terça-feira, setembro 05, 2006

Uma razão de princípios para não voltar à Festa do Avante


Por razões várias não estive na Festa do Avante, aliás, não faz parte do meu roteiro de peregrinações, e ao saber que Marcelo Rebelo de Sousa lá esteve fiquei com a sensação que um dia destes basta passar uma tarde na Praia dos Tomates para saber o que se passou na Atalaia.

Mas não é para falar do Marcelo que coloquei este post, foi para dizer que ainda bem que não fui à festa do PCP e para juntar a minha voz aos muitos que pedem a liberdade de Ingrid Betancourt [
Link], uma candidata presidencial da Colômbia que foi raptada pelas FARC [Link], um suposto movimento de libertação presente na Atalaia.

O PCP [
Link] deveria explicar se existe alguma diferença entre os militantes do PCP que foram presos pela PIDE/DGS, que tanto usa para se assumir como o partido que mais lutou pela democracia, e Ingrid Betancourt. O PCP deveria explicar porque razão glorifica na sua festa gente que rapta democratas e promove a produção e o tráfico de droga. Compreendo que o PCP persista em manter uma “cidade internacional” na sua festa, mas se insistir nos critérios seguidos para convidar a FARC receio que a decoração exterior da “cidade internacional” tenha que ser o arame farpado igual ao do Tarrafal, ou grades como as de Caxias, Aljube ou Peniche.

Em matéria de liberdade não há bons e maus presos políticos, não há raptos politicamente correctos, ou se é a favor e se defende a liberdade dos democratas ou se está com o esbirros. Enquanto Ingrid Betancourt estiver presa e o PCP mostrar um total desprezo pelos democratas não certificados pelos seus valores políticos não tenciono ir à Festa do Avante, se não se pode festejar a liberdade não há ali nada para festejar.