domingo, junho 10, 2007

Semanada





Dia de Portugal

Neste Dia de Portugal talvez merecesse a pena reflectir um pouco sobre o que somos enquanto povo e como nos comportamos enquanto cidadãos, reflectir sobre o que damos e recebemos de um país cuja história herdámos e que deposita o futuro nas nossas mãos. Vale a pena reflectir sobre os portugueses que somos ou que não somos, sobre o que cada um de nós está disposto a dar ao país, o que cada um é capaz de prescindir em favor de um projecto colectivo que é uma nação.


A verdade é que damos ao país muito menos do que aquilo que herdámos, vamos deixar aos nosso filhos menos do que aquilo que recebemos, cada vez somos menos os que pensam em termos colectivo, para entrar no imenso jogo do salve-se quem puder em que se tem vindo a transformar a nossa vida colectiva.


De vez em quando falamos em Nação, quando há jogos da selecção e se ainda tivermos esperança de ganhar algo ou quando os nossos empresários sentem a coutada ameaçada se vão ao Presidente da República pedir ajuda para que sejam defendidos os centros de decisão no país. Mas da mesma forma que cada um pensa e lucrar o mais possível com o país, medindo a sua riqueza comparando-a com a do vizinho, os memos empresários que lutam com os espanhóis estão desejosos que algum vizinho lhes compre as empresas ou então arranjam forma de esconder os lucros numa off-shore para se livrarem dos impostos.


Nos últimos anos não temos sido grande coisa enquanto povo, se há povos melhores e piores, não nos podemos orgulhar do que temos sido, os políticos procuram o enriquecimento rápido, os magistrados o poder necessário para proteger os favores corporativos, os empresários só encontram soluções no empobrecimento colectivo, os partidos revelam uma total incapacidade para se empenharem nas soluções a não ser que sejam governo e essas soluções sejam lucrativas para os seus.


Como povo só podemos orgulhar-nos do passado, ter dúvidas do que andamos a fazer no presente e recear o que vamos deixar para o futuro, ainda não percebemos que quanto mais dermos ao país mais podemos receber dele.


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Tenham cuidado com a Dona Guida


Costuma-se dizer que quem não vê caras não vê corações, mas no caso da Dona Guida poder-se-ia dizer que o que a senhora é está na cara, ao olhar para a sua fotografia percebe-se logo que é necessário ter cuidado com a senhora, quem a vê na rua muda mesmo de passeio por razões de tranquilidade.


A sua fotografia condiz com a do género de gente que estão para os regimes políticos assim como os limpa-fundos estão para os aquários, chamam a si as funções de limpeza do sistema. Primeiro soube-se do caso Charrua, depois ficou a saber-se que o ex-deputado não tinha sido a única vítima e, por fim, veio a público que a Dona Guida usou a condição de padre de um autarca para o achincalhar no exercício de funções públicas para as quais fora eleito, ao contrário do que sucede com a senhora que foi escolhida por alguém de um partido onde parece haver gente que acha que o resultado de uma maioria absoluta é um partido de Estado.


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Um país gerido por providências cautelares


Como este país já era um exemplo de governabilidade apareceram agora os juízes a dar uma ajuda depois de todas as entidades descobrirem o truque das providências cautelares, se o ministro das Finanças corta nos financiamentos ao dr. Alberto há um juiz que decide temporariamente ao contrário, se o ministro da Saúde fecha um serviço há-de haver um juiz a decidir o contrário, por este andar o melhor é promover o primeiro-ministro a chefe de gabinete do presidente do Supremo Tribunal Administrativo.


Os mesmos juízes que se afundam na morosidade da justiça decidiram agora que nada se faz em Portugal, basta que alguém tenha o dinheiro necessário para pagar as custas judicias de um processo de forma a poder tentar interpor uma providência cautelar.


É pena que não haja providências cautelares para que os juízes do Supremos não possam escrever alguns dos acórdãos que temos lido, como sucedeu com o relativo ao Público, ao usso pedagógico da pancadaria ou no caso do abuso sexual de um jovem, ou a libertação de grandes traficantes de droga.


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Uma semana depois Carvalho da Silva descobriu que houve uma greve geral


Passada uma semana poucos daqueles que casualmente tinham reparado que o PCP/CGTP tinha promovido uma greve que se pretendia geral e quando já nos tínhamos esquecido da figura triste dada por Carvalho da Silva ao tentar defender que tinha havido uma greve, o líder da CGTP veio tentar explicar que o país esteve mesmo parado, muito provavelmente empurrado por ortodoxos que insistem em não deixar de ser idiotas.