domingo, outubro 14, 2007

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Capela dos Ossos, Évora

IMAGEM DO DIA

[Sergei Supinsky/AFP]

«KIEV, UKRAINE - A model displays a creation from the ready-to-wear collection by popular Ukrainian fashion designer Alexksey Zalevskiy during a Ukrainian Fashion Week show in Kiev 12 October, 2007.» [Tiscali]

ERRO NO CASTING PUBLICITÁRIO

JUMENTO DO DIA

O que pretende Catalina Pestana?

Quando o processo Casa Pia estava a ser investigado era habitual ouvir-se que se devia esperar pelo curso da justiça, agora que o julgamento do processo avança a passos largos é a dona Catalina Pestana que se mostra impaciente, lançando suspeição sobre tudo e sobre todos. É evidente que a dona Catalina Pestana intervém com objectivos políticos, só resta saber quais, certamente não são os mesmos do Pedro Namora ainda que comece a ser evidente que há um inimigo comum.

Não conseguiram o que pretendiam , apesar de a liderança do PS ter sido decapitada este partido ganhou as eleições e por maioria absoluta. Tiveram azar, agora já é pouco provável que apareça uma "vítima" a identificar José Sócrates num álbum de fotografias.

O MENEZISMO NO SEU MELHOR

Enquanto Menezes se apresenta no congresso do PSD como um menino que se apresenta para a primeira comunhão, pedindo que perdoem aos que o ofendem, os seus admiradores continuam com a vaga política mais rasca a que se tem assistido nos últimos anos. Gente que odeia só porque deixaram de poder comer à custa dos portugueses que pagam os impostos com que eram pagos.

Na caixa de comentários d'O Jumento tenho lido bons exemplos do pensamento menezista clandestino, daquele que não se apresenta em congressos, que é deixado aos marginais. Aqui fica um bom exemplo:

«Com que então o Luis F. Meneses foi ao cabeleireiro? Pois bem, mas tu vai indo à farmácia compar a vaselina porque vais ser enrabado. Compra da boa, que a enrabadela vai ser forte. Prepara o cu, jumento! »

O sabujo que escreveu isto tem o IP 85.243.8.247.

ABUSO POLICIAL OU CILADA?

Quando aqui coloquei esta interrogação a propósito do suposto incidente da Covilhã os meus leitores simpatizantes do PCP e do novo PSD uniram-se na tentativa ridicularizar a pergunta, em cima do acontecimento o que importava era mais o aproveitamento político do que questionar os factos, até porque os factos limitavam-se às afirmações de um sindicato liderado por alguém que persegue os objectivos que lhe são definidos pelo PCP.

Passada a fase do aproveitamento político começa a ser evidente que estamos perante um caso de puro oportunismo político, o que talvez justifique o facto de o PCP se ter "atrasado" a tomar uma posição pública, deixando que fosse o PSD o primeiro partido a protestar. Só que anda por aí muita gente que não se deixa "comer por parvo", como é o caso de Fernando Madrinha que escreve no Expresso:

«Três dias depois da visita de dois polícias à delegação do sindicato dos professores na Covilhã para saberem como iriam receber um ilustre filho da terra no dia seguinte, houve notícia do inquérito pedido pelo Governo. E a notícia diz que não há lugar a processo. Depois de tanta barulheira, a primeira reacção é de desconfiança: cá está, mais um inquérito que não deu em nada. Mas deu. Ouvindo polícias e sindicalistas, ficámos a saber que, afinal, o contacto entre eles, em situações como a desta visita do primeiro-ministro à Covilhã, não só é legítimo como rotineiro. Tão rotineiro que chega a ser feito por telefone, bem à portuguesa. Conclusão: a grande ameaça à liberdade sindical é uma manobra em que os próprios sindicatos participam sem protesto há muito tempo. Os sindicalistas oportunistas e os políticos apressados do ‘aqui d’el rei que estão a matar a liberdade’ bem podem limpar as mãos à parede. »

Se o que se passou na Covilhã aconteceu como disseram os jornalistas estamos perante um facto da maior gravidade, estando em causa a honorabilidade do relatório do IGAI. É a democracia que está em causa e na primeira linha da sua defesa deve estar o Parlamento.

Aqui fica um desafio ao PCP, se luta tanto pela defesa da democracia porque não propõe que seja feito um inquérito parlamentar aos acontecimentos da Covilhã, procedendo a uma rigorosa investigação do que sucedeu, ouvindo todos os seus intervenientes?

Aqui fica uma aposta: o PCP não terá coragem de o fazer, terá tanta coragem como a sindicalista que deu uma cópia de um comunicado aos agentes da PSP e que depois foi a fugir dizer que tinha havido uma invasão do sindicato. Terá tanta coragem como os sindicatos da PSP que se calaram deixando dois dos seus agentes serem acusados de terem assaltado um sindicato.

Mais do que um exemplo de abuso policial este caso da Covilhã é um exemplo da cobardia e falta de honestidade que grassa na política portuguesa.

OS AGENTES DA PSP APRENDERAM

Ao pé de certa gente só se pode falar na presença de um advogado.

MENEZES: O PRIMEIRO MOMENTO SANTANISTA

Menezes decidiu fazer uma conferência de imprensa a meio do congresso para nada dizer, o que avançou já se sabia pelos jornais e esta iniciativa à hora de abertura dos telejornais só serviu para mostrar o upgrade do líder do PSD produzida pela empresa de imagem que o apoia.

Menezes parece não perceber que a postura de homem de Estado que pretende vender não lhe fica muito bem, não bate a bota com a perdigota.

O QUE É FEITO DA AJUDA PROMETIDA POR CAVACO SILVA?

Durante a campanha presidencial Cavaco Silva não se cansou de usar o seu estatuto de economista e ex-ministro das Finanças como uma vantagem para a sua candidatura, por várias vezes usou esse estatuto para dizer que com o seu conhecimento e experiência iria ajudar o governo.

Passado mais de um ano anda ninguém viu a prometida ajuda, em vez disso Cavaco Silva usa uma estratégia do tipo "toca e foge", faz uma crítica à situação económica e muda logo de assunto, até ao momento só fez críticas mais ou menos enigmáticas, dele não se ouviu nenhuma sugestão como tem sucedido noutros domínios em que não é especialista. É evidente que Cavaco sabe muito bem que a economia portuguesa enfrenta problemas graves, problemas que não teria de enfrentar se Cavaco tivesse tido a coragem e o saber para promover as reformas que uma política baseada no eleitoralismo imediato o impediram de fazer.

Continuamos à espera da famosa ajuda do economista Cavaco Silva, depois de um anos de jornalista Cavaco Silva é tempo de o Presidente da República também ser chamado a cumprir as suas promessas da campanha eleitoral.

INDA QUE MAL PERGUNTE

«1 O Tribunal de Contas já explicou detalhadamente como é que o Estado conseguiu fazer um contrato de financiamento para a construção da Ponte Vasco da Gama mediante o qual acabámos a pagar duas ou três vezes o custo da ponte. Brilhantes escritórios da advocacia de influências que conseguiram tal proeza para o seu cliente; pobres contribuintes que vivem do seu trabalho e a quem o Estado chega a levar metade do que ganham, entre impostos directos e indirectos, para construir pontes e outras coisas que tais; desgraçados doentes do Serviço Nacional de Saúde que esperam dois anos por uma consulta urgente porque o Estado não tem dinheiro para lhes acudir em condições, porque gasta o dinheiro dos impostos a pagar três pontes em vez de uma! Agora, li há dias num jornal que o Governo pondera a hipótese de indemnizar a Lusoponte por lucros cessantes, decorrentes da entrada em funcionamento de uma nova ponte sobre o Tejo, a montante da Vasco da Gama. Leiam bem: o Governo concluiu que uma nova ponte era uma necessidade pública premente, para melhor servir as pessoas da zona da lezíria. E mandou fazê-la, conforme era sua obrigação. Mas, ao satisfazer assim uma necessidade pública, considera que veio atingir interesses privados, os quais consistiam exactamente em não servir o interesse público, para evitar a concorrência: as pessoas que dessem uma volta, de 50 ou mais quilómetros, para não falharem a Vasco da Gama. Presumo que isto também esteja previsto no contrato celebrado com a Lusoponte. O que pergunto é se acham normal que governantes assinem um contrato em que o Estado se compromete a indemnizar interesses privados no caso de fazer obra pública necessária?

2 Há muitos anos, e vá lá saber-se porquê, Mário Soares resolveu alcandorar Medeiros Ferreira ao posto passageiro de ministro dos Negócios Estrangeiros. Daí não veio grande mal ao país, visto que ele se limitou a fazer o habitual naquele cargo: passar a olhar o mundo de baixo para cima, em pose napoleónica, e começar a debitar tremendas e evidentes banalidades sobre o estado do planeta. Vinte anos a seguir, ocupou pacificamente um lugar de deputado na bancada do PS, não tendo, que me lembre, feito jamais intervenção parlamentar que se recorde ou lei que se recomende. Mas pode ser a minha memória a falhar. Do que não me lembro é de o ter visto discordar seriamente do seu partido em vinte anos que por lá passou tudo e mais alguma coisa. Daí o meu espanto ao ler que, agora que Sócrates o tirou das listas de deputados, Medeiros Ferreira descobriu que tinham querido calar “uma voz incómoda”. Incómoda? O mesmo com o engenheiro João Cravinho. Governou quando quis e quanto quis (e bem mal, diga-se de passagem...), parlamentou quando quis e quanto quis e, quando já não quis, sacou um belíssimo lugar de administrador do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento, com escritório na City de Londres e residência com vista para o Hyde Park. Antes de se despedir do Parlamento, Cravinho deixou ao PS uma herança envenenada: um chamado pacote contra a corrupção, que, além das boas e fáceis intenções, continha algumas disposições inconstitucionais e outras puramente demagógicas. Sentado ainda na Assembleia da República, de frente para José Sócrates, ouviu o primeiro-ministro classificar de “pateta” a sua proposta. Ouviu e calou. Esperou pela nomeação definitiva, mandou-se para Londres com a aura de herói da luta contra a corrupção e agora chora, nas páginas da ‘Visão’, pelos caminhos “neoliberais” do PS e da esquerda e afirma, com uma lágrima ao canto do olho, que “foi dos maiores choques da minha vida o mal-estar que o debate da corrupção causou no PS”. Só pergunto a ambos: não podiam ter falado antes?

3 O mesmo com a dra. Catalina Pestana. Foi apresentada ao país como a salvadora da Casa Pia. Ela ia repor tudo na ordem, recuperar as boas práticas e o bom nome da instituição, defender os seus “meninos” contra tudo e contra todos e com o apoio institucional de todos, desde o Presidente da República até ao mais humilde funcionário da instituição. Agora, cessadas as suas funções, eis que vem afirmar que os maus tratos e os abusos a menores continuam dentro das paredes da Casa Pia. Ao ouvir isto, só me ocorre uma pergunta: o que lá esteve ela a fazer, então?

P.S. - A dra. Cândida Almeida, procuradora-geral-adjunta, corrigiu parte do que aqui escrevi na semana passada: não foi ela (enquanto magistrada encarregue de apurar as circunstâncias da obtenção da licenciatura pelo primeiro-ministro) a determinar a realização de escutas telefónicas aos responsáveis da Universidade Independente; essas escutas já tinham sido realizadas, a mando de uma sua colega e no âmbito de outro processo, e ela limitou-se a pedi-las e a pretender utilizá-las, aliás, como meio adicional de demonstrar a inocência do primeiro-ministro - o que lhe foi recusado pela juíza de instrução. Registo de bom grado a correcção - a que deu azo, apenas, o teor das notícias saídas na imprensa. Mas numa coisa discordo da dra. Cândida Almeida e concordo com a juíza de instrução: se já havia firmado a convicção sobre a inocência do primeiro-ministro, não vejo a necessidade de a reforçar com a utilização de conversas privadas que, inevitavelmente, acabariam no domínio público. Continuo a achar que as escutas telefónicas devem ser um meio excepcional de investigação e que quem a elas recorre deve ter consciência da violência que representa a sua publicitação. Mesmo que inócuas.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Miguel Sousa Tavares no seu melhor.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

OS SENHORES DAS ILHAS

«É sempre interessante para os governos regionais manterem um contencioso com Lisboa, porque assim aumentam o poder reivindicativo e garantem um capital de queixa que lhes serve de desculpa muito útil para as suas próprias incapacidades. Este esquema, adoptado pelos líderes regionais que estão ou já estiveram no poder, tem resultado às mil maravilhas. De tal modo que, por lá, os governos ganham sempre as eleições. Na Madeira, a alternância é uma miragem, 30 anos depois da primeira votação; e, nos Açores, o Governo só mudou de partido quando Mota Amaral decidiu vir para Lisboa. Compensa, portanto, este jogo de guerrilha e de chantagem com Lisboa. E é ele que explica a repentina ‘união de facto’ entre o moderado César do PS e o enervante Jardim do PSD: o líder açoriano tem eleições em 2008 para aquele que será o seu último mandato (se ganhar de novo, como se prevê) e não quer deixar para Jardim o exclusivo da gritaria contra o continente. Além disso, é possível que alimente a ambição de prosseguir em Lisboa a sua carreira política e vá pensando na era pós-Sócrates.» [Expresso assinantes]

Parecer:

De Fernando Madrinha.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

A MIM NINGUÉM ME CALA

«Se este caso tivesse sido evitado, entre outros méritos democráticos, teríamos sido poupados à indignação cívica tonitruante de Manuel Alegre, que sempre que encontra um mínimo pretexto para alardear o primado da cidadania sobre a perversa lógica partidária (de que se alimenta há mais de 30 anos consecutivos) aparece nos jornais e nas televisões a declamar, com uma pose e gravidade "shakesperianas", o poema do indignado que nas horas vagas gosta de se assumir como símbolo maior do contra-poder.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Luís Costa avança com o melhor motivo para que o famoso "assalto policial" a um bastião do sindicalismo não tivesse sucedido.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

O "PÓS-CAVAQUISMO" NO PSD

«O congresso do PSD que abriu ontem perto de Lisboa é, por assim dizer, um congresso histórico: com ele acaba a fase do partido que ficou conhecida pelo nome de "cavaquismo". Não só porque o presidente eleito, Luís Filipe Menezes, nunca foi um "cavaquista" convicto e nunca se deu bem com o dr. Cavaco, mas porque o pessoal e os critérios que desde 1985 presidiram ao PSD saem definitivamente de cena. Os jornais já noticiaram a ausência de Dias Loureiro, Morais Sarmento, Marcelo Rebelo de Sousa, Pacheco Pereira, António Borges, Alexandre Relvas, Leonor Beleza, Rui Rio, Teresa Gouveia, dezenas de outras personagens menores (Ferreira do Amaral, Braga de Macedo, Isabel Mota) ou presuntivamente reformadas (Álvaro Barreto, Cardoso e Cunha, Eduardo Catroga) e, como seria de esperar, a direcção cessante e os vários "notáveis" que, de perto ou de longe, se colaram a ela (Graça Moura e Carlos Coelho, por exemplo).

Uma nova gente tomou conta da casa e essa gente não estima por aí além o dr. Cavaco e os "cavaquistas". No fundo de si próprio, o PSD não desculpa ao dr. Cavaco a "deserção" de 1995 e a primeira candidatura, forçada e derrotada, a Belém. Sentiu sempre, e continua a sentir, que, quando o tecto cai, o lugar do "chefe" é à frente das tropas, na oposição, por muito dura e difícil que ela seja, e não no refúgio irresponsável e pacífico da universidade. E, se aplaudia as proclamações délficas do professor, como o artigo O Monstro, não esquecia também que ele nada fizera para evitar o pior. O egoísmo "estratégico" de Cavaco não o tornou especialmente amado e a arrogância dos "cavaquistas", que se arrumaram por aqui e por ali com todo o conforto, não os recomendou ao militante médio.

Ninguém sabe, ou se atreve a prever, o que vai sair do congresso de Torres Vedras. Mas, no meio da incerteza, um ponto parece mais do que adquirido: o PSD de Menezes não irá chamar ou depender das "luminárias" da academia ou dos "negócios", sem experiência ou convicção (excepto a do seu direito de governar) e sem sombra de currículo partidário. Para bem ou para mal (há quem ache que para muito mal), o PSD ficará nas mãos de uma personagem do "pós-cavaquismo": o operador político profissional, criado no aparelho, educado nas guerras labirínticas do poder local e pouco inclinado ao sentimento e à reverência. Nem Sócrates nem Cavaco irão ter uma vida muito tranquila.» [Público assinantes]

Parecer:

Vasco Pulido Valente acha que nem Cavaco nem Sócrates vão ter vida fácil.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

PAPÁ JARDIM AJUDA FILHO

«Os acontecimentos remontam a Dezembro de 2004, mas ainda estão frescos na memória de todos os que são confrontados com eles. Alimentadas por rumores constantes dentro e fora do BCP, as relações comerciais de Filipe Vasconcelos Jardim Gonçalves, filho do fundador do banco, Jardim Gonçalves, tornaram-se um assunto constantemente referido em surdina. Três anos depois o Expresso conta-lhe os factos.

Mais de 12 milhões de euros de dívidas contraídas no BCP por cinco empresas detidas por um dos filhos de Jardim Gonçalves foram consideradas incobráveis pelo banco, no final de 2004, dois anos depois da entrada em vigor de legislação que proíbe a concessão de empréstimos a familiares dos membros dos órgãos sociais.

Filipe Vasconcelos Jardim Gonçalves e os seus sócios deixaram, assim, de pagar aquela quantia, após o banco ter determinado que as suas empresas não tinham condições para pagar as dívidas, contraídas ao longo de mais de dez anos e renovadas até 2004, mesmo após a entrada em vigor da legislação.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Não foi só o BCP que ajudou o filho de Jardim Gonçalves, ao considerar a dívida como incobrável o banco lança-a contabilisticamente como perdas e, através da dedução nos impostos, acaba por ser o Estado a financiar parte de generosidade do papá. Na prática o banco acaba por burlar o Estado.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Avance-se com uma inspecção do isco.»

QUE GRANDE AJUDA!

«Nos Açores apresentou uma versão ligeira da «pièce de résistance» que forneceu ao 2º Congresso dos Economistas, perante os quais declarou sem rodeios semânticos que ‘‘para além de taxas de crescimento inferiores às dos parceiros europeus, Portugal tem acumulado vários desequilíbrios, incluindo os de natureza macroeconómica. Desequilíbrios (...) cuja resolução é essencial, sob pena de constituírem não apenas um problema de curto prazo, mas acima de tudo um pesado obstáculo ao desenvolvimento futuro’’. E para evitar mal-entendidos e especulações conexas sobre o destinatário da mensagem, Cavaco Silva concluiu: ‘‘Por isso, não podemos conformar-nos com uma retoma mínima ao sabor das flutuações conjunturais, precisamos de um regresso à convergência real com o grupo dos países mais desenvolvidos da União Europeia’’.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Parece que a prometida ajuda feita por Cavaco Silva na campanha presidencial se está a ficar pela crítica.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Cavaco que não se fique pelas críticas, que faça também propostas.»

UMA BOA NOTÍCIA PARA LISBOA

«Maria José Nogueira Pinto não será a coordenadora do projecto de reabilitação da Baixa-Chiado, apesar do acordo de princípio a que tinham chegado a ex-vereadora do CDS/PP e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa. A informação foi prestada ao Expresso por fonte do gabinete de António Costa que, no entanto, se recusou a revelar o conteúdo de uma carta que Maria José Nogueira Pinto endereçou ao líder da autarquia lisboeta.» [Expresso assinantes]

Parecer:

A Zezinha demonstrou não ser a pessoa adequada ao cargo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proponha-se o nome do dr. Nunes Barata.»

UMA GUERRA SANTA DA IGREJA CATÓLICA CONTRA O LAICISMO?

«O cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano, apelou hoje à "rebelião" dos cristãos face aos "senhores destes tempos" que exigem o silêncio dos cristãos "invocando imperativos de uma sociedade aberta".

Na homilia da principal eucaristia da peregrinação ao Santuário que assinala o encerramento dos 90 anos das aparições, o Cardeal Bertone afirmou que essa rebelião se justifica "face aos pretensos senhores destes tempos (acham-se no mundo da cultura e da arte, da economia e da política, da ciência e da informação) que exigem e estão prontos a comprar, se não mesmo a impor, o silêncio dos cristãos invocando imperativos de uma sociedade aberta". » [Público]

Parecer:

Parece que o Vaticano está nervoso.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao secretário de Estado do Vaticano que vá fazer este tipo de declarações para Roma.»

VATICANO SUSPENDE MONSENHOR GAY

«O Vaticano confirmou ter suspendido um de seus quadros da alta hierarquia que confessou ser homossexual.

O homem, não identificado, fez a admissão na TV italiana no início deste mês, em um programa sobre padres homossexuais.» [BBC Brasil]

O ESTALINISMO PURO E DURO NA AVALIAÇÃO DO PROCESSO CASA PIA

Este comentário de Pedro Namora é uma obra-prima da ortodoxia comunista, a mesma que tem às suas costas muito do que de pior a humanidade conheceu no século XX:


Pedro Namora não hesita em acusar os "correlegionários" de Ana Gomes de serem responsáveis pelo abuso de centenas de crianças. É evidente que Pedro Namora não é tão parvo quanto isso e esta acusação está armadilhada para facilitar a eventual defesa em tribunal, sempre pode dizer que a responsabilidade é política pois através do governo tutelara a Casa Pia.

Acusa o PS de fazer pressões sobre Catalina Pestana, fazendo suas eventuais dores da conhecida pensionista, mas como é costume na melhor justiça comunista dos tempos de Estaline, Pedro Namora nada prova.

E como na sua cultura política a história conta o que convém ainda diz que o governo tudo fez para destruir a investigação, quando se sabe que a acusação foi feita antes do PS chegar ao governo.

O que estará a correr mal a Pedro Namora e Catalina Pestana no processo Casa Pia? Quando é que o PCP toma uma posição em vez de usar este militante disfarçado de vítima (ao que parece foi vítima de assédio)?

QUANTO GANHA UM «BLOGGER»?

Um artigo de Paulo querido no Expresso:

«O número de portugueses acima do milhar de euros é muito diminuto e a grande maioria precisa de três ou quatro meses para atingir o montante de pagamento mínimo do Google: 100 dólares.

O contraste com os EUA é enorme: além de Michael Arrington com o TechCrunch, há uma meia dúzia de «bloggers» com receitas acima dos 75.000 dólares mensais e uma segunda linha mais numerosa que factura entre os 10.000 e os 50.000 dólares.

Um dos mais conhecidos é Darren Rowse, que decidiu celebrar esta semana o terceiro aniversário do seu Problogger de uma forma original: promove um concurso que vai distribuir prémios pelos seus leitores no valor global de 54.000 dólares! Rowse conta com patrocínios para cobrir os custos, mas bastava-lhe sacrificar mês e meio de receitas para pagar do seu bolso a festa.

O grosso das receitas do campeão português - o Obvious, que com a sua média diária superior a 50.000 páginas vistas é de longe o blogue português de maior audiência -- vem da fonte mais comum: o AdSense. Contudo, “num bom mês, o valor angariado em anunciantes próprios suplanta largamente o AdSense”, disse ao EXPRESSO Benjamim Junior, um dos quatro autores do Obvious (http://blog.uncovering.org/). Esses anunciantes são angariados no Brasil, de onde vem a maioria dos leitores do blogue, que por isso contrata pontualmente autores brasileiros para escrever. O Obvious é o único a conseguir esta ponte atlântica.

Os outros estão limitados à dependência do AdSense e outros programas estrangeiros, em grande número, mas que não estão dirigidos ao público português; a inexistência de um sector de publicidade «online» no país está a retardar o desenvolvimento de uma indústria de micro-edição que satisfaz diariamente mais leitores do que a imprensa. A alternativa tem sido a colaboração para jornais. Cronistas como Rui Tavares, no ‘Público’, ou Daniel Oliveira no Expresso, ganharam o lugar graças aos seus desempenhos enquanto «bloggers».

Mais recente é a migração em sentido contrário. Os jornalistas Helena Garrido (ex-‘Diário de Notícias’) e João Querido Manha (comentador na TVI) foram recrutados em Julho para animarem a plataforma de blogues do portal IOL. O contrato mensal prevê um valor fixo mensal baixo e valores indexados à quantidade de «pageviews» obtidas, mas os «posts» de Garrido aparecem ainda no sítio da Agência Financeira. Helena Garrido, que se iniciou nos blogues há dois anos ainda era redactora principal do ‘Diário Económico’, frisou-nos haver uma “diferença enorme” entre um blogue e uma coluna na imprensa. Além da remuneração “mais baixa” a interactividade muda o cenário pois um «post» tem a sua melhor ‘vida’ depois de publicado enquanto uma coluna é mais analítica e solitária, morrendo praticamente “quando é publicada”.» [Expresso assinantes]


VOANDO COMO OS PÁSSAROS

EXPLOSÃO NUCLEAR [imagem original]

ROBERT FARNHAM

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LIDMILA HAN

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BENETTON

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