desvaloriza. “O que Jardim Gonçalves deveria ter feito na segunda-feira era pagar do seu bolso o valor em causa e pedir a demissão”.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Isto é, Jardim Gonçalves está à espera de morrer para recuperar a dívida do filho ao banco.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se uma gargalhada que se consiga ouvir na sede da prelatura da Opus Dei.»

TAMBÉM QUERO VENDER MEDALHAS AO BCP

«Um dos primeiros negócios de Filipe e Tiago André Tico Coelho foi a numismática, através da sociedade Passo a Passo Colecções, Lda. Há 10 anos, altura em que as inúmeras empresas de Filipe começam a florescer, o BCP ficou com alguns milhares de medalhas comemorativas que ainda hoje permanecem guardadas nos cofres do banco. As medalhas custaram cerca de um milhão de euros mas o seu valor de mercado é quase nulo. São cerca de 400 colecções comemorativas de vários temas das quais terão sido vendidas apenas meia dúzia.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Isto começa a ser ridículo demais.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se outra gargalhada.»

CATALINA GUARDOU TRUNFOS NA MANGA

«E como ninguém parece saber de nenhum caso ou conhecer algum aluno abusado, as declarações de Catalina Pestana foram recebidas com estupefacção e bastante hostilidade, principalmente dos funcionários, apontados como suspeitos. Ao que o Expresso apurou, a antiga provedora não terá relatado ao ministro Vieira da Silva indícios de abusos sexuais. E até sair, manteve reuniões regulares com o responsável governamental. Quando depôs no julgamento também não relatou novas suspeitas. Catalina não mandou instaurar qualquer processo de averiguações aos suspeitos indicados pela testemunha. E não ouviu nenhuma vítima. Uma incongruência difícil de explicar, mas a ex-provedora não esteve disponível para prestar qualquer esclarecimento. Apesar dos esforços da actual direcção para reduzir o número de alunos internados, há ainda 500 jovens nessas condições. Os lares estão a deixar de funcionar nos colégios e os internos estão a ser enviados para apartamentos onde as hipóteses de abusos são mais reduzidas.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Esta história tem que ser cabalmente esclarecida.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Investigue-se.»

EXIGÊNCIA OPORTUNISTA

«O CDS-PP exige a presença urgente do ministro da Justiça e do procurador-geral da República na Assembleia da República, depois de Pinto Monteiro ter admitido, numa entrevista ao semanário “Sol” que o seu telemóvel estaria sob escuta.» [Público]

Parecer:

Esta exigência do PP é puro oportunismo político, visa associar as afirmações do Procurador-Geral da República a eventuais abusos do governo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao PP se não era essa a prática do PP quando estava no governo.»

SANTANA SANEIA BARROSISTAS

«Renovada a direcção do grupo parlamentar do PSD, Luís Filipe Menezes e Pedro Santana Lopes acordaram já na recomposição das quatro comissões parlamentares presididas pelos sociais-democratas. Luís Marques Guedes, ex-líder da bancada social--democrata deverá presidir à comissão parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura, substituindo o deputado José Matos Correia, ex-chefe de gabinete de Durão Barroso. Também José Luís Arnaut, um outro destacado "barrosista", poderá ser afastado da presidência da comissão parlamentar dos Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas. » [Público assinantes]

Parecer:

Deve ser para agradecer a Durão Barroso ter-lhe permitido chegar a primeiro-ministro. Enfim...

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento a Durão Barroso.»

OCEANOS ABSORVEM MENOS CO2

«Os oceanos podem estar perdendo capacidade de absorver dióxido de carbono, alerta uma pesquisa da Universidade de East Anglia, na Inglaterra.

Durante dez anos, os cientistas avaliaram a absorção oceânica de CO2 – gás que causa o efeito estufa – através de equipamentos instalados em mais de 90 mil navios mercantes que cruzaram o Atlântico norte.» [BBC Brasil]

O ZÉ BANCÁRIO "CALOU-SE

Era um blogue frequentado por empregados do Millennium. Era de esperar.

PAVEL KAPLUN

RYAN HOLLIDAY

PAOLO BASSETI

MIKLOS SZORENYI

PUBLICIDADE: "A MINHA MÃE DISSE QUE EU PODIA"

SUSHI FRESQUINHO

LAVA BAR

[2][3]

Advertising Agency: Team One, El Segundo, USA
Creative Directors: Ralph Watson, Grant Holland
Art Director: Ralph Watson
Copywriter: Kathy Hepinstall
Illustrator: Bubi Au Yeung
Executive Creative Director: Chris Graves

ANA MARIA MINI CAKE

[2][3]

Advertising Agency: McCann Erickson Brazil, Sao Paulo, Brazil
Creative Directors: Adriana Cury, Danilo Janjácomo, Danilo Martins
Art Director: Fernando Reis
Production Manager: Ricardo Ramos
Account Executives: Vera Silvieri, Isa Degaspari
Copywriter: Marcelo Padoca
Illustrator: Stephen Biesty

VIRGIN ATLANTIC AIRLINES

[2][3]

Advertising Agency: Net#work BBDO, Johannesburg, South Africa
Creative Directors: Mike Schalit, Julian Watt
Art Director: Mariana O'Kelly
Production Manager: Clinton Mitri
Account Executive: Lynda Fiebiger
Copywriter: Gary Du Toit
Illustrators: Ree Treweek, Matthew Green, Paul BowerTypographers: Ree Treweek, Matthew Green, Paul Bower