segunda-feira, outubro 01, 2007

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Évora

IMAGEM DO DIA

[Tauseef Mustafa/AFP]

«NEW DEHLI, INDIA - A child holds a placard as Myanmar protesters stage a rally to protest against Myanmar's government crackdown September 29, 2007 in New Delhi, India. More than one hundred demonstrators, including some Buddhist monks, participated in the demonstration urging the Indian government to intervene to stop further bloodshed in neighbouring Myanmar.» [Tiscali]

A MENTIRA DO DIA D'O JUMENTO

O Jumento teve acesso à agenda de Luís Filipe Menezes:

  • Segunda-feira: o líder do PSD reune com os seus apoiantes numa cerimónia solene em que fará a entrega do "voto de ouro". Este galardão destina-se a distinguir o militante que conseguiu comprar mais votos nas directas.
  • Terça-feira: Luís Filipe Menezes vai dedicar o dia à preparação do próximo congresso, começando o dia com uma reunião com Victor Hugo Cadinali que o vai assessorar em toda a organização do evento.
  • Quarta-feira: Luís Filipe Menezes reunirá com os responsáveis da Universidade de Verão do PSD a fim de esta desenvolver um curso de Iverno de preparação de primeiros-ministros.
  • Quinta-feira: o Líder do PSD reunirá com Ângelo Correia e Martins da Silva a fim de lhes perguntar quais os contributos dos planos de actividades das suas empresas para um plano de governo.
  • Sexta-feira: Luís Filipe Menezes organizará o primeiro comício da sua era. Neste comício Menezes fará uns exercícios de ginástica desportiva onde mostrará a sua capacidade para as cambalhotas. Na sua peparação contará com o apoio de Victor Hugo Cardinali.

ERRO DE CASTING PUBLICITÁRIO

JUMENTO DO DIA

Prémio de consolação

Enquanto Menezes se remeteu ao silêncio, a forma que encontrou para dar um ar de seriedade à sua liderança, Santana Lopes desdobra-se em declarações, comportando-se como se a vitória de Luís Filipe Menezes fosse para ele um prémio de consolação. Num dia pedia o adiamento das directas, no outro ficou eufórico com o seu resultado e já fala em candidatar-se a líder parlamentar.

VEJAMOS AS DIRECTAS DO PSD PELO SEU LADO POSITIVO

Depois aa derrota de Fernando Nogueira o PSD tinha uma lista de espera de candidatos à liderança em que cada um era pior do que o seguinte, Marcelo, Durão, Santana Lopes, Marques Mendes e Luís Filipe Menezes. Desde essa derrota que se sabia que o percurso do PSD seria uma desgraça e que todas estas personalidades terim a sua oportunidade. Com a derrota mais ou menos inesperada de Marques Mendes a lista chegou finalmente ao fim.

Por falar da derrota de Fernando Nogueira e porque andam muitos cavaquistas a chorar pelos cantos devido à vitória de Luís Filipe Menezes, é bom lembrar como tudo isto começou, ou seja, explicar a forma como o PSD bateu no fundo com a derrota de Fernando Nogueira. É bom recordar que tudo começou com o famoso tabu de Cavaco Silva a propósito da sua candidatura às presidenciais, Cavaco Silva preparou a sua candidatura presidencial e incluiu na sua estratégia a derrota de Nogueira para a qual contribuiu de forma cínica. Acreditava na teoria dos ovos, que com o PS no governo seria mais fácil vencer as presidenciais

É bom lembrar aos cavaquistas a responsabilidade que têm na situação a que chegou o seu partido.

NÃO, SENHOR SECRETÁRIO DE ESTADO

«A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, tem aparecido na televisão e até no Parlamento, o mesmo não sucedendo ao seu secretário de Estado, Valter Lemos. É pena, porque este senhor detém competências que lhe conferem um enorme poder sobre o ensino básico e secundário. Intrigada com a personagem, decidi proceder a uma investigação. Eis os resultados a que cheguei.

Natural de Penamacor, Valter Lemos tem 51 anos, é casado e possui uma licenciatura em Biologia: até aqui nada a apontar. Os problemas surgem com o curriculum vitae subsequente. Suponho que ao abrigo do acordo que levou vários portugueses a especializarem-se em Ciências da Educação nos EUA, obteve o grau de mestre em Educação pela Boston University. A instituição não tem o prestígio da vizinha Harvard, mas adiante. O facto é ter Valter Lemos regressado com um diploma na "ciência" que, por esse mundo fora, tem liquidado as escolas. Foi professor do ensino secundário até se aperceber não ser a sala de aula o seu habitat natural, pelo que passou a formador de formadores, consultor de "projectos e missões do Ministério da Educação" e, entre 1985 e 1990, a professor adjunto da Escola Superior do Instituto Politécnico de Castelo Branco.

Em meados da década de 1990, a sua carreira disparou: hoje, ostenta o pomposo título de professor-coordenador, o que, não sendo doutorado, faz pensar que a elevação académica foi política ou administrativamente motivada; depois de eleito presidente do conselho científico da escola onde leccionava, em 1996 seria nomeado seu presidente, cargo que exerceu até 2005, data em que entrou para o Governo. Estava eu sossegadamente a ler o Despacho ministerial nº 11 529/2005, no Diário da República, quando notei uma curiosidade. Ao delegar poderes em Valter Lemos, o texto legal trata-o por "doutor", título que só pode ser atribuído a quem concluiu um doutoramento, coisa que não aparece mencionada no seu curriculum. Estranhei, como estranhei que a presidência de um politécnico pudesse ser ocupada por um não doutorado, mas não reputo estes factos importantes. Aquando da polémica sobre o título de engenheiro atribuído a José Sócrates, defendi que os títulos académicos nada diziam sobre a competência política: o que importa é saber se mentiram ou não.

Deixemos isto de lado, a fim de analisar a carreira política do sr. secretário de Estado. Em 2002 e 2005, foi eleito deputado à Assembleia da República, como independente, nas listas do Partido Socialista. Nunca lá pôs os pés, uma vez que a função de direcção de um politécnico é incompatível com a de representante da nação. A sua vida política limita-se, por conseguinte, à presidência de uma assembleia municipal (a de Castelo Branco) e à passagem, ao que parece tumultuosa, pela Câmara de Penamacor, onde terá sofrido o vexame de quase ter perdido o mandato de vereador por excesso de faltas injustificadas, o que só não aconteceu por o assunto ter sido resolvido pela promulgação de uma nova lei. Em resumo, Valter Lemos nunca participou em debates parlamentares, nunca demonstrou possuir uma ideia sobre Educação, nunca fez um discurso digno de nota.

Chegada aqui, deparei-me com uma problema: como saber o que pensa do mundo este senhor? Depois de buscas por caves e esconsos, descobri um livro seu, O Critério do Sucesso: Técnicas de Avaliação da Aprendizagem. Publicado em 1986, teve seis edições, o que pressupõe ter sido o mesmo aconselhado como leitura em vários cursos de Ciências da Educação. Logo na primeira página, notei que S. Excia era um lírico. Eis a epígrafe escolhida: "Quem mais conhece melhor ama." Afirmava seguidamente que, após a sua experiência como formador de professores, descobrira que estes não davam a devida importância ao rigor na "medição" da aprendizagem. Daí que tivesse decidido determinar a forma correcta como o docente deveria julgar os estudantes. Qualquer regra de bom senso é abandonada, a fim de dar lugar a normas pseudocientíficas, expressas num quadrado encimado por termos como "skill cognitivos". Navegando na maré pedagógica que tem avassalado as escolas, apresenta depois várias "grelhas de análise". Entre outras coisas, o docente teria de analisar se o aluno "interrompe o professor", se "não cumpre as tarefas em grupo" e se "ajuda os colegas".

Apenas para dar um gostinho da sua linguagem, eis o que diz no subcapítulo "Diferencialidade": "Após a aplicação do teste e da sua correcção deverá, sempre que possível, ser realizado um trabalho que designamos por análise de itens e que consiste em determinar o índice de discriminação, [sic para a vírgula] e o grau de dificuldade, bem como a análise dos erros e omissões dos alunos. Trata-se portanto, [sic de novo] de determinar as características de diferencialidade do teste." Na página seguinte, dá-nos a fórmula para o cálculo do tal "índice de dificuldade e o de discriminação de cada item". É ela a seguinte: Df= (M+P)/N em que Df significa grau de dificuldade, N o número total de alunos de ambos os grupos, M o número de alunos do grupo melhor que responderam erradamente e P o número de alunos do grupo pior que responderam erradamente.

O mais interessante vem no final, quando o actual secretário de Estado lamenta a existência de professores que criticam os programas como sendo grandes demais ou desadequados ao nível etário dos alunos. Na sua opinião, "tais afirmações escondem muitas vezes, [sic mais uma vez] verdades aparentemente óbvias e outras vezes "desculpas de mau pagador", sendo difícil apoiá-las ou contradizê-las por não existir avaliação de programas em Portugal". Para ele, a experiência dos milhares de professores que, por esse país fora, têm de aplicar, com esforço sobre-humano, os programas que o ministério inventa não tem importância.

Não contente com a desvalorização do trabalho dos docentes, S. Excia decide bater-lhes: "Em certas escolas, após o fim das actividades lectivas, ouvem-se, por vezes, os professores dizer que lhes foi marcado serviço de estatística. Isto é dito com ar de quem tem, contra a sua vontade, de ir desempenhar mais uma tarefa burocrática que nada lhe diz. Ora, tal trabalho, [sic de novo] não deve ser de modo nenhum somente um trabalho de estatística, mas sim um verdadeiro trabalho de investigação, usando a avaliação institucional e programática do ano findo." O sábio pedagógico-burocrático dixit.

O que sobressai deste arrazoado é a convicção de que os professores deveriam ser meros autómatos destinados a aplicar regras. Com responsáveis destes à frente do Ministério da Educação, não admira que, em Portugal, a taxa de insucesso escolar seja a mais elevada da Europa. Valter Lemos reúne o pior de três mundos: o universo dos pedagogos que, provindo das chamadas "ciências exactas", não têm uma ideia do que sejam as humanidades, o mundo totalitário criado pelas Ciências da Educação e a nomenklatura tecnocrática que rodeia o primeiro-ministro.» [Público assinantes]

Parecer:

Maria Filomena Mónica passou Walter Lemos, o obscuro secretário de estado da Educação, à lupa.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

UMA DESGRAÇA QUE NUNCA VEM SÓ

«Pedro Santana Lopes admitiu ontem entrar na corrida pela liderança da bancada parlamentar. Com Marques Mendes fora de jogo e Luís Filipe Menezes à frente dos sociais-democratas, o ex-primeiro-ministro vem agora reconhecer a hipótese de se candidatar ao cargo de presidente do grupo parlamentar do PSD para unir as várias tendências do partido. Todas as hipóteses serão avaliadas numa conversa com o novo presidente do PSD.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Com Menezes como líder e Santana à frente da bancada parlamentar só falta o Isaltino Morais à frente da mesa do congresso.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a IM que se candidate ao cargo.»

ESTÃO A DAR OS PARABÉNS AO ISALTINO

«"Veja o caricato da situação. Têm-me telefonado todo o dia a dar-me os parabéns pela mudança. Até pessoas ligadas ao dr. Mendes. Imagino a fila que já está à porta do novo líder do PSD." Foi assim, desta forma bem-humorada, que Isaltino Morais, presidente da Câmara de Oeiras e ex-militante do partido comenta a reviravolta social-democrata.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Está-se mesmo a ver o PSD que aí vem.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pela hora do espectáculo.»

A DOR DE CABEÇA DE JERÓNIMO DE SOUSA

«A deputada Luísa Mesquita, a quem o PCP retirou em 2006 a confiança política no Parlamento, assegurou hoje que vai cumprir o mandato até 2009, reservando para essa data uma decisão sobre o seu futuro na política. Um ano após ter recusado sair do Parlamento como lhe tinha pedido o PCP em nome da «renovação sustentada» da bancada, Luísa Mesquita reitera que foi «traída» pelo seu partido e reserva para 2009 uma decisão sobre o seu futuro no PCP e na vida política. » [Portugal Diário]

Parecer:

Mais uma renovadora.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se à deputada quais são as suas divergências com o PCP.»

SALGALHADA MAÇÓNICA TENTOU SUBSTITUIR SOUTO MOURA

«O actual ministro da Administração Interna, Rui Pereira, foi proposto para procurador-geral da República (PGR) a Jorge Sampaio, por José Sócrates, mal este tomou posse como primeiro-ministro, em Março de 2005 - a um ano e meio de Souto Moura terminar o seu mandato. José Sócrates, publicamente, mantinha então confiança no procurador-geral, negando informações de que era sua intenção substituí-lo antecipadamente.

Questionado ontem sobre o assunto, José Sócrates recusou fazer qualquer comentário. O PÚBLICO tentou também entrar em contacto com Rui Pereira, mas este nunca se mostrou disponível para falar sobre o assunto. A notícia foi dada ontem pelo semanário Sol, que publica escutas telefónicas que indiciam os bastidores desse processo, citando conversas, quase sempre cifradas, entre Rui Pereira e Abel Pinheiro.

O antigo tesoureiro do CDS-PP - constituído arguido no caso Portucale, pelos crimes de tráfico de influências e falsificação de documento - ter-se-á mostrado ainda particularmente interessado em conseguir de Rui Pereira, ex-director do SIS, informações judiciais a que este poderia ter acesso.» [Público assinantes]

Parecer:

E andamos nós pobres-diabos a discutir o que é esquerda e o que é direita.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Solicite-se a Sócrates que se explique.»

PARECE QUE A TOXICODEPENDÊNCIA TAMBÉM É UM BOM NEGÓCIO

«Quase todos os equipamentos que dão apoio a toxicodependentes marginalizados na cidade de Lisboa são geridos por uma associação particular, a Ares do Pinhal, cujo presidente é desde há muitos anos um alto-quadro em organismos públicos na área da droga, actualmente no Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT), o psiquiatra Nuno Silva Miguel. As valências e os valores envolvidos foram aumentando sem haver pareceres técnicos nem estudos das necessidades da população toxicodependente na capital.

O último equipamento para toxicodependentes gerido por esta associação, que é financiada sobretudo com verbas do IDT, mas também da Câmara de Lisboa, foi introduzido em 2005. O chamado Gabinete de Apoio Móvel é um consultório que funciona numa carrinha com um médico, um enfermeiro e um monitor.

A valência custa por semestre um máximo de 92.184 euros, 79 por cento das verbas vão para remunerações: 72.684 (números fornecidos pelo IDT para 2006). Contas feitas, cada um dos membros deste staff de três teria que ganhar, em média, por mês 4038 euros. A carrinha trabalha três vezes por semana (uma delas só à tarde).» [Público assinantes]

Parecer:

Nada se escapa neste país, basta que haja dinheiro em jogo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Substituam-se todos os envolvidos»

ILONIKA

SCOTT NICHOL

SILVIO SCHOISSWOHL

DENNIS WRIGHT

DONOVAN DENNIS

COMO ACENDER UM CIGARRO COM UMA ESPINGARDA AK-47

TEA LOUNGE

Advertising Agency: Equus Red Cell, India
Creative Director: Swapan Seth
Art Director / Illustrator: Anusheela Saha

ANIMAL AID

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Advertising Agency: Duplantinia Argentina
Art Director: Andres Benavides
Copywriter: Juan Sasiain

TORONTO HUMANE SOCIETY

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Advertising Agency: Leo Burnett Toronto, Canada
Executive Creative Director: Judy John
Creative Director: Monique KelleyArt Director: Anthony Chelvanathan
Copywriter: Steve Persico